Não há
hipótese de Executivo e Legislativo em conflito até o fim do ano. Nem até o fim
do mês, quanto mais ao final dos mandados de seus titulares, daqui a três anos e
cinco meses. Muitos antes disso o país estará posto em frangalhos, com um Poder
engolindo o outro como na velha piada em que de noite um cidadão colocou dois
grilos numa caixa de fósforos, imaginando que na manhã seguinte estaria vazia,
já que um comeria o outro. Ignora-se apenas que segmento nacional restará por
último, depois da canibalização dos demais. Militares? Igreja Católica e
Igrejas Pentecostais? Empresariado ou centrais sindicais? Crime organizado, com
os traficantes à frente? Agronegócio ou latifúndio? Ministério Público,
Judiciário ou Polícia Federal? Multinacionais ou intelectualidade
universitária? Quem quiser que opine, mas pela primeira vez desde a chegada dos
portugueses, com breve e limitado interregno dos holandeses, a unidade n acional
encontra-se em xeque. Para sorte nossa, jamais tivemos governadores tão
medíocres e incompetentes, caso contrário a secessão estaria na rua , muito
antes da sucessão. A Federação faz tempo tornou-se uma ficção, na medida da
fraqueza dos Estados, mas como a União se esfacela, sobrará o quê? Um
aglomerado de forças incapazes de atuar em uníssono. No máximo, cada município
se tornará independente, com moeda própria, passaporte e forças armadas. O
triste nessa história de horror é não haver nem milagres. Desapareceram os
salvadores da pátria, que só conturbariam o processo se aparecessem agora.
Sequer sobrou o Lula, última das desesperanças a mergulhar nas profundezas. Das
promessas imaginárias, ninguém emerge. DEVOLUÇÕES FAJUTAS Dos lados da Operação
Lava Jato delatores prometem devolver à Petrobras 247 milhões. Esse gesto
deveria servir para agravar suas penas, pois se roubaram tanto, muitos mais
continuará em poder de amigos e familiares. O ideal para o poder público seria
confiscar-lhes todo o patrimônio, até os chinelos.*
(*)
Carlos Chagas – Tribuna na Internet Copy and WIN : http://ow.ly/KNICZ
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