sábado, 11 de janeiro de 2014

FEITO NAS COXAS: GRUPAMENTO DO CORPO DE BOMBEIROS DE BACABAL NÃO TEM TELEFONE 193 E CORPO SALVA-VIDAS


Por Abel Carvalho

O ex-vereador Osmar Moreira Noleto, que também é jornalista e radialista, dizia em seu programa Roda Viva – na saudosa Rádio Jainara AM -, nos idos e bons tempos, que a cidade de Bacabal tem uma cabeça de burro enterrada em algum lugar que a gente não sabe onde é. Tenho que resgatar essa história que explicar que aqui nessa cidade tudo é muito mais difícil do que nas outras.
Senão vejamos.

O deputado federal José Alberto Veloso Oliveira Filho tirou, dos 16 milhões de reais aos quais tem direito como emenda parlamentar, um pouco mais de 1 milhão de reais para comprar as viaturas e equipamentos que permitiram a implantação do 6º grupamento do corpo de bombeiros do Maranhão aqui em Bacabal.
Essa grana foi anunciada ainda no ano atrasado, juntamente com uma verba para a reforma do aeroporto regional presidente José Sarney – reforma que nunca saiu, diga-se de passagem.

Pois bem. Veloso Filho e Veloso pai passaram o ano passado todinho marcando data atrás de data para inaugurar o tal grupamento de bombeiros. Foi preciso um incêndio de grandes proporções para que o corpo de bombeiros fosse efetivamente instalado.
Mas aí vem a tal cabeça de cavalo. Não é que mesmo com esse atraso todo a instalação do grupamento foi feita nas coxas! Até o momento que em editava esse artigo o cidadão bacabalense ainda não dispunha do telefone de urgência 193 para fazer os seus reclamos e solicitações para o corpo de bombeiros de Bacabal.

Quem tiver um problema e precise acionar os bombeiros tem que ligar para o número convencional 3621-5488. E essa falha só foi descoberta depois que as pessoas que precisaram acionar o corpo de bombeiros e começaram a ligar 193. Mas o que acontecia era que as ligações ou caiam em Santa Inês ou em Imperatriz.
Após o vazamento o comandante do grupamento veio a público explicar que os bacabalenses podiam ligar para a linha convencional 3621-5488 ou para o 190 da polícia militar, que por sua vez acionaria os bombeiros.

Pior foi a desculpa esfarrapada que o comandante deu para o 193 não funcionar. Ele explicou que a operadora de telefonia ainda não tinha disponibilizado uma tal de conversão da linha convencional para 193, pediu mais paciência, disse que tinha dado entrada na documentação em São Luis, etc.

O certo é que a pressa impediu que o grupamento fosse solenemente inaugurado pela governadora Roseana Sarney Murad sem o seu principal elo de comunicação com a comunidade.

E tem mais. Anunciaram que entre os equipamentos comprados pelo milhão do deputado bacabalense estariam 1 Bote inflável para operações aquáticas e 1 Bote de Alumínio que eu imagino ter o mesmo objetivo. Isso demandaria que o 6º grupamento do corpo de bombeiros de Bacabal deveria ter ou formar um corpo de salva-vidas, ou guarda vidas. Salvar vidas não é resgatar corpos no fundo do rio.

Todos nós sabemos que Bacabal é banhada pelo segundo maior rio genuinamente maranhense e que esse rio tem o hábito de matar pelos menos 5 ou 6 incautos por ano. Até agora o bote inflável e o bote de alumínio vão foram vistos por ninguém navegando nas águas do Rio Mearim, nem mesmo nos finais de semana, principalmente aos domingos quando o movimento de banhistas é mais intenso.

A lembrança está feita.

OS MERCADORES DAS CADEIAS



Grades de ferro, muros de cimento e cercas de arame farpado mantêm longe da visão dos brasileiros um negócio da China para políticos e empresários: o fornecimento de marmitas para a maioria dos 550 mil presos no País, que possui hoje a quarta maior população carcerária do mundo. Uma parte das empresas contratadas nem sequer paga funcionários, pois os presos trabalham na cozinha dos presídios, mas cobra do poder público pelas refeições fornecidas preços até duas vezes superiores aos praticados do lado de fora. Para quem simpatiza com a tese de que os detentos não merecem ser bem tratados, há outro dado: esse sistema ineficiente e corrupto consome, no mínimo, 2 bilhões de reais por ano em impostos.

Entregues, com transporte pago pelo Estado, em delegacias, cadeias e presídios, as tradicionais “quentinhas” em embalagens de alumínio são alvo constante de queixas ao Ministério Público Federal (MPF) pelo mau cheiro, aparência, presença de insetos e alimentos fora do prazo de validade. Como se não bastasse, os contratos são renovados sem nenhum governante, independentemente do partido, parecer interessado em rompê-los. Um provável motivo: empresas de marmitas são importantes doadoras de campanhas eleitorais.

Não à toa, a alimentação é, ao lado da tortura e do direito à visita de familiares, uma das três principais causas de rebelião nas penitenciárias brasileiras. Há uma quarta razão, mais perversa e responsável pelo fortalecimento das facções que dominam os presídios. Embora previsto na Lei de Execução Penal e recomendado pelo Ministério da Justiça, a imensa maioria das unidades prisionais simplesmente não fornece itens de higiene pessoal aos detentos, obrigados a negociar sabonete, pasta de dentes e até papel higiênico com as organizações criminosas. Isso gera dívidas que continuam a ser cobradas inclusive após os presos serem libertados. E tornar-se a mais rápida estrada para a reincidência.

Denúncias de superfaturamento e falta de higiene no preparo dos alimentos pipocam em quase todos os estados. “O modelo adotado favorece a fraude”, afirma Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais. “As empresas superestimam a quantidade de presos, vendem um cardápio e entregam outro, e a fiscalização não existe. Como é possível medir mil refeições para ver quais pesam a mais ou a menos?”

Nepomuceno foi, em atuação conjunta com a Polícia Federal, um dos responsáveis pelas investigações da Operação Laranja com Pequi, que desbaratou um esquema responsável pelo desvio de ao menos um terço dos 166 milhões de reais pagos pelo governo de Minas Gerais aos fornecedores de alimentação aos presos entre 2009 e 2011. Sete empresas estão envolvidas, lideradas pela Stillus Alimentação, de propriedade de Alvimar de Oliveira Costa, irmão do senador Zezé Perrella (PDT-MG), que chegou à política depois de presidir o Cruzeiro, time de maior torcida no estado. Em setembro de 2012, o Tribunal de Justiça (TJ) mineiro chegou a invalidar as provas obtidas pelos promotores, mas o Ministério Público estadual recorreu e, há um mês, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou a decisão do TJ.

À época da anulação, os promotores criticaram o fato de Doorgal Andrada, um dos desembargadores que tomaram a decisão, ser irmão do deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB), secretário estadual de Defesa Social quando teriam ocorrido as fraudes. “Na esfera das relações políticas, contam com eficiente ‘blindagem’ que lhes é proporcionada pelos agentes políticos aos quais estão intimamente relacionados, seja em razão do grau de parentesco, seja em razão dos abundantes recursos de origem ilícita que lhes são destinados”, escrevem os promotores na ação. Com a validação pelo STJ, a investigação será retomada, assim como os pedidos de prisão dos envolvidos.

Segundo o advogado da Stillus, Antonio Velloso Neto, as denúncias são infundadas e o STJ ainda não julgou um segundo habeas corpus impetrado por seus clientes. O senador Perrella, afirma Velloso Neto, não possui vínculo com a empresa do irmão. O advogado classifica de “absurda” a queixa em relação ao parentesco entre o desembargador e o ex-secretário estadual. “Não tem nada a ver. A Stillus fornece alimentação para os presídios desde o governo Newton Cardoso, há mais de 20 anos. Por que só agora apareceriam irregularidades?”

Outra investigação, desta vez do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão federal antitruste, apura a denúncia de formação de cartel por mais uma gigante do fornecimento de marmitas a presídios. O nome da Cial Indústria e Comércio de Alimentos, responsável pela alimentação de detentos em Goiás, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pará, chegou a aparecer durante as investigações da Operação Monte Carlo, vinculado ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo a PF, Cachoeira teria usado de sua influência no poder público para a empresa vencer uma concorrência de fornecimento de marmitas no maior presídio de Goiás, estado administrado pelo tucano Marconi Perillo.

Neste mês, uma concorrente da empresa em Brasília entrou com um pedido de liminar na Justiça para anular uma licitação do governo do Distrito Federal, administrado pelo PT. Motivo? A Cial teria solicitado mudanças na redação do edital, inclusive a exigência de cozinha própria instalada. Como a empresa já possui contato com a administração distrital, isso a teria colocado em vantagem em relação às demais. No Pará, em março deste ano, o contrato da empresa com o governo estadual, atualmente administrado pelo PSDB, no valor de 100 milhões de reais foi suspenso por suspeita de contaminação na licitação. Quem se queixou na Justiça e havia perdido o contrato por uma diferença de 1 centavo no preço de cada refeição é a mesma concorrente da Cial em Brasília.

A Cial se defende. Para a empresa, a investigação do Cade baseia-se em denúncia anônima “com toda a certeza patrocinada por uma empresa que não conseguiu sucesso na concorrência”. A fornecedora também negou entregar comida de baixa qualidade e disse que a insatisfação dos presos decorre do fato de “estarem segregados da vida social e sujeitos a rebeliões”. Sobre as liminares em Brasília e no Pará, os advogados da Cial atribuem ao descontentamento de concorrentes.

No Acre, desde a chegada do PT à administração estadual, em 1999, uma mesma empresa fornece alimentação aos presídios, a Tapiri Indústria de Alimentos, de propriedade da família de Pascal Khalil, ex-vereador pelo PCdoB de Rio Branco, ex-secretário municipal de Saúde e atual procurador-geral do município. No ano passado, após inspeção, o Departamento Penitenciário Nacional orientou o estado a rever o contrato por superfaturamento nos valores e pela utilização de produtos com validade vencida. Na eleição passada, a Tapiri doou 257 mil reais ao candidato petista em Rio Branco e atual prefeito, Marcus Alexandre.

“As doações foram feitas de acordo com o que a legislação permite. No passado, também doamos a outros candidatos, não foi só para o PT. A empresa existe desde 1972”, diz o gerente-geral da Tapiri, Lourival Camilo. Segundo ele, são inverídicas as acusações de superfaturamento. A última licitação vencida pela empresa há dois anos, afirma, foi acompanhada por representantes do Ministério Público. O uso de produtos fora do prazo de validade teria sido “um caso isolado”. Quanto ao parentesco com Khalil, Camilo atribuiu às coincidências de “cidade pequena”. “Não tem nada a ver uma coisa com a outra.”

Em março, uma equipe da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Espírito Santo fazia uma vistoria no Centro de Detenção Provisória do Complexo Penitenciário de Viana quando a direção mandou devolver as “quentinhas” a serem servidas na ala feminina por elas estarem “estragadas e fedendo”. Segundo relatos das presas, já foram encontrados pedaços de plástico, vidro, madeira, sacolas e insetos misturados à comida. Por não conseguirem identificar o tipo de carne servido, as detentas criaram um apelido: “carne de monstro”. Muitas disseram passar mal com frequência, com vômitos, dores estomacais e diarreias.

A OAB e o Ministério Público prometem ingressar com uma ação civil pública contra a empresa Viesa, fornecedora de alimentação aos presídios capixabas. Mesmo antes dessa inspeção, as denúncias sobre as marmitas eram frequentes entre os presos, mas só em setembro de 2012 o governo estadual, sob comando do PSB, começou a aplicar multas. “Não consigo explicar a contratação dessa empresa e também não sei por que não se rompe esse contrato”, critica o presidente da OAB-ES, Homero Mafra.

Notícias semelhantes se repetem em várias unidades da Federação. Em São Paulo, entidades de defesa dos direitos humanos nas cadeias da capital avistaram a mesma “carne de monstro”, na forma de hambúrgueres tão brancos que era impossível dizer se eram de boi, porco ou frango. Em 2009, a CPI do Sistema Carcerário encontrou, Brasil afora, refeições em sacos plásticos, denúncias de insetos e objetos estranhos na comida e “quentinhas” rejeitadas amontoadas fora das celas. “A pouca quantidade e a má qualidade da comida servida não condizem com os preços exorbitantes que o contribuinte paga, em média 10 reais por preso”, resume o relatório da CPI. De lá para cá, quase nada mudou.

“Aalimentação é ruim no País inteiro”, afirma o juiz Douglas de Melo Martins, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Conselho Nacional de Justiça. “Os lugares com alimentação boa são exceção e não há dúvida de que este é um fator de desestabilização do sistema. Não se trata somente de direitos humanos: o custo das rebeliões é muito alto, causa insegurança na sociedade e dificulta a reinserção social.”

No livro sobre os mutirões realizados pelo CNJ, a comida é descrita como precária e motivadora da corrupção nos presídios. Em muitas unidades se institucionalizou a prática conhecida como “Cobal”, quando alimentos e outros itens levados por familiares são revendidos em mercados clandestinos. No Rio Grande do Sul, existem cantinas terceirizadas no interior dos presídios, mas os itens são disputados entre as facções criminosas, que os revendem aos presos comuns. Esse tipo de comércio favorece a criação de um elo: fora da cadeia, o preso continua em dívida com a organização criminosa.

O mesmo acontece em relação aos itens de higiene pessoal. Se a família não leva, o detento acaba dependente do comércio clandestino dominado pelas facções. Em janeiro deste ano, a Defensoria Pública de São Paulo denunciou: as presas da cadeia feminina de Colina, em Ribeirão Preto, usavam miolo de pão para substituir os absorventes íntimos. “Lamentavelmente, o Estado omite-se e isso fomenta o crime organizado. Deixa o preso endividado e com obrigações com essas facções, que cobram mensalidade de quem saiu. Como vai pagar? Cometendo novos crimes”, diz Douglas Martins.

Até o fim da década de 1980, o Estado era o responsável pela alimentação dos detentos nos presídios do País. A partir daí iniciou-se um movimento pela terceirização do fornecimento de comida, inspirado no modelo prisional dos Estados Unidos. No início dos anos 2000, o empresário Jair Coelho, apelidado de “Rei das Quentinhas”, foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por superfaturamento na alimentação fornecida aos presídios. Entre 1988 e 2000, suas empresas detiveram o monopólio das marmitas destinadas aos presos cariocas, com um faturamento de 80 milhões de reais por ano. A mulher dele, Ariadne, viraria personagem da crônica social carioca, símbolo da nova classe “emergente” da Barra da Tijuca.

Passados 13 anos, em um único ponto a situação mudou. Hoje não existe um, mas vários “reis das quentinhas” (quadro ao lado). Ao mesmo tempo, aumenta o lobby para expandir a terceirização no País até a administração das próprias cadeias. O Brasil tem atualmente 21 presídios com gestão privatizada. Há quem considere o modelo, à moda norte-americana, uma benesse, mas o fato é que ele não reduz os gastos públicos. Ao contrário. Cada detento no sistema privado, calcula-se, custa perto de 3 mil reais por mês, ante 1,3 mil em cadeias públicas.

Além disso, comprova a experiência nos EUA, o sistema leva a uma mercantilização das prisões. Com 2,3 milhões de encarcerados, as cadeias americanas viraram um grande negócio e dão enorme lucro a empresas dos ramos de telefonia e saúde privada. A revista The Nation publicou recentemente um levantamento do lucro fácil nos presídios de Tio Sam. Uma ligação telefônica de uma cadeia custa 1,13 dólar por minuto, até 30 vezes mais do lado de fora. Apenas uma operadora, a GTL, fatura 500 milhões de dólares anuais com a exploração das chamadas feitas por presidiários.

A privatização das prisões nos EUA não eliminou as denúncias de maus-tratos e torturas. Segundo os defensores de direitos humanos, a fórmula adotada (o governo paga por vaga existente em cada cadeia, esteja ela ocupada ou não) teria levado ao aumento galopante no número de encarcerados e à aplicação de penas mais duras. Dessa forma, o poder público justificaria o modelo de pagamento adotado. “A prisão tornou-se um depósito de pobres”, afirmou ao The New York Times o sociólogo Bruce Western, da Universidade Harvard.

Em São Paulo, que abriga um terço do total de presos brasileiros, o governo aguarda a definição dos terrenos para lançar o edital da Parceria Público-Privada (PPP) para a construção de três complexos penitenciários que abrigarão mais de 10 mil detentos e serão administrados pela iniciativa privada. “As prisões privadas estão entrando como um tsunami no Brasil, infelizmente”, critica a socióloga Julita Lemgruber, ex-diretora do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes. “Espanta-me que o governo federal, do PT, esteja comprando a ilusão de que privatizar uma prisão resolve.” Segundo o Ministério da Justiça, o governo ainda estuda o tema.


Para Julita, o Estado deveria investir na libertação dos presos provisórios (mais de 40% dos detidos no País não foram submetidos a julgamento). “Uma quantidade enorme de presos só está lá por não ter dinheiro para pagar um advogado. Tem de cumprir a lei e dar liberdade condicional a quem tem direito”, defende a socióloga. Muitos adversários das prisões privadas, lembra a estudiosa, argumentam que a medida seria inconstitucional, mas prefere situar sua crítica no campo ético e moral. “Licitar prisões é o mesmo que oferecer o controle da vida de homens e mulheres para quem der o menor preço, como se o Estado tivesse o direito de dispor dessas vidas como bem lhe aprouvesse.”


À parte a imoralidade, sobram denúncias contra as empresas privadas que administram prisões. Considerado modelo, o Presídio Industrial de Joinville, em Santa Catarina, foi alvo de sindicância em junho deste ano por causa da fuga de dois presos. A investigação recomendou a demissão de um funcionário contratado pela empresa responsável, que teria facilitado a fuga. Em setembro, a Polícia Civil do Tocantins afastou funcionários da empresa Umanizzare, que administra dois presídios no estado, por suspeita de participação nas constantes tentativas de fuga no Presídio Barra da Grota, em Araguaína.

Segundo o Sindi- cato dos Policiais Civis do Tocantins, o fato de serem contratados e não concursados deixaria os funcionários mais vulneráveis à corrupção. O presídio privatizado de Serrinha, interior da Bahia, também foi alvo de denúncias da Pastoral Carcerária neste ano por tortura e maus-tratos aos detentos. Em Rondônia, funcionários da empresa Bandolin, outra fornecedora de marmitas aos presídios públicos, foram demitidos ao se comprovar seu auxílio na infiltração de celulares na cadeia de Vilhena dentro de garrafas térmicas.

Os especialistas ouvidos por CartaCapital são unânimes: não se trata de privatizar ou abrir novas vagas, mas de reduzir a superlotação e cobrar eficiência da direção dos presídios. Em termos alimentares, está comprovado, como sugeriu a CPI do Sistema Carcerário, que a comida melhora quando os presos participam de sua preparação, além de garantir ocupação, remuneração e redução da pena. Também influencia no cardápio a parceria com agricultores das regiões próximas aos presídios, como ocorre nas 11 unidades prisionais da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.


“Quando preparada pelos presos, a qualidade da comida é muito superior àquela da terceirizada e custa menos”, diz Camila Dias, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP, para quem as marmitas e seus “reis” são um indício de que a privatização do sistema não é a saída. “Existe hoje um lobby fortíssimo pelo repasse da administração à iniciativa privada, mas as refeições demonstram que esse modelo não é sustentável.”

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

SAUDADE ATRABULSADA DE ZEZIM


Zezim Trabulsi
          

Hoje, se Deus não tivesse precisado de um arquivista para arrumar as relíquias do céu. ele estaria entre nós e comemorando mais um ano. Esse iluminado é  Zezim Trabulsi.

 Tocados pela saudade, todos os instrumentos, uníssonos, celebram em ritmo de  festa, esta data. José Trabulsi, bacabalense até na alma, foi um baluarte na arte de fazer cultura. Tocava violão, sanfona, gaita, tinha coleções e coleções de discos, amava música, teatro, sarau e tinha como ídolo, o velho Lua, o Gonzagão, o Luis Gonzaga. 

Primeiro filho do casal Alberto Trabulsi e Floripedes, ele é irmão de Graça, Graciete, Rachide, Betico, Eliane, Kenedy e Kalil e foi Zezim Trabulsi quem começou a revolucionar a cultura bacabalense. Animador por excelência, ele deixou marcas por onde passou, foi vereador, dono de radiola, dono de aparelhagem, dirigiu por muito  tempo o projeto federal Movimento Brasileiro de Alfabetização com a Mobralteca, teatro volante que levava cultura para todas as cidades do Brasil. 

Zezim foi do pelotão de frente do carnaval bacabalense, tentou fazer a liga das escolas de samba, projeto que não chegou a concluir. Espalhafatoso, contador de causos, colecionador de arte, dramaturgo e amante da música, Zezim deixou um legado de relíquias, como vinis, fitas k7, fitas de rolo, revistas, fotos, recortes de jornais, livros raros e muitos souvenis, um acervo invejável que conta a história, não só de Bacabal, mas de grande parte do Brasil.

 Zezim era rock, reggae, samba, baião, quadrilha,xote, xaxado. Zezim hoje é choro, tocado nos palcos do céu que sob a batuta de Deus e com um regional de anjos, solam a mais bela canção que faz todas as almas dormirem em paz.

Zezim, hoje a tua saudade é a nossa festa e mesmo ausente, cantaremos para que tua alma se encha de luz e acenda mais uma vela no bolo imaginário que celebra esta data.

Como você continua vivo em nossos corações e na alma desta cidade, parabéns..

SAUDADE ATRABULSADA DE ZEZIM

É uma coisa assim desesperada
Como uma escola que atravessa na avenida
Que salta aos olhos e vai além da vida
É dor que dói sem drogas pra curar
São contas que não dá pra se contar
São flores que não nascem em jardim
É a voz da madrugada
Cantando apaixonada
Uma saudade atrabulsada de Zezim.

Zezim
De souvenir em souvenir
Formaste teu acervo pessoal
Colecionaste montes de canções
Confetes coloridos do teu carnaval
Manchetes e recortes de jornal
O som do “Velho Lua” no vinil
A batucada em cada botequim
Tocava a emoção de se sentir assim
Com uma saudade atrabulsada de Zezim

ENCERRAM-SE HOJE AS INSCRIÇÕES PARA O FESTIVAL DE MÚSICA CARNAVALESCA


Célia Sampaio, vencedora do ano passado


Festival, promovido pelo Sistema Mirante, ocorrerá no dia 14 de fevereiro, no Ceprama.

A alegria dos festivais de marchinhas de Carnaval está de volta à agenda cultural. O Sistema Mirante realizará mais uma edição do Festival de Música Carnavalesca, com data acertada para o dia 15 de fevereiro, na arena do Ceprama (Madre Deus). As inscrições, no entanto, serão encerradas hoje, sexta-feira e podem ser feitas pelo e-mail festival@mirante.com.br. Ano passado, pelo menos 100 músicas foram inscritas e a expectativa é de que esse número seja superado este ano.
Entre os inscritos, 12 finalistas serão escolhidos por uma comissão julgadora formada por profissionais da área, para gravarem um CD de divulgação e se apresentarem no dia da competição, no Ceprama. O julgamento acontece durante uma grande festa, com direito a torcida organizada pelos participantes. O álbum com as músicas será distribuído gratuitamente.
- O Sistema Mirante realiza este festival como uma forma de incentivar a criatividade dos compositores, que produzirão músicas para animar o nosso Carnaval. Dessa maneira, contribui para manter a tradição das marchinhas que fazem sucesso nessa época do ano. É uma oportunidade também para promovermos uma grande festa de pré-Carnaval no Ceprama, com a presença de vários artistas. Ao mesmo tempo, estaremos revelando novos talentos - disse Cristina Almeida, coordenadora de Eventos do Sistema Mirante.
De acordo com a comissão organizadora do festival, no ato da inscrição deverão constar, em anexo, a ficha preenchida (disponível no site), a música gravada no formato mp3 e a letra da música, digitada em arquivo formato word. Em caso de co-autoria, será indispensável o envio de procuração digitalizada, por meio da qual o co-autor outorgará poderes ao participante de representá-lo no festival. A procuração deve ter firma reconhecida.
Seleção
Segundo Cristina Almeida, cada compositor poderá inscrever até duas músicas inéditas. No entanto, apenas uma será selecionada. “No caso de haver duas músicas inscritas, elas deverão constar em fichas de inscrições separadas, em arquivos mp3 também separados e as letras das músicas digitadas em arquivos formato word separados”, informou Cristina Almeida.

Ela ainda disse que não será aceita inclusão de parceria após a fase de inscrições. Adiantou que serão premiados os compositores que apresentarem a melhor letra e a melhor música (1º e 2º lugares, sendo R$ 15 mil e R$ 6 mil, respectivamente) e também melhor intérprete (1º lugar), que receberá R$ 4 mil.

PRESOS DENUNCIAM MAUS-TRATOS PELA FORÇA NACIONAL



"Desde que a Força Nacional chegou a gente vem sendo agredido. Eles estão atirando na gente direto com bala de borracha. Tratam a gente feito animais." O relato foi feito ao Estado por um preso, de dentro do Complexo de Pedrinhas, em São Luís, o epicentro da crise penitenciária no Estado e cenário de mortes de 62 detentos desde o ano passado. O Ministério da Justiça vai investigar a denúncia.

Por celular, de dentro da cela, o rapaz, que está no complexo há três anos e meio, relatou violência sistemática por parte da tropa federal. "Mais de 20 pessoas já foram baleadas", diz. "Vieram só para maltratar."

A Força Nacional chegou ao presídio em outubro, após uma rebelião que terminou com 18 mortes. Nesta semana, o governo do Estado renovou o convênio com o Ministério da Justiça para que as tropas fiquem em Pedrinhas mais dois meses.

O detento foi contatado por meio da mãe dele, que estava do lado de fora do presídio. Junto com outros parentes de presos, ela temia pelo uso de armas não letais dentro da unidade, como bombas de gás e balas de borracha. "Na quarta-feira, eram 13h quando ouvi as bombas aí dentro. Eles vão acabar matando alguém lá", disse a mulher.

As principais agressões, segundo o rapaz, partem de um major da Força Nacional. "Ele quebrou um cara, o cara estava com a boca inchada. Isso está errado", disse. Ele não soube informar, porém, o nome do oficial que praticaria as agressões.

Após passar pelas sete unidades masculinas do complexo, o rapaz afirma que a pior situação acontece no Centro de Detenção Provisória (CDP). "Lá eles botam 28 num xadrez só. É para ficar oito pessoas só", diz. Ele afirma que um pavilhão onde caberiam cem pessoas chega a abrigar mais de 300.

Na hora de dormir, diz o preso, muitas vezes é preciso revezar por falta de espaço no chão. "Tem gente dormindo no chão do banheiro, fica com as costas cheias de marca, com aqueles bichinhos, sabe como é que é cadeia, né?"

Mortes. Cercado de companheiros de cela, ele desconversa quando questionado sobre a guerra travada pelas facções Bonde dos 40 e Primeiro Comando do Maranhão (PCM). "Morte sempre aconteceu. Deixa isso quieto."

O preso relata um cotidiano sem higiene nem comida decente. "A carne vem fedendo demais, não presta. Só presta o que nossa família prepara, que está trazendo com muito amor e carinho." No entanto, ele diz que várias vezes as famílias são proibidas de entrar e os presidiários acabam ficando sem comida. Outro problema relatado por ele é a falta de atendimento médico. "Nem todos os presos recebem atendimento. Porque eles colocam na consulta médica e, na hora da consulta, eles não tiram a gente (da prisão). É a maior dificuldade para atender as pessoas."

Investigação. Questionado sobre as denúncias do detento, o Ministério da Justiça afirmou que "o Comando-Geral da Força Nacional determinou a abertura de Processo de Avaliação de Conduta, a fim de apurar os fatos descritos".

"As equipes da Força Nacional atuam em apoio à polícia local e sempre são orientadas a utilizar apenas a força necessária, até mesmo em situações que necessitem intervenção em unidades penitenciárias", afirma a nota do órgão.

O ministério afirma que a Força Nacional definiu como principais objetivos evitar conflitos entre os internos e ajudar na manutenção da ordem. Segundo o governo federal, as tropas recolheram, em parceria com a Polícia Militar do Maranhão, dezenas de armas artesanais no interior do Presídio de Pedrinhas.

Choque. A Tropa de Choque da PM também está no complexo. Segundo o comandante do órgão, Raimundo Nonato Sá, o objetivo da permanência da tropa é criar um clima de quartel dentro da unidade. Entre as medidas adotadas, estão revistas às celas até três vezes por dia.

Contatada sobre as queixas dos presos, a Secretaria de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária afirma que todos os casos de maus-tratos são apurados pela Corregedoria e que os detentos são atendidos por assistentes sociais.

O Estado já havia mostrado a preocupação dos familiares a respeito da situação tensa e da superlotação nas unidades. A reportagem entrou no Presídio São Luís 1, parte do complexo, onde há a pressão das facções sobre os funcionários e outros presos.

O Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão afirma que parte do problema se deve à falta de agentes e também ao uso de funcionários terceirizados no sistema

ASSIS NEGA NOVELA NA RENOVAÇÃO DE RONALDINHO E DIZ QUE TORCIDA PESOU


Assis nega novela na renovação de Ronaldinho e diz que torcida pesou
A reunião entre o presidente Alexandre Kalil e o irmão e empresário de Ronaldinho, Assis, durou apenas 35 minutos. A informação foi passada por Assis, que negou qualquer tipo de novela na renovação de contrato do jogador. Segundo ele, existia um compromisso de conversar com o Atlético-MG somente após o Mundial.
"Não existe novela nenhuma. Nunca existiu. Isso foi invenção da imprensa. Nunca existiu novela. A gente fez uma reunião e foi resolvido. Não sei que novela que se comentou. Mas, enfim, faz parte. Eu tinha um compromisso com o Atlético-MG de falar com o Kalil após o Mundial. E foi o que a gente fez", disse Assis em entrevista à Rádio Itatiaia.
Assis revelou ainda que a identificação de Ronaldinho com a torcida pesou na decisão de renovar o contrato por mais uma temporada. Assis afirma que o jogador está feliz no Atlético-MG e se sente muito a vontade para seguir atuando no time mineiro e ajudar o clube na busca pelo bicampeonato da Libertadores.
"Existe uma relação fantástica, um carinho e respeito muito grande pela torcida do Atlético-MG, por tudo que aconteceu. Ele está feliz, se encontrou com uma torcida que foi extremamente carinhosa com ele e com toda a família. O jogador se sente muito à vontade. Com certeza, isso pesou muito", declarou.


CARDOZO ANUNCIA PLANO PARA CONTER CRISE NO MARANHÃO


Cardozo anuncia plano para conter crise no MAO ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou, nesta quinta-feira, 9, a elaboração de um plano emergencial para tentar minimizar a crise no sistema penitenciário do Maranhão. Ao todo, serão 11 medidas. Entre as principais, está a criação de um comitê gestor que prevê ações integradas entre executivo, legislativo e judiciário, comandado pela governadora Roseana Sarney (PMDB) e supervisionado pelo governo federal.
O plano também terá medidas que foram implantadas anteriormente em outros Estados. Prevê a remoção de presos para presídios federais; a realização de mutirão de defensores públicos para analisar individualmente a situação de detentos; um plano de ação integrada de inteligência prisional; implantação de núcleo de atendimento a familiares de presidiários, com assistência de saúde e psicológica; implantação de plano de atendimento e capacitação para policiais que estão envolvidos diretamente em ações de segurança; penas alternativas e monitoramento. "Algumas dessas ações já foram implantadas em Estados como Alagoas, São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná e deram certo", afirmou o ministro da Justiça.
Quanto à remoção de presos, o ministro disse que não serão informados quando e os nomes de presos transferidos, por questões de segurança.
Cardozo esteve em São Luís para reunião com a governadora Roseana Sarney, no Palácio dos Leões, localizado no centro da capital. O encontro foi feito para tratar sobre ações para o reaparelhamento do sistema prisional maranhense.
Durante a reunião, a governadora Roseana Sarney apresentou os detalhes das ações realizadas até agora para resolver os problemas nos presídios do Estado. No encontro, estavam também presentes a presidente do Tribunal de Justiça (TJ), Cleonice Freire; o coordenador da Unidade de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, desembargador Froz Sobrinho; o defensor geral do Estado, Aldy Mello Filho; a procuradora geral em exercício, Terezinha de Jesus Anchieta Guerreiro; o coordenador do Centro de Apoio Operacional (Caop) Criminal, Claudio Cabral Marques; o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo. Pelo Ministério da Justiça, integram a comitiva a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, e o diretor de Políticas Penitenciárias, Fabrício Neto.
Investimentos
No relatório do governo, consta que estão sendo realizados investimentos de R$ 131 milhões para o reaparelhamento do sistema penitenciário do Maranhão, com a construção de novas unidades prisionais, para que seja, assim, elevado o número de vagas. O relatório diz ainda que já está em construção um presídio de segurança máxima em São Luís com 150 novas vagas. Estão em obras de reforma e ampliação as unidades de Coroatá, com 150 vagas, de Codó e Balsas, cada uma com 200 vagas e em processo de conclusão a construção do Presídio de Imperatriz, com 250 vagas. Segundo o governo, estas e outras medidas vão fazer com que, até dezembro de 2014, o déficit carcerário do estado seja completamente eliminado, após o reforço de 2,8 mil vagas.

Também, está sendo realizada, em parceria pela Polícia Militar, Força Nacional de Segurança e Agentes Penitenciários, a criação da Diretoria de Segurança dos Presídios do Maranhão, que diz estar reforçando a segurança interna nas unidades prisionais da Região Metropolitana de São Luís


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

SAUDADES DE DR. COELHO E SEU BEJA


Hoje o nosso blog lembra com saudades de duas pessoas que nos deixaram há 28 anos para fazer companhia a Deus. Trata-se de Dr. Coelho Dias, ex-prefeito de Bacabal e do senhor Beja, pai do nosso jornalista Abel Carvalho, esposo de dona Naná. Às famílias Coelho e Carvalho, nossos sentimentos saudosos.


HENRIQUE E CONCEIÇÃO, 28 ANOS DE UNIÃO, AMOR, CUMPLICIDADE e FELICIDADE


Hoje, o belo casal Henrique Franklin de Carvalho Nunes e Conceição Mendes, completam 28 anos de uma união feliz.
Ao casal, nossos votos de mais felicidades.
Os filhos – Henrique Junior e Andréia
As famílias Nunes e Mendes




“O que Deus uniu, ninguém separa”.

PREFEITURA DE BACABAL INICIA RECUPERAÇÃO DE RUAS NO CENTRO DA CIDADE


http://whos.amung.us/widget/brasilgeral.pnhDo Blog do Abel Carvalho


Como havia anunciado ainda em dezembro, a prefeitura de Bacabal iniciou nesta segunda-feira a operação tapa-Buracos.
Nesta primeira etapa serão beneficiadas 17 ruas.
Após a conclusão dos trabalhos, a cidade ganhará mais 7 km de pavimentação asfáltica.
Além disso, já estão assegurados cerca de R$ 3.000.000,00 que também serão utilizados no asfaltamento de ruas e avenida.
Nota do blog do Abel Carvalho:
Por entender ser essa uma matéria de grande importância para os moradores de Bacabal busquei na página da prefeitura informações sobre o assunto. O que encontrei foi essa pequena nota e essa única foto. Creio que os assessores do prefeito não julguem a obra um fato tão importante. a reproduzo na íntegra para que a turma da guimba não continue a espalhar por aí o fato de que sou um ferrenho opositor do prefeito José Alberto Oliveira Veloso.