Me mancha a pele o ácido
glicólico
Mascaro hematomas com
cristais de gel
Campeiam os pastores o
entardecer bucólico
Varrendo entre os lírios o
que restou do céu
Adentra a minha alma o ato
ecumênico
Agulha e seringa injetam-me
calor
A pedra de amolar com seu
roteiro cênico
Manipula ensimesmada o que
sobrou da dor
Os sinos dobram aflitos sons
ionizados
Sagro
o Deus que reza além dos meus pecados
Molho
a hóstia em vinho, engulo a cor carmim
Beijo
o anjo doido, raso, atarantado
Andante,
errante, casto, quase imaculado
Juntando
pelas ruas o que sobrou de mim.
Do
Livro “ A DOR E EU” de Zé Lopes
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