Por Aquiles Emir
O senador João Alberto, presidente da executiva
estadual do PMDB, parece ter mudado de planos, pois não demonstra mais tanta
convicção de que irá se aposentar após conclusão do seu mandato em fevereiro de
2019. Semana passada, ao participar da inauguração do comitê eleitoral do
candidato a vereador Nival Costa, no bairro do Codozinho, em São Luís, ele
anunciou que será candidato a governador em 2018.
O nome de João Alberto vem sendo sondado desde
2014, depois da desistência de Luis Fernando Silva, mas ele preferiu se manter
afastado do pleito porque já havia se compromissado com a eleição do filho João
Marcelo, que disputava uma cadeira na Câmara Federal. Caso resolvesse concorrer
com Flávio Dino (PCdoB), João Alberto teria que abrir do projeto do filho, pois
muitas lideranças do interior iriam fazer essa exigência para poder apoiá-lo,
principalmente os candidatos a deputado.
Desde o ano passado, o senador vinha garantindo que
não disputará a renovação do seu mandato ou outro disputará outro cargo ele em
2018, pois o único desejo que o move para ainda se manter na vida pública seria
uma cadeira na Câmara Municipal de Bacabal, ou seja, queria encerrar sua
carreira política, em 2020, como vereador da cidade onde começou na vida
pública, mas nos últimos dias vem fazendo nova pregação, dizendo estar se
preparando para suceder Flávio Dino, ao qual não poupa críticas.
João Alberto já foi vice-governador duas vezes, de
1987 a 1990, de Epitácio Cafeteira, e de 2009 a 2010, de Roseana Sarney. Ele
governou o Maranhão por 11 meses, em 1990, quando concluiu o mandato de
Cafeteira. Sua principal marca foi um rigoroso combate à violência.
Segundo algumas lideranças do PMDB, o discurso
proferido no Codozinho foi a repetição de muitos outros que ele vem fazendo,
tanto em São Luís quanto no interior do estado, onde apoia dezenas de
candidatos a prefeito e vereador. Caso realmente se candidate, o combate à
violência, que chegou a números assustadores no Maranhão, poderá ser sua
principal bandeira.
Outra motivação de João Alberto seria a efetivação
do presidente interino Michel Temer, que poderá ser candidato à reeleição em
2018. Caso isto ocorra, Temer precisará de um palanque no Maranhão, e João
Alberto poderá ser seu representante, embora a ex-governadora Roseana Sarney
sempre seja apontada como candidata natural do PMDB, mas esta parece mais
inclinada a disputar uma cadeira no Senado, justamente a de João Alberto.
Se apresentando como pré-candidato, faltando mais
de dois anos para a eleição, João Alberto começa a demarcar terreno e,
dependendo do número de prefeitos que eleger, poderá ser um forte candidato ao
Palácio dos Leões.
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