Com
a desistência da fábrica Condal de fazer máscaras do ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró, lojistas da Saara apostam na reprodução do rosto da presidente
da Petrobras, Graça Foster, para esquentar as vendas do carnaval. A Condal é a
maior do Rio na produção desses artigos.
— Ia arrebentar nas
vendas. Eu ia pedir umas 300 — disse o gerente da Casa Turuna, Marcelo Cervos,
que pedirá máscaras de Graça.
A comerciante
Elizabete Machado disse que compraria as máscaras de Cerveró para as três lojas
que mantém na Saara, mas desde que não houvesse nenhum imbróglio jurídico por
conta do uso da imagem do ex-diretor:
— Agora, pediremos
300 máscaras da Graça para as três lojas.
A iniciativa de ligar
para a Condal e pedir que as máscaras de Cerveró não fossem produzidas partiu
de um advogado da área cível, amigo do filho do ex-diretor, Bernardo.
— Ele comentou com um
amigo advogado civilista, e esse amigo entrou em contato com a empresa — contou
o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que, inicialmente, pensou que um
assistente seu teria feito a ligação. — Conversei com ele (Bernardo) e disse
que meu escritório não atua na área cível. Já que ele tomou a iniciativa de
conversar com alguém, ele fala com essa pessoa e processa a empresa, se tiver
interesse.
Casos como o da
máscara do ex-diretor não têm decisões unânimes no Judiciário.
— Se o juiz disser
que a liberdade de expressão deve ser preservada, se usa (a máscara). Se o juiz
disser que a intimidade e a privacidade devem ser preservadas, não se usa —
disse o professor da PUC-Rio Ricardo Brajterman, listando os argumentos das
partes.
Rubens Glezer, da
FGV-SP, concordou que as decisões do Judiciário sobre o tema não são pacíficas:
— O debate brasileiro
sobre liberdade de expressão está em desenvolvimento. Os tribunais têm tomado
decisões bastante restritivas sobre esse direito.
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