MARGENS DE SÃO LUIS
Em tuas margens
Há uma flora
Que mais se multiplica
Quando uma criança chora
Pedindo outra palafita
Que a morte não demora
Para almas raquíticas
Com sarampo e catapora.
Cresce em uma periferia
Uma cancerígena miséria
Anti-poesia, anti-humana
Por entre o mangue e por sobre a lama
Floresce em tuas margens
Homens desvalidos
Infâncias sem pastagens
Úteros poluídos...
E mesmo assim, São Luis,
O menino vadio no olho da rua
Teima em ser feliz
Diante da realidade crua
Que o condena a própria sorte
Esfomeado de vida
Só engole a morte
Nas tuas margens, são luis,
Cemitério de crianças opodrecidas.
Alex Brasil
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