Dois
procuradores do Ministério Público Federal (MPF), responsáveis pelas
investigações da Operação Lava-Jato, embarcaram nesta segunda-feira para a
Suíça para tentar localizar o dinheiro que pode ter sido desviado da Petrobras
para contas no país. O Ministério Público suíço localizou e deve entregar
extratos de uma conta do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto
Costa, acusado de participar do esquema de cobrança de propina, informou o
“Jornal Nacional”, da Rede Globo.
A conta do
ex-executivo da Petrobras tem saldo de cerca de US$ 27 milhões. A força-tarefa
do MPF tentará descobrir a origem do dinheiro e procurar se foram feitas
transferências para outros envolvidos no esquema. Os procuradores também vão
procurar provas de que outros envolvidos na Operação Lava -Jato tenham
movimentado dinheiro no exterior. Entre eles, está outro ex-diretor da
Petrobras, Renato Duque, que está preso em Curitiba, e o lobista Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano. Conforme Paulo Roberto Costa, eles também
participavam do esquema, sendo que Baiano seria operador do PMDB nos desvios de
dinheiro da Petrobras.
A informação foi
corroborada por outro executivo, da empresa Toyo Setal, chamado Júlio Camargo.
Em um depoimento à Polícia Federal, ele garantiu ter feito depósitos no valor
de R$ 6 milhões. A quantia, afirmou, era para a diretoria de Serviços,
comandada por Duque. A maior parte foi depositada no banco Credit Suisse, em
contas indicadas por Duque e pelo subordinado dele, o gerente de Serviços da
estatal, Pedro Barusco.
Júlio Camargo também
disse que repassou entre R$ 12,5 milhões e R$ 15 milhões para Fernando Baiano.
Segundo o executivo da Toyo Setal, esse dinheiro foi levado para um banco no
Uruguai e para várias contas indicadas pelo lobista no exterior.
Com a identificação
de todas essas contas e movimentações, o MPF pretende, o mais rápido possível,
iniciar os processos para repatriar o dinheiro.
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