MAMOGRAFIA BILATERAL: O QUE É E COMO É FEITO ESSE EXAME
Mamografia bilateral é o termo utilizado para descrever a radiografia de ambas as mamas.
É a forma mais comum do exame, seja ele requerido com finalidade diagnóstica ou para rastreamento.
A contribuição do procedimento para detectar o câncer de mama precocemente é amplamente reconhecida, graças a informações divulgadas pelas autoridades de saúde.
Foi com base nesses dados que construí um panorama completo sobre a mamografia bilateral, que apresento ao longo do artigo.
Acompanhe e veja respostas para as principais dúvidas das pacientes sobre o exame, incluindo as modalidades, o CID e as vantagens da mamografia digital.
Além de ter maior exatidão, a versão digital pode ser interpretada via telemedicina, conferindo agilidade ao diagnóstico.
O que é mamografia bilateral?
Mamografia bilateral é um tipo especial de radiografia realizada em ambas as mamas.
O conceito é o mesmo que o de outros exames de raio X, com a diferença de que esse é um procedimento feito para obter uma fotografia interna do tecido mamário.
Para tanto, utiliza radiação ionizante, manobras e tecnologia específica para detectar alterações nesse tecido, como nódulos e microcalcificações.
Esses podem ser indícios de câncer de mama, doença que tem alta prevalência entre as mulheres.
No Brasil, a patologia causou mais de 18 mil mortes em 2020 e havia estimativa de 66.280 novos casos em 2021, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
As estatísticas preocupantes fazem do câncer de mama o segundo mais comum entre as brasileiras.
Daí a importância da mamografia, fundamental para o diagnóstico da doença, diminuindo a morbidade e mortalidade.
Rápido e não invasivo, o método é conduzido com o suporte de um mamógrafo, que libera feixes de raios X sobre cada seio para verificar se há tecidos densos.
Essas massas captam maior radiação que as células saudáveis, aparecendo claras nas imagens radiográficas.
Qual é o CID da mamografia bilateral?
O principal CID presente nos pedidos de mamografia bilateral é CID Z12.3.
No entanto, vale lembrar que esse código se refere a exames especiais de rastreamento de neoplasias, também chamados de “screening”.
Caso haja suspeita clínica de alguma patologia, deve-se utilizar outros códigos da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.
Um exemplo são os CID N60 a N64, empregados na investigação de doenças da mama como inflamações, nódulos e displasias benignas.
Tipos de mamografia bilateral
Considerando as diferenças tecnológicas, a mamografia bilateral pode ser dividida em dois tipos: analógica ou digital.
Ambas são feitas com auxílio de um mamógrafo, podendo atender a fins diagnósticos ou preventivos.
Basicamente, a diferença está no modo de aquisição das imagens, mas há outros detalhes que comento a seguir.
Mamografia convencional bilateral
Na mamografia convencional, são aplicadas técnicas de obtenção de imagens a partir da incidência de radiação ionizante.
Para tanto, o mamógrafo deve comprimir bem cada mama, a fim de captar registros de anormalidades com precisão.
Caso contrário, será preciso estender o exame até que as imagens sejam satisfatórias.
No final do procedimento, os registros ficam gravados num filme radiológico, até que sejam revelados.
O processo de revelação é semelhante às fotografias analógicas, que exige a aplicação de produtos químicos para formar imagens em tamanho maior.
Como são registradas em papel especial, as imagens da mamografia requerem cuidados de armazenamento para não se desgastarem.
Afinal, qualquer modificação em seu conteúdo motivará a realização de um novo exame, a fim de que seja possível avaliar o tecido mamário.
A mamografia bilateral é um procedimento feito para obter uma fotografia interna do tecido mamário
Mamografia digital bilateral
Já a mamografia digital bilateral tende a durar menos tempo que a convencional.
Isso porque o técnico em radiologia ou médico não precisam aplicar muita pressão às mamas, uma vez que a tecnologia digital facilita a captação de imagens nítidas.
Além de viabilizar uma observação mais detalhada na tela do computador, usando recursos como zoom, configurações de brilho e contraste.
O menor tempo para o exame diminui a exposição à radiação ionizante e o desconforto para os pacientes.
Outro benefício importante é a qualidade superior das imagens, que não precisam ser reveladas.
Uma vez captado, o sinal da mamografia é enviado diretamente ao computador, onde se transforma em pixels (os menores pontos numa imagem digital).
Falo da mamografia digital direta (DR), modalidade que dispensa qualquer dispositivo intermediário para a formação e observação das imagens.
Outra modalidade semelhante é a mamografia CR ou computadorizada, que armazena os registros inicialmente num chassi eletrônico posicionado na bandeja do mamógrafo.
Para visualizar as imagens, esse chassi é inserido numa leitora de CR para que possam ser estudadas na tela do computador.
Assim, não é necessário usar produtos químicos para impressão dos registros, nem arquivá-los tomando cuidado com o papel radiológico.
Eles podem ser armazenados na nuvem ou computadores junto ao prontuário digital, e acessados sempre que necessário para tirar dúvidas de médicos, equipes de saúde e pacientes.
Quando guardados em softwares modernos, como a plataforma de telemedicina, eles contam com mecanismos de segurança para preservar o sigilo médico.
A agilidade na aquisição de imagens representa mais uma vantagem da mamografia bilateral digital em relação à analógica.
Nesse contexto, os resultados do exame também saem com maior rapidez, apoiando o diagnóstico precoce de diversas lesões e doenças.
Mamografia bilateral possui dois tipos (analógica ou digital), sendo que ambos são realizados em um mamógrafo
Como é feita a mamografia bilateral?
Como adiantei no início do texto, a mamografia bilateral é a forma mais comum para o procedimento.
Entretanto, o exame pode ser solicitado para avaliar somente uma das mamas (mamografia unilateral) em situações específicas.
Por exemplo, quando a paciente teve uma das mamas removida cirurgicamente e deve seguir rastreando tumores com o suporte da radiografia mamária.
Outra possibilidade é a complementação de exame prévio bilateral que tenha detectado alteração em uma das mamas.
Em qualquer dos cenários, o procedimento pode ser conduzido por um técnico em radiologia devidamente treinado.
Tudo começa com o correto posicionamento do paciente – lembrando que homens também podem fazer mamografia.
O técnico orienta o paciente a tirar roupas como blusa, camiseta e sutiã.
Depois, as mamas são colocadas sobre a bandeja do mamógrafo, que é regulada para dar apoio e permitir que o paciente se mantenha imóvel por alguns minutos.
Os braços também são acomodados da maneira mais confortável possível.
Em seguida, o técnico liga o equipamento de mamografia, geralmente com o objetivo de captar duas incidências para cada mama.
Em outras palavras, ele deve obter imagens a partir de dois pontos de vista diferentes.
Dependendo do caso, a prescrição médica indicará incidências adicionais.
Assim que ligado, o mamógrafo aplica compressões leves sobre cada mama, a fim de espalhar o tecido e permitir que a radiação ionizante forme registros nítidos.
O procedimento tem duração média de 15 minutos.
Formação das imagens na mamografia bilateral
Ao atravessar os seios, parte dos raios X é absorvida pelo tecido, enquanto os raios restantes se chocam contra uma placa fotossensível localizada na parte de baixo da bandeja do aparelho.
Está aí o segredo para a diferenciação entre células saudáveis e possíveis áreas doentes.
Normalmente, o tecido mamário saudável aparece em tonalidades de cinza escuro, pois tem baixa densidade e, por consequência, capta pouca radiação.
Por outro lado, trechos endurecidos absorvem mais raios X, deixando pouca radiação passar e escurecer as imagens.
Assim, eles são registrados em cinza claro, destacando-se em meio ao tecido saudável.
Cistos mamários, que possuem líquido em seu interior, tendem a aparecer com um contorno mais claro que o conteúdo.
A mamografia bilateral dói?
Nem sempre, mas o procedimento provoca desconforto devido à pressão sobre as mamas.
Porque essa é uma região sensível para as mulheres, em especial nos dias que antecedem a menstruação.
Nessa época, os seios tendem a ficar doloridos, intensificando o desconforto gerado pela mamografia bilateral.
É por isso que vale orientar as pacientes para que agendem o exame longe do período menstrual, sempre que possível.
Outra boa pedida é priorizar a mamografia digital, pois essa tecnologia exige menor tempo de compressão das mamas e menos manobras para conseguir boas imagens.
Como resultado, há redução do incômodo para as pacientes.
O que significa mamografia bilateral para rastreamento?
Mamografia bilateral para rastreamento é aquela solicitada para o diagnóstico precoce do câncer de mama entre pacientes assintomáticos.
Ou seja, o exame é feito numa população com maior predisposição à doença, a fim de detectar tumores em fase inicial.
Porque a mamografia é capaz de identificar mesmo pequenas lesões que medem menos de 2 cm de diâmetro, sendo imperceptíveis ao toque.
Nesse estágio, o câncer de mama tem mais de 90% de chances de cura.
Daí a indicação da mamografia como exame padrão ouro no rastreio da patologia, que deve ser realizado anualmente por mulheres com mais de 40 anos.
Contudo, o ginecologista, mastologista ou oncologista podem solicitar a mamografia bilateral diagnóstica para mulheres e homens de qualquer idade.
Nesse caso, a finalidade é afastar ou confirmar a suspeita de doenças nas mamas – o que não se resume ao câncer.
Por exemplo, quando as massas são perceptíveis ao toque, têm 80% de chances de serem benignas, apontando para diagnósticos como:
Cistos de mama
Fibroadenoma
Tumor filoide
Papiloma
Lipoma
Hamartoma
Adenoma
Calcificação
Linfonodos intramamários
Coleções líquidas pós-cirúrgicas
Cicatriz pós-cirúrgica estável.
Conforme descreve esta recomendação, as lesões com maiores chances de ser cancerígenas aos seguintes critérios:
Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos
Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual
Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade
Descarga papilar sanguinolenta unilateral
Lesão eczematosa da pele da aréola que não responde a tratamentos tópicos
Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral
Presença de linfadenopatia axilar
Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja, retração na pele da mama, mudança no formato do mamilo.
Lembrando que a solicitação de mamografia é um ato médico.
Com qual idade é recomendado fazer a mamografia bilateral?
Entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) recomendam o exame de rastreio para mulheres a partir dos 40 anos.
O Ministério da Saúde, por sua vez, oferece o procedimento via SUS para mulheres entre 50 e 69 anos, bianualmente.
Já as pacientes que pertencem ao grupo de risco para o câncer de mama devem começar o rastreamento da doença mais cedo.
Os principais fatores de risco são genéticos e hereditários, por exemplo:
História familiar de câncer de ovário ou mama, em especial antes dos 50 anos
Câncer de mama em familiares do sexo masculino
Alteração nos genes BRCA1 e BRCA2.
Como funciona a mamografia na telemedicina?
A mamografia bilateral pode ser interpretada a distância por um radiologista online, com o intermédio de um software de telemedicina.
Hospedado na nuvem (internet), esse sistema faz a conexão entre a equipe in loco e o time de especialistas da empresa de telemedicina.
A equipe Morsch, por exemplo, é formada por 300 médicos de todas as especialidades, garantindo um atendimento ágil 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Para ter acesso ao telediagnóstico, basta que o técnico em radiologia realize a mamografia digital normalmente e compartilhe as imagens na plataforma Morsch.
Um de nossos mastologistas ou radiologistas qualificados dará início à avaliação dos achados, anotando suas conclusões no laudo médico – o que inclui a classificação BI-RADS para dar suporte ao diagnóstico.
Em seguida, ele insere sua assinatura digital no laudo online e o libera no sistema. Dessa forma, sua equipe recebe os resultados da mamografia em minutos.
O laudo pode ser impresso, enviado ou entregue ao paciente dentro da plataforma Morsch, desde que ele tenha login e senha.
Nosso software ainda conta com a proteção da criptografia e diversos serviços adicionais, como prontuário eletrônico, prescrição digital e segunda opinião qualificada.
Conclusão
Mamografia bilateral é um exame rotineiro nos serviços de radiologia, pois tem papel importante na preservação da saúde da mulher.
Contudo, nem sempre há especialistas in loco disponíveis para interpretar as imagens, o que atrasa o diagnóstico e pode diminuir a eficiência do tratamento de doenças como o câncer de mama.
A boa notícia é que dá para reverter esse cenário com a ajuda da Telemedicina Morsch, sua parceira na emissão do laudo digital.
Assim, sua equipe conta com reforço para otimizar a entrega dos laudos de mamografia, sem deixar a qualidade de lado.
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