quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

VEM AI A REGENERAÇÃO DENTÁRIA


 Pesquisadores do Hospital Kitano em Osaka, Japão, e da Universidade de Kyoto iniciaram testes em humanos de um medicamento experimental capaz de regenerar dentes perdidos. Os cientistas esperam que este medicamento ofereça uma alternativa a dentaduras e implantes e que esteja disponível para uso geral até 2030, no máximo.

Segundo o Science Alert, a equipe, liderada por Katsu Takahashi, chefe do departamento de odontologia e cirurgia oral do Hospital Kitano, estuda há anos os genes responsáveis pelo crescimento dos dentes. Em 2021, eles publicaram um estudo na Scientific Reports, realizado com camundongos, que demonstrou como o bloqueio da proteína USAG-1 poderia permitir o crescimento de novos dentes.

O segredo da regeneração dentária

Em 2024, com resultados positivos em testes com animais, cientistas japoneses decidiram prosseguir para testes em humanos. Em uma entrevista de 2023, Takashi afirmou que, se o tratamento funcionar, as pessoas poderão recuperar dentes perdidos devido ao envelhecimento, acidentes ou doenças genéticas, sem a necessidade de dentaduras.

Como explica a revista Dentistry Today, ao inibir a proteína que produz o gene USAG-1, o corpo “lembra” que tem a capacidade de gerar novos dentes. Takahashi explica que os humanos retêm uma terceira geração de dentes na forma de germes dentários, que normalmente permanecem dormentes. Em pessoas com hiperdontia, essa capacidade é ativada naturalmente.

Este avanço soma-se a outras pesquisas relacionadas. Em 2018, um grupo de cientistas identificou células-tronco específicas (MDPSCs) capazes de regenerar o tecido da polpa dentária, enquanto em 2020 descobriu-se que o implante de células-tronco humanas em dentes danificados poderia reconstruir vasos sanguíneos e nervos.

Nesse mesmo ano, foi desenvolvido um hidrogel contendo células e micropartículas que ajudou a regenerar o osso dentário.

Uma meta ambiciosa para 2030

Em 2024, o tratamento começou a ser testado em 30 homens entre 30 e 64 anos que haviam perdido pelo menos um dente. Cada participante recebeu o medicamento por via intravenosa, e o período de acompanhamento durará 11 meses para avaliar sua segurança e eficácia.

Até o momento, experimentos anteriores com animais não mostraram efeitos colaterais, o que deixa os pesquisadores otimistas. Segundo o jornal The Mainichi, o próximo passo, se tudo correr bem, será aplicar a terapia em crianças que sofrem de uma condição congênita que impede o desenvolvimento de vários dentes.

Takahashi e sua equipe esperam que esse tratamento esteja disponível para o público em geral antes de 2030, tornando-se o primeiro medicamento do mundo capaz de regenerar dentes humanos.

Até agora, as soluções mais avançadas para substituir dentes perdidos têm sido implantes ou próteses, procedimentos que, embora eficazes, exigem cirurgia e manutenção e não se integram biologicamente ao corpo. A possibilidade de cultivar um dente natural a partir do zero abre um novo horizonte para a medicina regenerativa.

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