A tragédia ocorrida
em Viana no fim de semana, após um confronto armado entre uma família de
agricultores e indígenas da etnia Gamela – que ainda aguardam reconhecimento da
Funai sobre demarcação da terra – estava anunciada há mais de um ano.
Esse é o período
durante o qual moradores da cidade que vivem da agricultura de subsistência
aguardam do Ministério da Justiça, da Funai e do poder público estadual uma
solução para um conflito que começou desde que chegaram a uma área compreendida
por Viana, Matinha, Penalva e Pedro do Rosários homens que se auto-intitulam
indígenas e que reivindicam a posse de terras ocupadas pelos trabalhadores há
quase 100 anos.
Desde então, a ação
dos Gamela é cada vez mais recorrente e os agricultores reclamam de violência –
há casos de pessoas sendo expulsas de suas propriedades.
No domingo, 30,
moradores de Viana se reuniram em praça pública, quando receberam do deputado
Aluisio Mendes (PTN) e de outras autoridades uma palavra de conforto: que
aguardassem, sem violência, por mais 15 dias, porque o Ministério da Justiça
assumiria a causa para dar uma solução definitiva.
Uma ação inusitada
dos índios, no entanto, elevou o nível de tensão. Eles fizeram refém uma
senhora de mais de 80 anos. Amarraram e amordaçaram a mulher, como uma espécie
de recado aos demais.
Depois, partiram para
tomar mais uma propriedade. Mas a família recebeu os invasores à bala, num
confronto que terminou com duas pessoas gravemente feridas – os índios relatam
que houve vítimas com mão decepadas e dizem que foram eles os atacados quando
deixavam uma área.
Já passa da hora de a
União – ou o Estado – interceder, para evitar mais mortes.
Sem energia – Os
auto-intitulados índios Gamela não têm ameaçado apenas moradores da Baixada
Maranhense na luta pelo reconhecimento de suas terras.
No início do ano,
eles chegaram a impedir o trabalho de uma equipe da Cemar no local. Os
trabalhadores implantavam uma nova linha de transmissão de energia.
Armados de arcos e
flechas, eles cercaram a equipe de trabalho, e a ameaçou.
Tentou – O deputado federal
Aluisio Mendes (PTN) bem que tentou, mas não conseguiu evitar que a tensão
entre agricultores e índios Gamela descambasse para um confronto aberto.
No domingo, 30,
diante do acirramento dos ânimos, ele chegou a pedir aos trabalhadores rurais
ameaçados pelos indígenas mais tempo para que o poder público agisse
– Estou pedindo a
vocês 15 dias de prazo. Nós vamos a Brasília de novo nesta semana, relatar o
que nós vimos, e pedir providências imediatas -, discursou Mendes. O apelo não
foi atendido.
Coluna Estado Maior
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