domingo, 28 de abril de 2013


NOSSA HOMENAGEM AO HERÓI BACABALENSE








                  DELEGADO DA ALDEIA 




MAIS UM DIA


Os galos de briga
Presos na jaula
Da minha infância
Ainda mantém
Seus bicos e esporões afiados
Manchados com o sangue
Que também foram tinta
Que no chão
E na parede da rinha
Deixaram para os séculos
E séculos sem fim
Em molduras de ossos
Expostos na galeria do absurdo
A arte macabra da imperfeição.

O milho debulhado e espalhado
No piso do meu quarto de insônia
Foi o conforto para meus joelhos
Na auto-flagelação
Do meu corpo em agonia.

Toda vez que a noite me acorda
Com suas cãibras agudas
E seus demônios malvados
Foge pela fresta da janela
As imagens do novo
Que habitavam em mim
E o velho que sou
Sente lentamente
Mais uma manhã chegar
Trazendo com o sol
O pesadelo de viver mais um dia.

 Zé Lopes
Do livro “Bacabal Alves de Abreu Souza Silva de Mendonça e da Infância Perdida”



HISTÓRIAS DE BACABAL

CAIXÃO DE TAXINHA

Chico Fedora, como sempre, fumava já a pontinha do cigarro. Um pastor amigo seu, na intenção de lhe ver parar de fumar, disse:
- Chico Fedora, veja só; cada cigarro que tu fumas, é um prego que tu enfias no teu caixão.
E Chico Fedora muito rápido completou:
- Pastor, então o meu caixão vai ser feito só de taxinha, pois só me dão a última.

HOJE É DIA DE JAMIR LIMA

A VIDA COMO ELA É





          Sempre que tenho oportunidade, gosto de repetir que o elo entre a vida e a morte é o mais minúsculo possível e que deveríamos valorizar ao máximo nossos momentos, "curtir", fazer o melhor que pudermos, viver mesmo! Intensamente!
Certa vez, acho que no Tv Fama (da RedeTv!), o cantor Leonardo, quando perguntado sobre o neto que está para nascer, disse: "é muito melhor chegar do que ir". E ir não presta não!
(Outra do Leonardo: "mulher não trai, mulher vinga". A gente tem de convir que o cantor goiano é bem criativo em matéria de "tiradas". O "bicho" é inteligente, de boa memória e de raciocínio rápido. Não é fácil ganhar dele, não! Tremendo gozador, com respostas sutis na ponta da língua, não se esquiva a nenhuma provocação. Que o diga o Faustão, do Domingão).
Quando alguém "chega" para este mundo de meu Deus é um Deus nos acuda! É um alvoroço só! Todo mundo agitado, coração batendo a mil por minuto! O nascimento, convenhamos, é coisa de Deus mesmo. É algo inexplicável!
O ser humano é muito frágil quando nasce. Pode gritar, "berrar", só não pode é levar aquelas "palmadas" de "boas vindas" médicas, a lei, agora, não permite. Só consegue se comunicar pelos olhos, esperneando ou chorando. E fica exigindo atenção 24 horas! E, destas maneiras, reclama sem parar!
Minha mãe é de 15 de dezembro e meu pai, 1º de janeiro. O interessante, no caso, é que comemorávamos (a família) ao mesmo tempo o fim de ano, o início do outro e os aniversários dos dois, muito "regados" a leitão assado, cabrito assado, doce de figo, de mamão, de cidra, de laranja, uma mesa farta e festiva. Era uma festança de 2 semanas.
Misturávamos tudo: o Natal, o "reveillon", a missa do galo, aí o foguetório (que não poderia faltar) saudando os novos tempos, com os aniversários.
Os dois se foram, não temos mais aquelas festas, e o que é pior, nesta época vem a lembrança daqueles tempos idos, porque não dizer "anos dourados", e o que era só alegria vem num misto de tristeza, "recheado" de melancolia e nostalgia. Mas, como no dizer do Zeca Pagodinho, "deixa a vida me levar".
É assim que a gente deve fazer, e com "qualidade", como dizem por aí.
Mas, voltando ao Leonardo, a tristeza da ida de um ente querido é sempre compensada com a chegada de outro. É a lei da natureza. E a chegada de uma nova vida gera sempre aquela expectativa, aquela ansiedade e uma alegria incontida, contagiante.
E como viver a vida é o mais importante, àqueles que estão chegando nossas boas-vindas, tal qual o ano novo que se aproxima.
E que façam da vida o melhor proveito, dando o seu melhor (com naquela musiquinha dos Titãs) e que venham vacinados contra os males que nos afligem.
Somente assim, a vida será bem melhor!
Jamir de Sousa Lima

sábado, 27 de abril de 2013









Neto Batoré, Waltinho Carica, Zé Lopes, Lereno Nunes e Rinaldo Nunes



DIA DA SAUDADE

Passo brilhantina nos cabelos
Grisalhos de tanto sofrimento
Busco na babugem o sustento
Que me dão de esmolas ao meu apêlo

Lambo a sede virgem do sal grosso
E adoço a minha fome com o mascavo
Do açúcar que endurece e como um cravo
Joga meu penar em fundo poço

Sinto a perfurada no meu peito
E a faca amolada dos dois lados
Faz com que o sangue jorre e feito um dado
Decida a sorte vã e seu efeito.

Lavo os olhos com o soro fisiológico
Saído das nascentes dos hospícios
E bebo, e fumo, e cheiro os meus vícios
N’um ato automático e biológico.

E se decido não viver nessa cidade
Por um fio, ando mal, desiludido
E me esforço fraquejado e decidido
A não morrer em pleno dia da saudade.

Zé Lopes
Do livro “Bacabal Alves de Abreu Souza Silva de Mendonça e da Infância Perdida”


AMANHÃ TEM JAMIR LIMA 


          Atenção leitores, amanhã o nosso blog irá presenteá-los com mais um artigo apimentado de Jamir Lima, Quando tudo é importante.

HISTÓRIAS DE BACABAL

O BILHETE

          O senhor Alberto Trabulsi tendo emprestado um dinheiro a seu compadre Santos Português, resolveu cobrá-lo através de um bilhete que dizia:
“Caro amigo e compadre Santos Português, peço que mande aquela quantia que lhe emprestei, pois estou passando mal”
Usando o verso do papel, Santos Português Respondeu:
“Caro amigo e compadre Alberto Trabulsi, se tiver vivo amanhã, pode vir pro meu enterro”

NOTA DO BLOG


SINCEROS AGRADECIMENTOS
          O artigo que foi postado pelo nosso blog no dia 17 de abril, aniversário de Bacabal, intitulado “Crônica pós-moderna infinitivamente impessoal para uma cidade quase centenária”, rendeu e continua rendendo, acessos a nossa revista eletrônica. Gostaria de agradecer a todos que me ligaram, que me mandaram mensagens, tanto para agradecer por ser lembrado, por ter alguém de sua família lembrado e até mesmo cobrando o seu nome, nome de algum familiar e até sugerindo outros nomes na lista daqueles que construíram a cidade. Sei que esqueci nomes, mas os que fizeram realmente essa cidade, já estão na história, no artigo foi só o que deu pra lembrar, mas outros artigos virão. Agradeço também, de todo coração, você que está lendo essa nota nesse momento, e peço que divulgue o nosso blog, pois como fazemos um jornalismo mais cultural, sem ofensas, sem ataques e sem outras formas de pressão para ganhar leitores, estamos a cada dia ganhando fãs. O bom, é que o nosso blog resgata e divulga o bom de Bacabal e com muito bom humor e sorrir, ainda é o melhor remédio.