Ex-médico foi recebido sob vaias e xingamentos das
vítimas; ele foi condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 pacientes
O
ex-médico Roger Abdelmassih chegou por volta das 15h30 ao Aeroporto de
Congonhas, em São Paulo, onde passou por exames de corpo delito na tarde desta
quarta-feira, 20. Depois de prestar depoimento, o ex-médico Roger
Abdelmassih saiu, por volta das 16h40, do Aeroporto de Congonhas, de onde
seguiu com quatro viaturas da Polícia Civil para o Presídio de Tremembé.
Abdelmassih, de 70 anos, foi preso na terça na cidade de Assunção, capital do
Paraguai. Ele estava foragido desde janeiro de 2011 e foi condenado a 278 anos
de prisão pelo estupro de 37 pacientes.
Abdelmassih foi
recebido sob vaias e xingamentos pelas vítimas, que gritavam palavras como
"maníaco" e "vagabundo". Houve tumulto e princípio de
confusão, já que algumas mulheres tentaram invadir a área isolada pela Polícia
Federal. O ex-médico esboçou um sorriso.
"É uma
sensação de alívio que nós já tivemos no passado. Mas ainda precisamos esperar
a Justiça. De qualquer forma, é uma sensação de vitória", disse a vítima
Cristina Silva, emocionada.
Choro. O delegado
Osvaldo Nico Gonçalves disse que o médico Roger Abdelmassih chorou ao ser
fichado na Delegacia de Atendimento ao Turista do Aeroporto de Congonhas.
"Ele chorou ao falar da sua vida regressa, da sua mulher, dos seus
filhos", disse o delegado.
Ainda segundo o
delegado Gonçalves, o ex-médico afirmou que era inocente e que confiava na
Justiça para obter sua liberdade. No depoimento, ele confirmou que estava no
Paraguai há três anos.
Prisão. Na terça,
escoltado por policiais armados com fuzis e vestindo um boné, o ex-médico foi
levado para o aeroporto de Assunção, onde foi colocado em um avião da força
aérea paraguaia, que levou o foragido até Ciudad del Este, na fronteira com o
Brasil. Dali, o ex-médico foi conduzido pelos agentes federais até Foz do
Iguaçu, no Paraná, onde passou a noite.
Um dos maiores
especialistas em fertilização in vitro do Brasil, o ex-médico foi preso quando
buscava os dois filhos pequenos na escola. Estava acompanhado pela mulher e mãe
da crianças, Larissa Maria Sacco, de 37 anos. Três carros com policiais da
Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai, cercaram o foragido. A
polícia do país vizinho era apoiada por homens da Polícia Federal (PF)
brasileira.
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