quinta-feira, 14 de maio de 2020

OPINIÃO – CADERNO ESTADO MAIOR - SEM COMEMORAÇÃO

Entenda as transformações que o coronavírus provocou no mundo | A ...

Há uma notória necessidade do governo estadual em afirmar e reafirmar o sucesso do lockdown sem que haja, de fato, dados – e nem tempo hábil – que possam comprovar que o isolamento obrigatório realmente surtiu efeito. A mais recente tentativa foi do secretário de Saúde do Estado, Carlos Lula, que em rede social, comemorou a redução no número de casos confirmados da Covid-19 em São Luís.

O gestor colocou a redução como uma possibilidade de resultado do lockdown na Ilha de São Luís. Assim como declarações do governador Flávio Dino (PCdoB), que por várias ocasiões ressaltou o sucesso do bloqueio total, a possibilidade levantada pelo secretário também soa, no mínimo, antecipada.

A redução no número de casos em São Luís, ao que parece, está mais para ser consequência da diminuição de testagens do que do isolamento social. Desde o dia 5 de maio, quando teve início o lockdown, o governo vinha testando mais de 923 pessoas por dia. Isso em média.

Já no início da segunda e última semana do bloqueio, o número de testagem caiu: 753 pessoas por dia, em média. Sendo que de domingo, 10, para segunda, 11, foram somente 523 testes.

À coluna, o secretário Carlos Lula garante que não houve redução de testagem. Que o número de pessoas que foram testadas varia por dia “dependendo do interior”.

Então, mais um motivo para que menos casos contabilizados em um dia sejam visto de forma mais fria e dentro da realidade de dias em que se testa mais ou se testa menos.

Case de sucesso – No Maranhão, é cada vez mais claro que a gestão estadual está em plena tentativa de mostrar controle de toda a situação da pandemia no estado.

E os motivos são meramente políticos. Os trabalhos, as postagens em redes sociais, as centenas de entrevistas e as reações a quem se atreve contestar os dados oficiais mostram os objetivos do governo.

Uma prova disso é o lockdownvia Justiça (que evitou desgastes) e também o uso de médicos sem ter passado pelo Revalida para exercer a profissão no estado. Proporcionalmente, o Maranhão ainda amarga números oficiais altíssimos de mortes e contaminação em comparação a outros estados.

Estado Maior

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