VOCÊ JÁ COMEU SEU BESOURO HOJE?
Junior Pacifico de Paula – Engenheiro – Empresário – Ambientalista
Quando em 1798, o economista, matemático e demógrafo britânico Thomas Robert Malthus publicou o seu ensaio sobre o Princípio da População, ele preconizava que a oferta de alimentos cresceria de forma aritmética, enquanto a população crescia de forma geométrica, o que, portanto, no futuro tornaria impossível alimentar todos os seres humanos deste planeta.
Quando Jesus nasceu, no ano zero da nossa civilização ocidental, havia no Planeta Terra cerca de 170 milhões de pessoas, no ano 1000 erámos 330 milhões, quando o Brasil foi descoberto em 1500, já tínhamos no planeta 450 milhões, atingimos 1 bilhão de pessoas em 1800; em 2011, chegamos a 7 bilhões de pessoas e o preocupante é que em 2023, ou seja, seja, em apenas 12 anos, o planeta atingiu os 8 bilhões de habitantes, portanto nós percorremos 150.000 anos desde que os primeiros hominídeos surgiram na face deste planeta, para chegarmos ao bilhão de pessoas em 1800, entretanto agora em apenas 12 anos aumentamos a população no mesmo percentual.
Todos os dias em média nascem cerca de 210.000 pessoas e morrem aproximadamente 150.000, temos um crescimento diário de 60.000 seres humanos. Como alimentar tanta gente?
A sorte é que o crescimento vegetativo da população (a diferença entre mortes e nascimentos) vem diminuindo ano após ano, sendo que em alguns países este número é negativo, a exemplo do Japão, onde a população está diminuindo.
Existe ainda um grande agravante, o clima do planeta está mudando em passos largos, pela ação predatória dos homens, os extremos climáticos chegaram para ficar. Em diferentes partes do Globo Terrestre, temos secas, inundações e outros fenômenos climáticos, o ano de 2024 foi o mais quente registrado na história.
A África foi assolada por uma seca sem precedentes, que foi acompanhada de uma praga bíblica de gafanhotos famintos, esta combinação dizimou toda a safra colhida, a Europa foi castigada por um frio polar no inverno e um calor extremo no verão com queimadas terríveis, no nosso Brasil tivemos uma seca terrível, com os rios da Amazônia secando e as queimadas eclodindo de uma forma nunca vista antes, no Rio Grande do Sul as enchentes foram devastadoras.
Os demógrafos acreditam que a capacidade máxima de habitantes no Planeta Terra esteja próxima do limite, seria ela de 13 bilhões de pessoas e por enquanto não um planeta B, para nos deslocarmos.
A boa notícia é que, graças ao progresso científico nos últimos 30 anos, a produção de grãos no mundo aumentou substancialmente, com os alimentos geneticamente modificados, a ciência hoje é capaz de fornecer ao mundo, sementes com maior produtividade, mais resistentes a pragas e mais tolerantes a secas, chuvas e ao frio, isto possibilitou um aumento significativo na produção de alimentos.
Uma grande novidade pode ajudar muito a oferta de alimentos, são as fazendas de insetos, que têm uma capacidade quase infinita de produzir alimentos, devido a rapidez de reprodução dos mesmos, o que antes parecia ficção já é uma realidade na França, na China e em diversos países do sudoeste asiático, esta indústria tem a ambição de produzir proteína animal em larga escala e com uma vantagem adicional, não produzir gases que aumentem o efeito estufa, em comparação com as fontes convencionais de proteínas.
Segundo a ONU, através da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), os insetos são fontes de nutrientes e proteínas de alta qualidade, sendo comparadoa carne bovina.
Bem, no futuro não tem jeito, vamos ter que comer insetos, na China tudo que se mexe vira alimento, o chinês só não come pedra, porque ela não se mexe, os insetos são tratados como iguarias, é bom irmos nos acostumando. Bom Apetite!
