O século é o XXI, mas a mentalidade
geral parece que retrocedeu ao paleolítico. Senão, como justificar o
comportamento animal dos “homens das cavernas” do nosso tempo?!
Protestar contra a realização da Copa
do Mundo no Brasil virou pano de fundo para o extravasamento do instinto
selvagem de um numerosíssimo bando de loucos, débeis mentais – com todo o
respeito aos que sofrem de alguma debilidade mental, condição que produziria a
inimputabilidade penal, de acordo com o nosso ordenamento jurídico – em pleno gozo
de suas faculdades físicas e psíquicas.
Ora, as bestas que estão indo às ruas
depredar o patrimônio público, roubar, furtar e agredir não saíram de hospícios
ou de clínicas de reabilitação. São nossos vizinhos, talvez colegas de
trabalho, transeuntes quaisquer, sem nenhum traço aparente de anormalidade
mental. São, portanto, responsáveis pelos seus atos, conscientes dos delitos
que estão praticando.
Não há clamor popular, não há Copa,
Carnaval, corrupção, insatisfação – seja esta motivada pelo que for – que
justifique o que vem acontecendo no Brasil. Por qualquer motivo, ônibus são
queimados, o direito de ir e vir é obstaculizado, o comércio é saqueado,
pessoas agredidas, rodovias interditadas, enfim, a vida para, e para
violentamente, porque uma meia dúzia ou dúzias de pessoas resolvem protestar
contra o que lhes der na telha.
A imprensa fica “cheia de dedos” para
tratar do assunto. Geralmente, as notícias vêm com a seguinte ressalva: “… a
manifestação começou de forma pacífica, até que um pequeno grupo de vândalos
resolveu depredar… etc., etc., etc.”.
Pequeno grupo??? E, desde quando um
pequeno grupo pode se sobrepor à maioria e impor, de forma violenta, a sua
vontade? O constitucional direito ao protesto não justificaria isso. E, se não
justifica, não respalda. No caso, inexiste esse direito. Em não existindo,
gera, obviamente, o dever do Estado de combater todas as formas de protesto que
atinjam, mesmo que minimamente, a paz social e o bem-estar coletivo.
O pior de tudo, é que não há
violência apenas nos protestos. Não há só primitivismo no bestial linchamento
de um inocente. Nas mais banais atitudes do dia a dia, nós, autodenominados
cidadãos, tomamo-nos de uma fúria que, na comparação, nos iguala aos
loucos e aos violentos que gostaríamos de ter, e ver, à distância.
Meu filho, de apenas 11 anos, ao
assistir ao noticiário da TV em que um homem – por coincidência, deficiente
mental – é brutal e gratuitamente assassinado, sentenciou: “Pai, no Brasil tem
que ter pena de morte. Um cara que faz isso tem de morrer”.
Atordoado, pus-me a pensar: estamos
agindo como primatas, hominídeos. Selvagens. Matamo-nos uns aos outros, ainda
que, em muitos casos, não usemos da violência física, seja nas ruas, em casa ou
no trabalho.
Somos todos imbecis?!
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