segunda-feira, 19 de agosto de 2013

COMO ESTÃO SENDO NOTICIADOS OS FATOS POLICIAIS?


Por Louremar Fernandes

          É um fato corriqueiro a prisão, por policiais militares, de indivíduos que portam arma de fogo e de outros que, embalados pela empolgação etílica, resolve fazer disparos para cima.
Por corriqueiro que seja, é um comportamento extremamente perigoso. No final de semana mais uma pessoa foi presa nessas circunstâncias. Talvez o fato não se tornasse tão discutido na cidade de Bacabal não fosse o transgressor, filho do apresentador de TV José Ribamar Gomes. O popular Jota Erre, é assessor do deputado federal Zé Vieira Lins. É o porta-voz do deputado em um programa exibido na TV Mearim, de propriedade do parlamentar.


Segundo release distribuído pela Polícia Militar, o jovem Alexsandro Alberto, 21 anos, foi preso na madrugada do dia 18, por volta das 5h30. A prisão se deu depois de informações que chegaram até a central de operações da PM dando conta de que no bairro Santos Dumont,  Bairro Santos Dumont, uma pessoa estaria armada, com sintomas de embriaguês alcoólica, efetuado disparos em via pública, colocando em risco a vida de transeuntes. Em poder do mesmo a PM encontrou um revólver, calibre .32, com capacidade para 06 (seis) tiros, com 05 (cinco) munições intactas e 01 (uma) deflagrada. No momento da abordagem Alexandro, dirigia um Celta, preto, ano 2005, de placas HSF 1677, de Campo Grande- MS, licenciado em nome de Ana Helena S. Matos Castelo Branco. Alexsandro não apresentou documentos da arma e tampouco do veículo.


É um tapa na cara quem mesmo?

Os comentários sobre a prisão se dão justamente em torno de como o apresentador Jota Erre deve noticiar o fato. Copiador inveterado do apresentador Datena, ele costuma usar os mesmos jargões em seu programa para noticiar os fatos policiais da região. Expressões como “isso é um tapa na cara da sociedade” e “é preciso restabelecer a ordem”, são usadas repetidamente.

Ao divulgar o trabalho da polícia, prisões das mais variadas, pelos mais variados delitos, são noticiadas e os presos exibidos à exaustão. Em alguns casos até com tons de sarcasmo por parte dos repórteres e pelo apresentador. A conduta mereceu até uma reprimenda da Procuradora da República no Maranhão em (releia)


Quando a notícia acontece dentro de casa

A prisão do filho do apresentador Jota Erre não é o que de mais grave acontece no meio policial. Mas é grave. Contudo, é um jovem bem criado que errou como  tantos jovens erram. Os pais não podem ser culpados pelos erros dos filhos. Precisam ter a serenidade necessária e humildade para uma reflexão ajustada dentro dos limites familiares.

Mas será que os profissionais de imprensa se colocam no lugar dos pais e mães de outros tantos jovens que são flagrados em erro e conduzidos para a delegacia?  Este é o xis da questão. Que tipo de informação e sob quais critérios éticos está se produzindo a informação para levar até a casa dos bacabalenses?  E se cada um profissional questionasse ao seu âmago: como eu procederia se fosse o meu filho numa situação dessas, como eu gostaria que ele fosse noticiado? Desta vez foi.






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