quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

POESIA - SOMENTE UM ATO - POR RENATO DIONÍSIO


SOMENTE UM ATO


Teu olhar não me ofende e sim teu verbo,

Com esta força podes me assassinar em um só golpe,

Fazer de teu corpo e minha alma enxovalho,

Tanger-me sem compaixão para o cadafalso a galope.


Recusaste incontinente todo meu afeto e carinho,

Por que me hás de ferir com astúcia, se tens tanto,

Eu me fiz teu amante na incerteza e me dei tanto,

Porque me hás de ferir com tanto e grande encanto.


Quando queres meu amor sempre te impõe

Mas não insistas nisso, oh! Não! Que venha a morte,

Posto que se se morre de amor, que seja assim,

De pronto, em teu olhar, há de findar-me a triste sorte.


*Renato Dionísio

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