domingo, 23 de agosto de 2015

COLUNA DO ZÉ LOPES - EX-POABA


Ê ê ô, vida de gado
Povo marcado
Povo feliz”
Zé Ramalho
Mês do desgosto, mês cabalístico, mês pesado, mês comprido e tantos outros adjetivo são empregados  ao oitavo mês do ano. Há tempos atrás, para Bacabal, agosto era o mês do bom gosto, era esperado com ansiedade e se vivia uma semana da mais completa alegria. Hoje, só temos a lamentar, lembrar e ver passar os enfadonhos dias desse tão temido mês.

E ele vem chegando ao seu final, dando seus últimos suspiro e baseado no adágio mais que popular, “Quem não é visto, não é lembrado”, é que mais uma tradição vai caindo no esquecimento, a nossa EXPOABA – Exposição Agropecuária de Bacabal.

Fonte de renda, de lazer, de notoriedade, de emprego temporário, de cultura, a EXPOABA tem uma história linda, que se confunde com a maioria das histórias lindas de Bacabal, apenas na lembrança, e parafraseando o poeta, compositor, jornalista e blogueiro Abel carvalho, “Bacabal é a terra do já teve”, pois é, já teve até EXPOABA.

Maior motivo de alegria das gerações passadas, ela era montada no famoso (na época) sítio do Gerônimo, local onde hoje está edificado o prédio da TELMA, depois levado para a BR 316 onde ganhou o nome de Parque Renato Nunes, doado pelo mesmo para a Associação dos Agro pecuaristas, depois mudado pelo, na época prefeito,  Zé Vieira para Parque Zé Carvalho e depois pelo mesmo Zé Vieira, comentam, vendido para uma rede de supermercados. 

Não se sabe como, mas foi vendido sem que a Associação desse,  pelo menos uma explicação. O certo é que a cidade perdeu mais uma das suas festas tradicionais.

Apesar de Bacabal ser uma potência na criação, comércio de gado e derivados, apesar do prefeito Zé Alberto Veloso ser um dos maiores agropecuaristas do país, assim como o ex-deputado federal Zé Vieira e o deputado estadual Carlinhos Florêncio, apesar de termos um dos maiores matadouros do nordeste, apesar de atrairmos uma gama de empresários do ramo, compradores, vendedores e afins, a festa do gado agora faz parte de um passado, que nenhuma autoridade competente fez, ou faz questão de resgatar.

Bacabal dia a dia vem empobrecendo e a olhos nus vê-se a decadência de uma cidade que já teve dezenas de usinas de beneficiamento de arroz, que já foi a rainha do algodão, que já teve clubes sociais, que já teve times de futebol, que já teve feiras culturais, que já teve festivais de música, que já teve carnavais, que já teve comércio forte, que já teve uma vida noturna atraente, que já teve cabarés, que já teve, que já teve, que já teve, que já teve... até EXPOABA. Não tem mais

A política está bem aí e é hora de darmos uma resposta, é hora de vermos quem realmente tem projetos para a nossa cidade, é hora de protestarmos com o nosso voto de bom senso, é hora de dizermos não ao continuísmo, àqueles que só pensam em si e na família.

Se todos eles estão no poder e a nossa cidade não tem nada, cabe a nós, o direito da mudança. Se Zé Alberto quiser, pode muito bem, no começo de 2016, planejar uma nova EXPOABA, é um bom reduto para quem pensa em reeleição.

Eu ainda acredito, e você?

“Porque gado a gente marca
Tange ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente”

Geraldo Vandré



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