A
presidente Dilma Rousseff indicou o nome do jurista Luiz Edson Fachin para o
Supremo Tribunal Federal. A indicação do novo ministro ainda terá de passar por
uma sabatina no Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL),
apoiava a indicação do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
Marcus Vinícius Coêlho. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) conversou muito com
Renan, nos últimos dias, sobre as "qualidades" de Fachin.
A
novela da escolha do 11.º integrante do Supremo durou quase nove meses, desde a
saída de Joaquim Barbosa, que presidia a Casa. "Foi o tempo de uma
gestação", disse um auxiliar de Dilma.
Durante meses, num processo de idas e vindas, constaram
da lista dos favoritos o tributarista Heleno Torres, o jurista Clèmerson Clève,
e os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luís Felipe Salomão,
Benedito Gonçalves, Herman Benjamin e Mauro Campbell.
Em
um encontro realizado na segunda, 13, com a presidente, Renan afirmou que
apoiaria a indicação de Fachin. Apesar da sinalização de apoio, o presidente do
Congresso alertou Dilma para uma possível reação de integrantes da base aliada,
que levaria a uma derrota do governo na indicação. O nome apoiado até então por
Renan e lideranças do PMDB era o do presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado
Coelho.
Uma
possível rejeição de Fachin no Senado estaria ligada ao fato de ele ser próximo
da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT. O nome dele teria sido
apresentado pelo ex-deputado do PT Sigmaringa Seixas.
Renan
esteve reunido com Fachin na última quinta-feira, 9, quando foram apresentados
pessoalmente. A pessoas mais próximas, o senador se disse impressionado pelo
perfil técnico do advogado. A conversa entre os dois ocorreu horas depois de o
senador ter se encontrado com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, ocasião
em que o ministro do Supremo teria defendido o nome de Fachin para ocupar a
vaga deixada por Joaquim Barbosa.
Dilma
chegou a ser acusada de "omissão" pela demora na escolha do ministro
do Supremo. Ela adiou ao máximo a decisão para esperar um momento de menos
turbulência no Senado, por causa da crise política que atravessa o governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário