Podia circular pelo canavial, achar ninhos de galinha cheios de ovos caipiras, evidentemente, naquelas "paragens" as galinhas eram criadas soltas e sumiam no meio do mato, tinham que serem chamadas com aquele "código" característico "ti-ti-ti-ti", numa mágica, apareciam correndo do nada! E os agregados tinham que ficar vigilantes, pois gambá e cachorro do mato não eram muito raros ali não.
A gente podia chupar cana caiana, ver o monjolo se encher de água, levantar despejando, "enchida" na "cauda".
Podíamos colher a amora no pé, a goiaba subindo na goiabeira e o ingá, no ingazeiro.
O alambique ficava perto da "usina", onde havia um gerador, acionado pela mesma queda d'água do moinho de "fazer" fubá.
Certa vez levei uma reprimenda e um "belo" puxão de orelha por ter experimentado a pinga da cabeça, a primeira que "desce" do alambique. E, graças a Deus, depois dessa, passei a não ser chegado nem à pinga muito menos à cachaça.
E tentações para "abraçar" o vício tive de todas as formas, até jogando futebol, onde alguns jogadores eram adeptos da branquinha do "rosário"! E, na falta, da branquinha podia até rolar" na "boa", um conhaque, um vinho branco ou tinto, diziam que davam "sustança", eu pensava justamente o contrário.
Bom, também, era lembrar da garapa de engenho, aquela gostosura antes de ir pro tacho grandão e virar aquele melado gostoso e depois a rapadura.
Mudando pra Bicuíba, fui morar ali no final da rua, lado direito de quem desce, perto da igrejinha do tio Ramiro, depois Adriano.
Indo lá, hoje, na descida, acaba ram com o meu campinho de "pelada".
Minha lembrança da escola onde era a casa da Dona Aparecida ficou na saudade.
O pé de mexerica onde os passarinhos faziam das suas ao entardecer, aquele barulho ensurdecedor, já era!
Aqueles pés de emboaba onde eu tirava talos para fazer gaiola e alçapão desapareceram com o desmatamento.
Aquela sala do Sô Nico onde a gente ia aprender a "chulear" a barra da calça, se existe, nem sei mais!
Aquela loj a dos meus tios da "banda" dos Rocha, lá da esquina indo pra casa do Zezim Faria, onde fui até "balconista", sem ganhar nada, foi pro chão e construiram outra coisa no lugar.
Aquele "estúdio", onde o Zizico, primo lá de Dom Cavati fazia os fogos de artifício e coisa e tal, é pura saudade!
Aqueles bares de jogar bilhar e sinuca são recordações bem distantes.< br style="color: #a36e0c; font-family: 'Times New Roman', Times, FreeSerif, serif; font-size: 14px; line-height: 20px; background-color: #bc9c4b;" />Recordo do tempo de ir pra casa do Tio Ramiro "filar" andar de velocípede e no carrinho que só o Nivaldo tinha na época.
Mas bom, mesmo, era lembrar do tempo em que um "cara" apareceu em Bicuíba com uma "ruma" de bicicletas, umas boas outras ruins, a grande chance de todos aprenderem a andar de bicicleta. Foi um achado, uma festa, ninguém sabia andar de bicicleta, era a menina da toda "alugando" e se ralando pra aprender a controlar as "duas rodas". Foi aí que aprendi, também.
Acabaram com os "poços" de pescar lambari e cará nos córregos do Chico Frade, Imbira, Palmital, São Lourenço de Baixo, com aquela represa do Emboque. Minhas recordações foram rio abaixo e nas cachoeiras.
E aqueles presépios de Natal feitos com limo de pedras das gr otas e encostas, que a gente ia de casa em casa do Natal até 6 de janeiro, para admirar, será que ainda encontramos algum lá na Bicuíba?
E o campinho de futebol lá acima do cemitério, tem algum "vestígio", ainda?
E aqueles macaquinhos lá na divisa com o Songa ainda existem algum?
A máquina de limpar café do Chafith ali atrás da igreja, ainda tem café pra limpar, ou nenhum dos dois nem sinal?
Saudades do carro de boi do Argemiro, do serviço de som do Tipiu e das músicas do alto falante da igreja.
Cadê meus campinhos de futebol cheios de espinhos naquelas escolas rurais?
E aqueles bambuzais na beira das estradas?
E aqueles pirulitos de bandeja, aquelas broas cabeça de macaco assadas no forno a lenha?
E minhas ruas sem calçamento em Bicuíba e Vermelho Novo?
E a Rua do Sapo e da Gameleira?
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