Cuba, a blogueira e o Maranhão.
De modo geral, os grandes meios de comunicação mais complicam que explicam. Igualam blogueira com jornalista. Misturam democracia com ditadura e vice versa.
Quando o assunto é política a confusão tem o propósito de manter o povo distante. Por essa razão muita gente confunde esquerda com oposição, pensando ser a mesma coisa.
Atualmente se diz de esquerda aquela corrente política que defende os interesses sociais e econômicos na perspectiva dos trabalhadores. Ao contrário, de direita são aqueles que defendem os interesses do capital.
Do grande capital privado volátil, sem pátria e sem produção. Já por oposição entende-se a corrente política que se opõe ao grupo que está no poder. E nesse complexo mundo de compromissos e interesses é possível que a elite se divida e encontremos um grupo de direita no poder e outro grupo também de direita na oposição.
Vide os dois partidos que se perpetuam no governo dos Estados Unidos.
No caso de Cuba o governo é de esquerda. Já a blogueira Yoani Sánchez é de direita, pois defende os interesses do grande capital norte americano, que banca seu blog e juntos fazem oposição de direita ao governo cubano de esquerda.
Em termos de ganhos sociais e humanitários podemos comparar Cuba aos países mais avançados da Europa. Por exemplo, lá não tem gente vivendo abaixo da linha de pobreza. Entretanto, por questão de economia, essa breve reflexão se limitará a poucas comparações com o estado mais atrasado da federação brasileira.
Cuba é um país formado por um arquipélago, que no conjunto das ilhas mede um pouco mais que 100 Km2 e sua população é de 11 milhões de pessoas.
O Maranhão tem uma área três vezes maior que Cuba. São 331.983 Km2 de terra fértil, com uma população que corresponde à metade da população cubana - seis milhões e meio de pessoas.
Cuba se libertou da dominação dos Estados Unidos em 1959, com uma revolução popular que envolveu praticamente toda a população cubana.
O Maranhão é um Estado dominado há 400 anos. E ainda hoje engole o choro. Por causa daquela revolução de 1959 os Estados Unidos bloquearam Cuba do resto do mundo em 1962.
Este embargo econômico proíbe os outros países de comercializarem com aquela pequena ilha caribenha. É isso mesmo. É o isolamento imposto pelo poder das armas dos Estados Unidos. Imagino como deve ser difícil produzir petróleo ou energia em uma ilha tão estreita.
Cuba precisa comprar esses produtos de outros países, mas o comércio internacional é controlado pelos Estados Unidos. A contribuição que os cubanos já deram para o mundo na área da educação e da saúde é exemplar. Basta lembrar a recente vacina contra o câncer, e agora o tratamento contra o mal de Parkinson.
É difícil comparar com a situação dos hospitais “Socorões” maranhenses. E se o Maranhão ficasse ilhado do resto do mundo?
São Luís então...
O jornalista Paulo Henrique Amorim alcunhou a grande imprensa de PIG – Partido da Imprensa Golpista. Faz sentido.
70% da imprensa brasileira, sob controle de apenas seis famílias, tenta de tudo para você acreditar que a política de esquerda é um erro, principalmente depois da realização do Governo Lula, e o certo seria acreditar em tudo que eles dizem. Mesmo que seja falso.
Como o receituário neoliberal. Cuba realiza eleição a cada dois anos, e mesmo sem a obrigação de votar quase a totalidade da população participa da votação.
Quando o PIG fala de democracia eles não estão reclamando o direito dos cubanos, que escolhem o que eles acham melhor, nem dos maranhenses que têm escolhido o que tem de pior.
O que o PIG pretende é lhe vender a ideia de que o governo cubano é ruim por natureza. Ou seja, o seu mal é ser de esquerda.
E na opinião do PIG ser de esquerda é ruim, como é - para eles – a Bolsa Família. O que é bom na opinião da imprensa golpista é o imperialismo norte americano e os tucanos/paulistas/neoliberais.
E no Maranhão, bom mesmo é o portal de saída da Amazônia e agora o gás natural. Enquanto os cubanos pegam em armas para lutar contra o inimigo externo, no Maranhão um grupo de pessoas passam 400 dias orando em homenagem à "fundação de São Luís pelos franceses".
Jornalistas e blogueiros, por sua vez, reproduzem o mito.
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