MANUAL DO BOM PREFEITO
Junior Pacifico de Paula – Engenheiro – Empresário – Ambientalista
Com mais de 155 milhões de eleitores distribuídos em 5.570 cidades, no próximo dia 6de outubro, o brasileiro começará a escolher os prefeitos das cidades onde reside. É uma tarefa muito importante, pois é a escolha daquele que governará a cidade na qual residimos por quatro anos.
Aqui no estado do Maranhão, existe a máxima de que, para ser um bom Gestor são, preciso atender a dois pontos: primeiro, manter as ruas limpas, sem buracos, praças conservadas e com meio-fio caiado; e segundo, e principal ponto, manter os funcionários municipais recebendo em dia. Porém, será que é só isso? Porque essas questões, antes de qualificar o prefeito como um bom gestor, são, no mínimo, nada mais do que obrigações inerentes ao cargo.
Em uma carta publicada em 1811, o escritor e filósofo francês Joseph de Maistre disse que “cada povo tem o governo que merece”. Partindo dessa premissa, em um estado como o Maranhão, que detém os piores indicadores sociais do país, não podemos esperar muito dos nossos prefeitos. Afinal, eles são frutos do meio em que vivem.
Temos, porém, que pontuar que quando nos cercamos de uma equipe competente, os resultados vão aparecer. Ou seja, esqueçam de colocar em funções básicas, como secretarias e assessorias, pessoas apadrinhadas por grupos políticos e econômicos, que não irão somar em absolutamente nada à Vossa administração. Tenham apenas pessoas competentes, por meritocracia.
Como podemos conceber que nossas cidades, inclusive as pequenas, não tenham um plano diretor, que nossos gestores não tenham a mínima ideia da vocação econômica de sua cidade e que não tenham um plano claro de como desenvolver e estimular essa vocação?
É impressionante que não tenham a mínima ideia do potencial econômico das mesmas. É necessário ter um diagnóstico perfeito da cidade: quantos comércios, quantas indústrias e como estimular o crescimento econômico dessas empresas.
Como nosso estado tem, na maioria das cidades, a agricultura como principal atividade, procure saber sobre o zoneamento agrícola da sua região. Busque parceria com as secretarias estaduais, com a EMBRAPA, com o SENAR.
Enfim, mexa-se!
Na administração pública, assim como em qualquer empresa, existe uma palavra mágica para um bom gestor: PLANEJAMENTO. Você tem ideia de quais serão suas ações para os próximos 30 dias? Se não tem, saiba que deveria ter um planejamento estratégico para os próximos quatro anos em que você estará no poder. Os atos e ações pontuais que você faz no seu cotidiano praticamente não somam nada ao todo; você tem que ter um objetivo claro e definido, uma visão sistêmica de sua cidade, conhecer todos os problemas e ter um leque de opções para resolvê-los. Por isso, é necessário um planejamento a longo prazo, que possa ser seu principal aliado para ser um gestor.
Se você não está familiarizado com questões dessa natureza, coloque pessoas certas nos locais certos, que elas tornarão sua administração absolutamente eficiente.
No Maranhão, é muito comum os prefeitos utilizarem a corriqueira frase: “Que não podem fazer muito, pois o município não tem renda, depende exclusivamente dos repasses do Governo Federal via FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e que as receitas próprias não existem.” Ledo engano. Falta-lhes informação e conhecimento; senão vejamos:
Existem no Brasil algumas centenas de programas e fundos de desenvolvimento, tanto estaduais quanto federais. Existem programas de desenvolvimento que são financiados por grandes empresas nacionais e até mesmo internacionais, e praticamente todos a fundo perdido.
E, pasmem: a maioria desses fundos não são utilizados por absoluta falta de conhecimento e projetos viáveis das prefeituras.
Dia 6 de outubro está chegando, senhores prefeitos. Vocês estão diante de um desafio gigante que assola o Maranhão: o de quebrar o círculo vicioso de pobreza extrema que acomete nossa população. E só existe um caminho a seguir: muito trabalho com competência, inteligência e planejamento. MÃOS À OBRA!!!