Animado com a filiação do governador do
Ceará, Cid Gomes, e do ministro dos Portos, Leônidas Cristino, o Partido
Republicano da Ordem Social (PROS) anunciou, nesta quarta-feira, apoio à
reeleição da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014. No entanto, apesar
de assegurar já ter 28 deputados federais - o que o tornaria a sétima maior
bancada da Câmara dos Deputados - na cerimônia de filiação na Casa compareceram
menos da metade disso: apenas dez parlamentares.
Ainda assim, o clima era de otimismo,
mesclado com um intenso governismo. "Nós vamos ajudar na governabilidade
da presidente Dilma Rousseff", disse o líder do partido, Givaldo Carimbão
(AL), que deixou o PSB, partido pelo qual tem quatro mandatos. Sua expectativa
é de que a bancada de 28 deputados dê grande poder de fogo nas negociações com
o Palácio do Planalto, além de facilitar a manutenção do ministro dos Portos na
legenda.
Cristino deixou o PSB quando o partido
do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, rompeu com o governo federal.
Segundo Carimbão, o PROS tem tamanho suficiente até para "sonhar com a
Presidência da República". "O partido já nasce largo, com estatura e
musculatura e pode sonhar o sonho acordado de todos os brasileiros. Chegar à
Presidência da República é o nosso sonho acordado."
Já o presidente do PROS, o ex-vereador
Eurípedes Júnior, de Planaltina de Goiás (cidade a cerca de 60 quilômetros de
Brasília) disse que o conceito de direito e esquerda está ultrapassado.
Eurípedes Júnior destacou que seu partido é de centro. Segundo ele, a principal
bandeira do PROS será a redução de impostos.
O líder da legenda destacou que o
partido conseguiu 1,5 milhão de assinaturas (sendo 515 mil certificadas e
outras 100 mil aptas a serem apresentadas, mas que não foram protocoladas). Ele
aproveitou a cerimônia de filiação dos deputados, realizada no Salão Nobre da
Câmara, para criticar a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva.
Segundo Carimbão, a Rede não teve competência para coletar as assinaturas. Ele
informou ainda que se a Rede não conseguir o registro, três deputados que se
filiariam ao partido de Marina deverão ingressar no PROS.
Custo. Já o secretário-geral da
legenda, Raul Canal, disse que o PROS gastou cerca de R$ 3 milhões para fundar
o partido. Foram usados 600 coletores de assinaturas e para cada uma validada,
o prêmio era de R$ 2. "O dinheiro é proveniente de doações de amigos",
disse ele.
Nos bastidores, o que se sabe, é que
ministros e empresários, com José Batista Júnior, da Friboi, candidato ao
governo de Goiás pelo PMDB, ajudaram a estruturar o PROS. Entre os ministros,
atuaram na estruturação do novo partido Ideli Salvatti (Relações
Institucionais), Fernando Pimentel (Indústria e Comércio Exterior) e Gleisi
Hoffmann (Casa Civil).
Dos deputados que entraram no PROS, só
dois eram de oposição: Major Fábio (DEM-PB), e Dudimar Paxiuba (PSDB-PA). Todos
os outros são governistas. Boa parte é proveniente do PSB, insatisfeitos com o
rompimento de Eduardo Campos com o governo Dilma.
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