Os milicianos do PT andam berrando que Dilma e Lula decidiram
ver a Copa sem sair de casa porque só há lugar para ricos nas arenas padrão
Fifa. Como os ingressos são muito caros, explicam, os estádios superfaturados
estão infestados de bucaneiros da elite golpista, paulistas quatrocentões,
loiros de olhos azuis e outras ramificações da tribo de tal forma selvagem que
xinga até a presidente da República. Não sobrou nenhuma vaga para o povão.
Deve-se deduzir, portanto, que os ex-pobres que ingressaram na classe
média graças a Lula não têm dinheiro para o ingresso que lhes permitiria ver um
jogo de perto. Mas estão mais felizes do que nunca, como os demais excluídos
dos monumentos à gastança irresponsável: do lado de fora dos estádios, a
euforia com a Copa das Copas segue garantindo aos inventores
do Brasil Maravilha a liderança do campeonato mundial de
popularidade. Todos estão grávidos de gratidão ao padrinho e à afilhada.
Se é assim, o que esperam o ex-presidente e a sucessora para vingar-se
dos bárbaros que traíram a pátria no Itaquerão? Para tanto,
bastaria que Lula e Dilma aparecessem sem aviso prévio numa estação do metrô de
São Paulo. Já que a dupla está tão bem no retrato, não há nada a temer.
Coragem, companheiros.
Para festejar a
aposentadoria eleitoral do dono do Maranhão, a seçãoBaú de Presidentes republica o post que
narra um encontro entre o colunista e o vice de Tancredo Neves promovido
a chefe de governo pelas bactérias do Hospital de Base de Brasília.
A leitura remete
à pergunta feita durante alguns anos por milhões de brasileiros: como é que o
Brasil aguentou cinco anos de José Sarney? A resposta chegou neste começo de
século: um país que resiste a Lula e Dilma sobrevive a qualquer flagelo em
forma de presidente.
Publicado
em 7 de dezembro de 2009
Foi o jornalista
Getúlio Bittencourt, chefe da sucursal de VEJA em
Brasília quando eu era editor de Política, quem disseminou a praga do
café da manhã com figurões federais. A novidade surgiu no início dos
anos 80. E pegou, para desconsolo dos passageiros da noite.
Horários historicamente obscenos para jornalistas ─ sete, sete e meia
da madrugada ─ foram logo incorporados à rotina de trabalho. Culpa de
Getúlio Bittencourt, meu velho amigo que morreu tão cedo.
Fui a Brasília
em setembro de 1982 para um giro pelo coração do poder. Num fim de
noite, veio com a sobremesa a notícia de que o dia seguinte
começaria com a aurora.
─ Temos um café
da manhã ─ avisou Getúlio na mesa do restaurante. ─ Com o Sarney.
Sete e meia lá no Lago Sul.
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