quinta-feira, 9 de maio de 2013


CASO DÉCIO SÁ; 18 JÁ PRESTARAM DEPOIMENTO SOBRE O CRIME
Seis testemunhas depuseram no 3° dia da fase de instrução.
Gláucio Alencar cumprimentou a imprensa e se declarou inocente.

          Seis testemunhas de acusação foram ouvidas nesta quarta-feira (8), no terceiro dia de audiências da fase de instrução do assassinato do jornalista Décio Sá. Ao todo, 55 pessoas foram arroladas pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA)  para prestar depoimento nesta etapa do processo, que ocorre entre os dias 6 e 24 de maio, no Fórum Desembargador Sarney Costa, em São Luís. Até o momento, 18 depoentes já falaram em juízo.

Das 10 testemunhas relacionadas, seis compareceram. Uma testemunha passou mal e outras três foram dispensadas pelo MP-MA. O juiz que responde pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, Márcio Castro Brandão, deu início aos trabalhos por volta de 9h40. Ele permitiu que jornalistas acompanhassem a audiência. "Vou pedir ao Conselho Nacional de Justiça que esse processo seja incluído no programa Justiça Plena. Meu trabalho é transparente e acho que vem sendo bem compreendido e bem aceito. O interesse é de que o caso tenha a maior transparência possível", anunciou.
O primeiro a prestar depoimento foi um comerciante supostamente envolvido com agiotagem no interior do Maranhão, que teria sido alvo de um post no blog de Décio Sá. Ele negou qualquer relação com o jornalista e falou sobre os acusados. As outras testemunhas eram vizinhos e parentes dos acusados. Algumas delas disseram desconhecer trechos dos depoimentos que constam no inquérito policial e identificaram alguns dos suspeitos. Duas testemunhas eram parentes de um dos acusados. Depois de argüidas pelo promotor Luís Carlos Duarte, elas foram dispensadas pela defesa. Uma outra identificou alguns envolvidos como freqüentadores da residência onde trabalhava para um dos acusados.
Por volta de 12h00, após o depoimento de cinco pessoas, o juiz Márcio Castro Brandão determinou pausa para o almoço e o retorno dos trabalhos para às 13h, já que foi requisitada a presença de Júnior "Bolinha" para o depoimento da última testemunha. Muita nervosa, a testemunha pediu para usar a balaclava, uma espécie de capuz para proteger o rosto. Ela afirmou    









A advogada de Júnior "Bolinha", Sâmara Braúna, explicou a presença do cliente, que compareceu pela primeira vez às oitivas nesta quarta. "O Bolinha não quis participar das últimas audiências, mas hoje teve um fator preponderante porque uma testemunha disse que o reconheceu em um determinado local. Então, a gente achou importante ela fazer esse reconhecimento hoje aqui", explicou.
Promotor Luís Carlos Duarte e assessores
(Foto: Clarissa Carramilo/G1)
Hoje, 10 dos 12 acusados estavam presentes. Foram eles Glaucio Alencar e José Miranda, apontados no inquérito policial como mandantes do crime e líderes do esquema de agiotagem; Jhonathan Silva, assassino confesso de Décio Sá; Marcos Bruno, acusado de pilotar a motocicleta que deu fuga a Jhonathan; José Raimundo Charles, o Júnior Bolinha, acusado de contratar Jhonathan; Fábio Aurélio Lago, o Bochecha, acusado de fornecer estadia ao assassino em uma casa no Parque dos Nobres; Fábio Aurélio Silva, o Fábio Capital, militar acusado de fornecer a arma do crime; Elker Veloso, o Diego, acusado de integrar a quadrilha; Alcides da Silva e Joel Medeiros, policiais civis que teriam ligação com os possíveis mandantes.
Em alguns momentos da audiência, os acusados conversaram entre si, demonstrando certo entrosamento. Não compareceram Shirliano de Oliveira, o Balão, que ainda está foragido, e o advogado Ronaldo Ribeiro, que está solto, teve o processo desmembrado.
Ao final dos trabalho, o promotor Luís Carlos Duarte comemorou o resultado do terceiro dia de audiência. "Esse dia foi muito positivo. Para alegria do Ministério Público, o processo está andando. O que está em jogo é todo o conjunto probatório e nós estamos trabalhando para que ele demonstre que a linha de raciocínio é a responsabilização desses acusados", declarou.


Gláucio Alencar e José Miranda
Acusado cumprimenta imprensa e se diz inocente
Antes do início dos depoimentos, o acusado Gláucio Alencar cumprimentou os representantes da imprensa e disse ser inocente. "Eu quero dizer pra vocês que eu sou inocente e que, no final, a pessoa que está por trás disso vai cair. Eu tenho fé em Deus nisso", declarou, dizendo também, em seguida, que era amigo de Décio Sá.
O advogado Adriano Cunha revelou que um perito foi contratado para dar novo parecer técnico sobre as escutas telefônicas constantes no processo. "Nós já requeremos a uma perícia privada, do Dr. Ricardo Molina, um renomado perito da Unicamp", revelou.

saiba mais

Segundo dia
Na terça-feira (7), foram ouvidas seis das 10 testemunhas listadas. Uma delas não compareceu à audiência e outras três foram dispensadas pelo MP-MA. Depuseram jornalistas e blogueiros conhecidos de Décio Sá, além de um vereador de São Luís.

Primeiro dia
Na segunda-feira (6), somente seis das 10 testemunhas arroladas foram ouvidas. Uma delas foi dispensada pelo MP-MA e outras três não foram localizadas. O advogado de Ronaldo Ribeiro, Aldenor Rebouças Júnior, pediu o adiamento das audiências e apresentou habeas corpus concedido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), assinado pelo desembargador Raimundo Nonato de Souza. O juiz que responde pela 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, Márcio Castro Brandão, não aceitou os argumentos da defesa e decidiu desmembrá-lo do processo para evitar que os depoimentos de todas as testemunhas fossem adiados.

Fase de instrução
Até sexta-feira (10), serão ouvidas testemunhas de acusação. A segunda semana de audiências será reservada às testemunhas de defesa e, na terceira, os acusados do processo devem ser interrogados. Terminada a fase de instrução, o MP-MA terá que apresentar alegações finais sobre cada um dos acusados. Feito isto, o juiz vai determinar se eles vão a júri popular. Caso contrário, os acusados serão podem ser absolvidos.

Entenda
Décio Sá foi atingido por cinco tiros quando estava em um bar na Av. Litorânea, em São Luís, por volta das 23h do dia 23 de abril do ano passado. O jornalista, que trabalhava na editoria de política do jornal O Estado do Maranhão e era responsável pelo Blog do Décio, morreu na hora.
De acordo com a polícia, Décio foi morto porque teria publicado em seu blog informações sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil, envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes de uma quadrilha supostamente encabeçada por Glaucio Alencar e José Miranda, suspeitos também de praticar agiotagem junto a mais de 40 prefeituras no Estado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário