A tendinite é uma clássica
lesão de sobrecarga (esforço repetitivo) que afeta um ou mais tendões, gerando
muita dor, inflamação e até deformidades ósseas se a lesão for crônica. Os
tendões são estruturas anatômicas que unem os músculos aos ossos dando
movimento aos mesmos. Portanto, em todo corpo, onde há tendão, pode haver
tendinite e no pé e tornozelo não seria diferente!
Tendinite é um problema comum entre pessoas que trabalham duro, com
sobrecarga dos esforços. Ou são atletas que aumentam a intensidade ou mudaram o
treinamento. Os sintomas incluem dor ao mobilizar o pé e tornozelo e,
principalmente, ao longo do curso do tendão. Pode haver além da inflamação
(calor, rubor, edema e dor) formigamento, pontada ou fisgada, devido à
inflamação do nervo que rodeia o tendão.
Anatomia–
Há uma série de tendões importantes no pé e no tornozelo que são fundamentais
para a função diária, caminhada e esportes de impacto. Um período de
recuperação é necessário para satisfazer as exigências crescentes sobre os
tecidos. Se a recuperação for inadequada, isso influencia a não recuperação
celular e leva à inflamação. Portanto, a inflamação do tendão é uma reação
secundária.
Inicialmente, há irritação do revestimento externo do tendão. Isto é
chamado peri ou paratendinite e conduz à degeneração do tendão, tornando-se
mais espesso. O tendão torna-se então mais fraco e perde a sua força
(tendinose), o que pode levar a uma ruptura completa ou parcial do tendão.
Tipos de pé como o pé plano e cavo e alterações no ciclo de marcha
aumentam o risco de gerar uma tendinopatia . Fatores como apenas uma pisada
errada, encurtamentos e outras pequenas alterações que já desequilibram a
musculatura podem gerar o processo degenerativo e é por isso que uma avaliação
ortopédica deve ser feita.
Diagnóstico–
A radiografia simples é recomendada como o estudo de imagem inicial. Os
resultados são geralmente normais, mas o estudo pode revelar calcificação do
tendão, osteoartrite, ou um corpo livre.
Ultrassonografia pode mostrar áreas de tendinose e é útil para a
obtenção de um exame dinâmico. A ressonância magnética também oferece boas
imagens do tendão, especialmente se o tratamento cirúrgico está sendo
considerado ou para avaliar a gravidade e excluir rupturas.
Tratamento–
O tratamento deve sempre começar com medidas conservadoras, incluindo a
proteção, repouso relativo, gelo, compressão e elevação. Medicamentos
anti-inflamatórios não esteróides e analgésicos estão indicados na fase aguda,
bem como modalidades de exercício de reabilitação.
Os pacientes devem reduzir o nível de atividade física para diminuir o
esforço repetitivo sobre o tendão. A duração de repouso relativo depende da
lesão e da atividade do paciente. Os exercícios de reabilitação envolvem um
programa de alongamento e fortalecimento e devem ser iniciados precocemente. Em
casos mais graves, um período de imobilização pode ser necessário para acalmar
a dor e a inflamação antes do início da terapia.
Reabilitação–
Uma terapia eficaz que ajuda a promover a formação de colágeno novo é o
treinamento de força excêntrica, que envolve ativamente o alongamento do
músculo. O exercício excêntrico provou ser eficaz no tratamento de tendinose do
Aquiles e patelar, e pode ser útil para outras tendinopatias.
Outras modalidades de fisioterapia incluem ultrassons, a iontoforese
(carga elétrica para dirigir a medicação para dentro dos tecidos), e fonoforese
(utilização de ultrassons para melhorar a entrega de drogas aplicadas
topicamente), mas há pouca evidência da sua eficácia no tratamento.
Por Dr. Otávio Pinho Filho
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