terça-feira, 23 de abril de 2013


COMEMORA-SE HOJE O DIA NACIONAL DO CHORO



DIA 23 DE ABRIL É O DIA NACIONAL DO CHORO EM HOMENAGEM AO NASCIMENTO DE PIXINGUINHA, ÍCONE DA MÚSICA BRASILEIRA

          Comemora-se hoje, dia 23 de abril, o Dia Nacional do Choro. Também conhecido como Chorinho, trata-se de um gênero de música popular e instrumental brasileira. Esta data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento de Pixinguinha, uma das figuras exponenciais da música popular brasileira, e em especial do choro. 

O músico, compositor ou instrumentista, ligado ao choro é chamado chorão. Característica freqüentemente apreciada no choro é o virtuosismo dos instrumentistas, bem como a capacidade de improvisação dos executantes. 

As rodas de choro são reuniões mais informais de chorões, muito diferentes de apresentações e shows. Geralmente acontecem em bares ou na própria casa dos músicos, em que todos se juntam para tocar choro. Não existe uma formação específica e os músicos que vão chegando se juntam à roda. 

Alguns dos chorões mais conhecidos são Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. Entre alguns dos choros mais famosos estão “Tico-Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu; “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo; “Noites Cariocas”, de Jacob do Bandolim; “Carinhoso” e “Lamento” de Pixinguinha; “Odeon”, de Ernesto Nazareth. 

O choro serviu de inspiração a diversos compositores eruditos brasileiros e estrangeiros. Dentre as composições de Heitor Villa-Lobos, o ciclo dos Choros é considerado um conjunto de obras importantes. 

O compositor francês Darius Milhaud, que foi adido cultural da França no Brasil, inseriu em sua peça “Scaramouche” algumas ideias de choro, inclusive com um plágio de “Brejeiro”, de Nazareth. 

Também a música erudita inspirou os chorões, como o flautista Altamiro Carrilho, que gravou discos chamados Clássicos em Choro, nos quais toca música clássica com sotaque de choro. 

SOBRE O CHORO 

O choro entra na cena musical brasileira em meados e finais do século XIX, e nesse período se destacam Callado, Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth. Inicialmente, o gênero mesclava elementos da música africana e européia e era executado principalmente por funcionários públicos, instrumentistas das bandas militares e operários têxteis. 

Segundo José Ramos Tinhorão, o termo choro resultaria dos sons plangentes, graves (baixaria) das modulações que os violonistas exercitavam a partir das passagens de polcas que lhes transmitiam os cavaquinistas, que induziam a uma sensação de melancolia. 

O século XX traria uma grande leva de chorões, compositores, instrumentistas, arranjadores, e entre eles, com destaque, Pixinguinha. 

PIXINGUINHA 

Alfredo da Rocha Vianna Júnior nasceu em 23 de abril de 1887. Cedo dedicou-se à música e deixou um legado de inúmeros clássicos, arranjos e interpretações magistrais, como flautista e saxofonista. 

“Carinhoso”, “Lamento”, “Rosa”, “1 x 0”, “Ainda Me Recordo”, “Proezas de Solon”, “Naquele Tempo”, “Vou Vivendo”, “Abraçando Jacaré”, “Os Oito Batutas”, “Sofres Porque Queres”, “Fala Baixinho”, “Ingênuo”, estão entre algumas de suas principais composições. 

O apelido Pixinguinha veio da união de ‘pizindim’ – menino bom – como sua avó o chamava, e bexiguento, por ter contraído a varíola, que lhe marcou o semblante. 

Mário de Andrade registrou a presença do mestre na cena carioca, criando em seu livro “Macunaíma”, um personagem: “um negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão” (Andrade, 1988). A passagem se dá quando o “herói sem nenhum caráter” freqüenta uma “macumba” em casa de tia Ciata. A caracterização de Mário de Andrade ficou difundida com a biografia de Pixinguinha elaborada por Marilia T. Barboza da Silva e Arthur L. de Oliveira Filho: “Filho de Ogum Bexiguento”


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