São Luis - A greve anunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores
em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema) chegará ao quinto dia, nesta
segunda-feira (26), com 70% da frota de ônibus de São Luís em circulação. A
medida atende à decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA), assinada
pela desembargadora Ilka Esdra, por considerar de caráter essencial o
transporte coletivo.
O percentual de 70% foi anunciado pelo
secretário-administrativo do Sttrema, Isaías Castelo Branco, em entrevista à
Rádio Mirante AM. Mas apesar de cumprir a decisão do TRT, o próprio secretário
alerta para que a situação possa se agravar no dia seguinte. “Na segunda-feira
vamos cumprir 70% e aí, na terça-feira, de acordo com os entendimentos que a
categoria está tomando, se não avançar, é paralisação de 100%”, disse Castelo
Branco.
Neste domingo, 100% da frota que
costuma circular neste dia atendeu a população. No primeiro dia da paralisação,
na quinta-feira (22), apenas 46% da frota esteve nas ruas, segundo afirmou o
secretário municipal de Trânsito e Transportes de São Luís Canindé Barros.
Esse descumprimento da ordem judicial
resultou na aplicação de R$ 96 mil em multa aos Rodoviários.
O movimento grevista foi deflagrado
após uma série de reuniões entre o Sindicato dos Rodoviários e o das Empresas
(SET). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), não houve
consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelo rodoviários. Os
trabalhadores pedem 16% de aumento salarial; reajuste do ticket-alimentação
para R$ 500; inclusão de um dependente no plano de saúde e implantação do plano
odontológico.
Durante as negociações, o SET não
apresentou propostas. Em entrevista coletiva realizada no primeiro dia do
movimento, o presidente do SET, José Luiz de Oliveira Medeiros, disse que os
empresários não têm como bancar qualquer reajuste ou benefício. Segundo ele,
desde o fim de 2009, a cada mês os empresários acumulam um prejuízo superior a
R$ 9 milhões. “Lamentavelmente ir para uma negociação sem condições de oferecer
nada é desgastante para as duas partes. Por isso é que não foi possível esse
entendimento”, argumentou.
Mas apesar desta situação, os
trabalhadores não abrem mão de um reajuste. “É preocupante essa informação que
o SET passa para a sociedade. Mas não podemos de forma alguma ficar sem
reajuste salarial, sem aderir à vontade da maioria da categoria. Nós temos que
partir do princípio de que há uma perda salarial em torno de 6,5% para
negociar. Mas nem isso foi oferecido”, argumentou Castelo Branco.
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