Desde quando Zé Vieira se
tornou politico em Bacabal, principalmente quando, vindo de uma edilidade, se elegeu a prefeito derrotando Jura Filho e
substituindo Jocimar e sua administração desastrosa, que o cenário politico
municipal deu um giro de 360 graus.
Visto pela maioria como o
salvador da pátria, o “osso duro de roer” nocivamente deu inicio a oito anos de
uma gestão “mão de ferro”, perseguidora onde conseguiu como um toque de mágica,
fechar o Hospital Santa Terezinha, o Hospital Veloso Costa, o Hospital Laura
Vasconcelos, o Hospital Bom Pastor, o Hospital José Amourim, o Hospital das
Freiras e a Clinica Santa Joana e ainda pregava que que a saúde municipal ia
bem.
Não dá para não reconhecer
que Zé Vieira teve seus méritos e fez acontecer o novo nas classes periféricas
onde administrações passadas viraram as costas. Legislando em causa própria,
ele comprou uma fábrica de asfalto e vendia asfalto pra si mesmo, mas, em
compensação, os bairros mais carentes se sentiram valorizados.
Mesmo popularizado
implantando o medo, Zé Vieira se mostrou um destemido e chegou a proferir a
humilhante frase: “ - Vou trazer homens da Paraíba
para engravidar as mulheres de Bacabal”, mas o tiro saiu pela culatra,
provou do próprio veneno, e viu, depois de poucos dias que declarou que tinha
uma mulher bonita na cama, a mesma fugir com outro homem vindo da Paraíba, ou
sei lá de onde, e comentam as más línguas, que ela está grávida. Zé Vieira
agora tem que comer no próprio prato em que cuspiu.
Autor de obras magníficas
como vender o parque de exposição aos olhos lassos da Associação dos
Agropecuaristas, invadir terrenos e se apossar, acabar com o carnaval da
cidade, extinguir o Tiro de Guerra, acabar com o futebol amador e com o
profissional, acabar com a cultura, sobretaxar impostos por perseguição,
pressionar ao extremo pessoas que não pensavam como ele, caso de Dr. Juarez,
dona Raimunda Loiola, Pedro Alves, Pedro Santos, dentre outros, ele continuou
com a sua popularidade.
Embora muito querido por
grande parte da população, o “osso duro de roer” sucumbiu à panela de pressão
do senador João Alberto e o caldeirão que ora fervia, hoje se encontra
esfumaçado, sem tampa e esquecido sobre um monte de lenha carcomida por cupins.
Derrotado, já velho, doente,
mente fraca, Zé Vieira não teve o seu final político como esperava, mas a sua
marca é indelével, não se pode falar em politica sem citar o seu nome e, pra
quem chegou em Bacabal para uma aventura e se tornou grande empresário,
vereador, prefeito por dois mandatos consecutivos, deputado federal, secretário de Estado, prefeito pela terceira vez, embora que cassado, ter conseguido
eleger a deputado estadual Carlinhos
Florêncio, Elijo Almeida, Pedro Alves e sua filha Fátima Vieira, não resta
dúvida, é um nome para os anais da história. Apesar de uma vida cercada de
pessoas, filhos, netos, esposas, amigos e afins, Zé Vieira encerra a carreira política sem deixar nenhum sucessor.
Cobrando caro nessa eleição,
ele declarou que só apoiaria dois candidatos, o deputado federal Fufuquinha e o
Governador Flávio Dino. Mesmo com o suposto “acordo” feito com Cesar Brito para
a eleição suplementar para prefeito de Bacabal, o que se vê é a sua total
ausência e até a mão que aparece no ombro do candidato em sua propaganda, foi colocada em
programa de computador, não é a mão pesada de Zé Vieira. Embora ausente, falar
em seu nome, aparecer ao seu lado gera votos e isso é um fato.
Com muita saúde, João
Alberto botou seu bloco na rua e cooptou o apoio do coordenador Gilberto
Lacerda, do ex-vice prefeito Dr. Almir Júnior, dos ex-prefeitos José Alberto
Veloso e Dr. Lisboa, esse emplacou o nome de sua ex-esposa Graciete como
vice na chapa do Edvan, além de ter a grande maioria dos vereadores. O grupo
ficou muito forte.
A campanha do Edvan está na
rua e com muito sucesso, assim como a campanha do deputado estadual Roberto
Costa, presente em todos os eventos, correndo atrás e esperando uma maioria
absoluta e esmagadora, tendo que buscar em outras cidades, apenas o complemento para sua
vitória.
Já o candidato a deputado
estadual Carlinhos Florêncio que é de Bacabal, tem comitês virtuais,
lideranças, em oitenta cidades e investe em todas, menos em Bacabal, tem a situação antagônica ao do
Roberto. Carlinhos tem que fazer a maioria fora e buscar o complemento em Bacabal para sua
vitória. O vereador e candidato a deputado estadual Coronel Egidio, aproveita a grande movimentação da coligação "Bacabal em primeiro lugar" para barganhar votos, e está dando certo.
Quem tem que sair das redes
sociais e botar a campanha na rua é o candidato a reeleição a deputado federal
João Marcelo, que conta com uma equipe muito pequena de trabalho e está
correndo o risco de ter menos votos em Bacabal do que Simplicio Araújo, Júnior
Lourenço, Josimar do Maranhãozinho e Fufuquinha. Até o candidato Estelmo, que não dispõe de recursos, está mais presente.
O movimento dos cinco
candidatos a prefeito de Bacabal, e a polarização entre Edvan (PSC) e Cesar Brito (PPS),
deixa aberta a vaga para uma terceira força que está mais para o professor
Maninho, que faz palanque para o deputado federal Kleber Verde, do que para Gisele Veloso (PR), apesar
de ter colocado seu nome na disputa passada e, para o momento, até que teve uma
votação dentro do esperado.
Já o PSB, preferiu o candidato Luizinho da Padaria,
que talvez tenha uma votação pífia e até agora não atraiu nenhum candidato de nome para
seu palanque, ao contrario do advogado Dr. Estefânio, que colocou seu nome a disposição
mas foi rejeitado por ser membro novo no partido.
Bacabal nunca foi tão
agitado politicamente como agora e, se quem ganha política é grupo, o Edvan
larga na frente e o Cesar Brito não conseguiu sequer, ainda, a mão de Zé Vieira. Talvez
seja um peso que ele esteja tirando dos ombros.