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Raimundinho |
Se Deus fez o homem a
partir do barro, sua cria deixou discípulos e, em particular, um deles que, com
alguns traços, criava rostos, corpos, paisagens numa perfeição que dá para
refletir se... ninguém é mesmo insubstituível?. Pelas mãos da criatura, a
criação, a obra de arte, os dedos, a voz, a inspiração, a poesia, a letra, a
melodia, a harmonia, o violão, a canção em si, traduzida em beleza.
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Raimundinho com Zé teixe |
Adjetivos à
parte, esse menino representou, e representou muito bem, o sentimento de toda
sua geração e até hoje suas obras ilustram paredes pelo mundo, sua música é
tocada por artistas renomados, sua voz é sempre ouvida nas gravações que
deixou, seu nome é sempre alvo das discussões mais salutares e sua lembrança é
a parte mais viva de toda essa história. Nascido em Ipixuna, hoje São Luis
Gonzaga, ele foi batizado com o nome de Raimundo Nonato Campos Lima, que usou
apenas para assinar alguns documentos já que era conhecido simplesmente como
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Raimundinho e o grupo Nossa Voz |
Ray
Lima ou Raimundinho. Menino levado, desde muito pequeno já dava traços de uma vida
levada a traços, era a atração principal do circo da meninada e naturalmente amava
a natureza. Primeiro filho de dona Maria Campos e Seu André, que vieram do Rio
Grande do Norte, mais precisamente da cidade de Martins para Ipixuna e logo em
seguida mudaram para Bacabal. ele era irmão de Rita de Cássia, Francisco, Joaquim Neto, Ana e André, o popular Louro,
dono do Bar mais comentado da Litorânea.
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Raimundinho e Zé Lopes em shpw |
Raimundinho foi parte, ou melhor, é
parte fundamental da cultura
bacabalense. Ele era artista plástico nato, tocava muito bem seu violão, tinha
uma belíssima voz, era um excelente compositor, poeta e fez parte das coletâneas
“Nossa Voz” e “Nossa Voz II” junto com
Marcus Maranhão, Marco Boa Fé, Perboire Ribeiro, Assis Viola e Zé
Lopes, discos dirigido pelo jornalista Abel Carvalho. Raimundinho também participou do
movimento musical com os mesmos artistas para o projeto que deu origem ao Boi Bacaba,
onde tem uma parceria com Marcus
Maranhão, Marco Boa Fé, Assis Viola, Abel Carvalho, Louremar Fernandes e Zé
Lopes, a toda ”A India”, gravada por Zé Lopes no CD “Aos Brincantes”..Amante de
cantorias, ele tinha como ídolos os cantores Xangai e Elomar, dos quais
dominava o repertório.Raimundinho casou-se a primeira vez com Liliane com quem teve uma filha, a belíssima Shelida. com a segunda esposa, Lena, teve um casal, Isabela e Ítalo, duas pessoas dotadas do mais alto QI, tendo Ìtalo herdado o dom da música.
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Raimundinho com Zé Lopes, Tchacka, Marcelo |
Certa vez, eu, Waltinho Carioca e Ana, sua irmã, passávamos
um domingo na casa de praia de uma amiga no Araçagy e quando falamos dele, Ana
começou a chorar pois ele tinha se jogado no mundo e ninguém sabia de noticias.
Para amenizar seu sofrimento, disse que tinha ouvido de alguém que ele estava
vindo e que eu levaria ele para casa. Providências de Deus, dias depois, estava eu no centro da
cidade, na Fonte do Ribeirão quando fui chamado e ao olhar para trás era o próprio
que me falou que estava vindo de São Paulo e que já estava retornando, e
pasmem, a pé. Liguei para Waltinho que levou-o para casa. Daí, ele permaneceu
entre nós por uns tempos, sempre com a mesma alegria, com o mesmo carinho. Foi
morar em Bacabal por opção e recebeu o carinho de todos e por motivo de
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Raimundinho no Festival com cantores |
saúde
retornou a capital onde precocemente nos deixou, subindo para regar os jardins
dos céu, pintar e cantar as canções que acalentam Deus. Raimundinho era o louco
mais lúcido que já passou por essa terra e a sua arte ficará pra sempre assim
como a sua lembrança que nos enche de saudades e emoção. Raimundinho era mesmo um
louco, um louco em nome da arte e toda essa loucura foi perdoada para todos os seculos e seculos sem fim. Amém.
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Raimundinho e Serrão |
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