Embora o
agora virtual ministro do Trabalho, Pedro Fernandes, negue ou reafirme o
contrário, a permanência do seu PTB na base do governo Flávio Dino (PCdoB) é
uma impossibilidade do ponto de vista do pragmatismo do jogo político de
Brasília.
O
comunista maranhense é um dos mais mordazes críticos do governo Michel Temer
(MDB), que chama de “golpista”. Difícil, portanto, que o Palácio do Planalto
aceite ter um dos principais auxiliares na base desse crítico.
Mas as
dificuldades de coligação de Flávio Dino com partidos que não fazem parte do
espectro político onde está situado o seu PCdoB são mais reais do que a mera
defecção do PTB. O comunista sabe que dificilmente terá em seu palanque
legendas como o DEM, o PP e até mesmo PSB e PPS, que têm interesses nacionais
em jogo para 2018.
Todos
esses partidos se alinham no campo mais à direita do espectro político. E Dino
se declara de esquerda, com valores de esquerda e visão de esquerda na
economia, na política e na ideia de Estado.
De
postura mais liberal – e antenados com a onda liberal que mobiliza a Europa –
esses partidos tendem a extrapolar o debate na eleição de 2018, fazendo o
contraponto ao conceito de Estado interventor e controlador, com economia
basicamente estatal, defendido por Dino e seus aliados de esquerda, como PT e o
PDT.
Ainda que
o governador tente repetir a postura furta-cor que adotou em 2014 – abraçando,
ao mesmo tempo, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) – a beligerância do
processo de 2018 vai dificultar as coisas para ele. E tudo começa já agora, com
o caminho do PTB.
Estado Maior
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