domingo, 15 de dezembro de 2013

QUANDO TUDO É IMPORTANTE



Quando vi aquela selvageria, aquele descalabro, aquela barbárie nas arquibancadas da Arena Joinville, logo me veio um desânimo, uma decepção, porque via ali motivos para melarem o campeonato brasileiro, fazer valer as artimanhas tão comuns neste tal futebol caboclo, onde tudo é feito em nome do ganhar de qualquer jeito. Estava ali todos os ingredientes para os clubes interessados e dispostos a tudo para não caírem, tirar do campo o resultado esportivo e levar para as barra s dos tribunais, onde a letra da lei, confusa e cheia de mistérios, decide o que é "melhor" para eles.
O Fluminense quer os pontos do jogo contra a Portuguesa alegando que um jogador "condenado" a 2 jogos só cumpriu um, estando, assim, irregular, e a Portuguesa deverá pagar caro pela omissão e desatenção, trocando de lugar com o tricolor carioca, passando a ser o rebaixado, e o tricolor "voltando" na virada de mesa para a série A.
O Vasco, não deixando por menos, quer os pontos do jogo contra o Atlético Paranaense, justificando que o tempo regulamentar de espera e suspensão foi ultrapassado em 13 minutos. Caso o Vasco vença no tapetão escapará, também, do rebaixamento podendo ocupar seu lugar o Criciúma e até, veja que absurdo, o Flamengo, que colocou irregularmente o jogador André Santos no jogo contra o Cruzeiro (estava suspenso), e, perdendo os pontos, cai pra zona da degola livrando o Criciúma.
Já vi avacalhação de todo modo nesta sea ra esportiva, onde roubaram um título do Cruzeiro, que, por má gestão, aceitou trocar o mando de campo com o Vasco, e, lá sob pressão e sem condições de enfrentar os cartolas de então, perdeu o título com um "juiz" daqueles anulando um gol de Zé Carlos, absolutamente legal, no encerramento da partida. Naqueles tempos os clubes mineiros eram meros coadjuvantes dos torneios patrocinados pela então CBD, não "apitavam" em nada, era tudo "sim, senhor"!
Já vi o Fluminense, num passe de mágica, "saltar" da série "C" para a "A" naqueles milagres mirabolantes que só cartolas de alto naipe e descaramento conseguem fazer.
Sei que nos bastidores, nos subterrâneos do futebol, acontecem coisas de estarrecer, onde, parece, tudo é feito sob encomenda, arranjado, onde os grandes engolem e tripudiam sobre os pequenos, indefesos e sem café no bule, sem carta na manga nem dinheiro na algibeira, naquele picadeiro vale tudo, tudo mesmo.
O tempo tem sido meu compa nheiro de infortúnio neste campo dito esportivo, ele vem me convencendo que chegou a hora de largar este negócio se torcer por algum clube, pois, no fundo, no fundo, são como os políticos, farinha do mesmo saco, ninguém escapa, ninguém salva. Neste picadeiro somos simples e humildes palhaços!
Neste jogo de vale o que manda mais, lei é coisa pequena, ética, passou longe; desfaçatez é a "qualidade" mais latente e presente nesta cartolagem sem limites.
E viva a hipocrisia!!!




Os entendidos, a mídia esportiva não dá muito crédito ao brasileirão deste ano, classificando-o com o pior dos últimos tempos no quesito "técnico", alguns dando conceito até de medíocre.
No meu entendimento, o campeonato foi só alegria. Ver o Cruzeiro ser campeão com 3 rodadas de antecedência, o Flamengo não ter que brigar para não cair na última rodada e ver seu rival maior caindo e o outro rival anti-ético, o Fluminense, fazendo companhia ao Vasco, foi só alegria, um verdadeiro presente de Papai Noel, que Natal!!!
Uma pena ter que ver vândalos-criminosos travestidos de torcedores de torcida organizada tirando o brilho do campeonato justamente no seu final, bem no último dia. Aqui tudo é muito avacalhado, tudo é feito nas coxas, onde o dirigente esportivo faz questão de exceder, tripudiar sobre as leis, onde tudo é permitido, onde passar a mão na cabeça e fazer de conta que ninguém viu é que permanece.
Moramos num país governado pela violência, onde temos que ficar em casa enjaulado sob grades e o bandido-ladrão-assaltante-assassino fica livre, leve e solto, pois são presos e soltos imediatamente para cometer novos delitos-crimes. Moramos num país onde vigora a impunidade, que crime considerado de pequena monta é pago com uma tal de fiança estabelecida até pelo delegado (quem deveria determinar seria a justiça, um juiz, mas aqui fazem as leis para favorecerem os bandidos e ponto final).
E, assim, a bandidagem está tomando conta de tudo, faz e acontece e fica tudo por isso mesmo.
Num país com estas "qualidades", o que aconteceu na Arena Joinville, em Santa Catarina, foi café pequeno, ali caminhava para se r um massacre dos maiores que se poderia ver, mas por algum milagre, não aconteceu (eu ainda não estou convencido de que não houve morte ali).
Onde há impunidade, a irresponsabilidade é ingrediente obrigatório. Onde já se viu dois times entrarem em campo sem o mínimo de segurança aceitável, sem policiamento, principalmente que ali, na maioria, era torcida organizada, useira e vezeira de partir para a agressão?
Por incrível que pareça, numa hora dessas faz falta um dirigente tipo Eurico Miranda para dar um soco na mesa e tirar o time de campo! Não sou vascaíno, mas reconheço que está faltando gente do quilate do Eurico para dar um basta neste estado de coisas!
As torcidas organizadas quando não brigam nas arquibancadas dando espetáculos de pura violência e atrocidade, brigam fora do estádio, onde podem fazer de tudo, inclusive assassinar uns aos outros. E ninguém vai preso, quer dizer, podem até serem presos, mas fica só nisso, uma pe quena anotação na ficha criminal e podem ir para casa vestir novo uniforme da organizada e voltarem a praticar o que mais gostam: brigar, massacrar, matar. E sob o olhar complacente dos dirigentes dos times, onde esta turma de bandido costuma prestar serviços de bajulação e segurança particular.
Colocaram água no chopp, carimbaram a faixa de quem foi campeão, tiraram o brilho da conquista, pois cenas de pugilato e animalesca não combina com o esporte que deveria ser só alegria, o futebol.
Lastimável que sai ano entra ano isto se repete, fica na televisão uns dias, mas logo em seguida, depois do carnaval ninguém fala mais no assunto.
Lamentável!!! 

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