Uma
característica da cultura nordestina, e em especial a cearense, é a literatura
de cordel. A origem do contexto literário provém do século XII, mas chegou no
Brasil em meandros de 1750. O modo apresentado, em papéis rudimentares e
pendurados em cordas, surgiu a partir da invenção da imprensa em 1450, onde as obras
eram comercializadas pelas ruas da região.
Em
Fortaleza e em sua região metropolitana essa tradição já não é mais vista.
Cordelistas se tornaram “itens raros” ou peças de museus, já que muitos se
reúnem apenas em associações, como a Sociedade dos Poetas e Escritores de
Maracanaú (Sopoema) e Associação de Escritores, Trovadores e Folheteiros do
Estado do Ceará (Aestrofe). Em Maracanaú, na Região Metropolitana da capital, o
cordelista Francisco Melchiades de Araujo, de 63 anos é um destes exemplos.
A
arte do cordel também é conhecida por suas declamações e músicas, antes das
técnicas da escrita e comercialização do material. Francisco revela que ao
longo de sua vida produziu 54 livretos e incontáveis músicas. Apesar disso, ele
que afirma não ter voz para cantar, procura alguém que possa representar sua
arte em música
O
cordelista parou de estudar na terceira série mas reúne informações importantes
sobre a história de sua cultura, como a origem deste nicho nordestino e afirma,
como todo tradicional cearense, que este foi o “dom que Deus o deu”.
Amplos
intervalos de tempo permitem que esses cordelistas cearenses se reúnam e
apresentem trabalhos nos eventos do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. É
possível também, por meio das associações, que estes profissionais possam
concorrer nas competições nacionais em outros estados. Francisco, por exemplo,
ficou em sexto lugar e ganhou um troféu do Segundo Concurso Paulista de
Literatura de Cordel. Os outros cinco que ficaram na frente também são
cearenses.
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