A greve dos bancários chegou ao terceiro dia útil sem previsão de
chegar ao fim. Nesta segunda-feira (23), o Sindicato dos Bancários realizou
novo ato público, na Rua Grande. Ficou decidido que um quarto ato acontecerá,
desta vez, em frente ao Banco da Amazônia, na Praça Dom Pedro II, no Centro
Histórico. A concentração deve ocorrer a partir de 9h desta terça-feira
(24).
Esta já é a quarta ação promovida pela categoria desde o início da
greve. Eles planejam no fim do dia, às 17h, se reunir novamente, na sede do
SEEB-MA, na Rua do Sol, para avaliar a Campanha Salarial em todo o país e para
discutir os próximos passos do movimento.
Até o momento nenhuma proposta ou agenda de negociações foi
apresentada por parte dos banqueiros ou do Governo Federal. O sindicato também
não manifestou nenhuma proposta, entretanto, a assessoria de comunicação do
SEEB-MA informou que até o final da semana deve surgir uma proposta de
negociação.
No Maranhão, a greve se fortaleceu nesta segunda-feira com a
adesão de mais bancários, principalmente no interior do Estado. Hoje (23),
todas as agências públicas e privadas de Caxias e Açailândia foram fechadas. O
mesmo ocorreu em outras cidades.
No Brasil, as paralisações atingiram 9.015 agências e centros
administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito
Federal, um crescimento de 23,8% em relação à sexta-feira (20).
Os bancários cruzaram os braços desde quinta-feira (19). Os
trabalhadores votaram pela paralisação depois que a Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) se recusou a atender as principais reivindicações da categoria
relativas ao reajuste de 22%, contratação de mais bancários, combate ao assédio
moral, saúde, segurança, dentre outras.
Outro fator que fez os trabalhadores radicalizarem o movimento foi
o reajuste de 6,1%. O índice é considerado muito baixo pela categoria diante do
lucro do setor, que se aproximou dos R$30 bilhões somente no primeiro semestre
deste ano.
A Gerência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MA), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Cidadania (Sedihc), está orientando os consumidores sobre como proceder durante o período da paralisação dos bancários. De acordo com o órgão, a greve não exime o consumidor de pagar as suas contas até o vencimento, desde que, ao procurar o fornecedor, este proporcione outro mecanismo para o pagamento.
“Até a data do vencimento, as contas podem ser
pagas em caixas eletrônicos, correspondentes bancários, débito em conta,
internet banking, entre outros. Desse modo, o consumidor tem várias
possibilidades para manter suas contas pagas dentro da data correta”, alertou o
gerente do Procon, Kleber José Moreira.
O Procon-MA orientou que o consumidor busque meios
alternativos para efetuar o pagamento. As mensalidades podem ser negociadas diretamente
com o fornecedor, a exemplo de escolas ou operadoras de planos de saúde. O
consumidor deve pedir uma prorrogação do prazo de vencimento ou outra forma de
pagamento, como débito na conta. De acordo com o órgão de defesa do consumidor,
as empresas são obrigadas a oferecer outras opções.
Caso o consumidor tente negociar com o fornecedor a
disponibilização de forma alternativa para o pagamento da conta e o mesmo se
negue, o consumidor deve formalizar reclamação junto ao Procon-MA, levando as
provas da negativa (protocolo, e-mail, nome do atendente, data e hora do
contato, etc). Caso o consumidor tenha buscado o fornecedor para tentar quitar
suas contas e não obteve resposta positiva, o fornecedor não poderá cobrar
juros ou multa por atraso.
Nenhum ônus do período da greve poderá ser transferido
ao consumidor. Nos casos de contas que já se encontram vencidas, mas que, com a
greve, tiveram acréscimo do valor por aumento dos dias de atraso e consequente
incidência de juros, o raciocínio é o mesmo, o consumidor deve entrar em
contato com o fornecedor para que o mesmo viabilize forma alternativa de
realização do pagamento no exato valor correspondente à data da solicitação.
O Procon-MA alerta, ainda, que o consumidor deve
ter cautela ao utilizar o caixa eletrônico para o pagamento de suas contas, evitando
pedir ajuda a terceiros desconhecidos.
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