Campus
Universitário do Bacanga é uma comunidade gigantesca, maior do que muitos
bairros de São Luís – e equiparada, em população, a alguns municípios do
interior. São milhares de estudantes, professores, servidores, colaboradores e
comunitários, que ali convivem no dia a dia – estudam, trabalham, comem, se
divertem – e transformam a área em uma verdadeira cidade universitária.
Mas nenhuma segurança
é oferecida a essas pessoas, em nenhuma hora do dia – e o expediente vai da
manhã à últimas horas da noite.
No ano passado,
durante um evento na chamada área de vivência – onde alunos e professores se
reúnem para estudar, divertir-se e protestar – um estudante foi assassinado a
golpes de faca, dentro de um banheiro, sem que ninguém tenha percebido. Nos
últimos quatro dias, duas estudantes foram estupradas na área do Campus, também
sem que ninguém as tivesse acudido.
A Ufma tem uma
Prefeitura de Campus, espécie de gestora da cidade universitária, responsável
pela infraestrutura de transporte, Educação e Segurança da comunidade
universitária. Valores e contingentes são maiores do que os de muitas
prefeituras pelo Brasil a fora.
Mas no que diz
respeito à Segurança, contingente e equipamentos disponibilizados são apenas
para a proteção do patrimônio da própria Ufma. Os homens da segurança
patrimonial não estão treinados e equipados para a proteção de homens e
mulheres que ali vivem diariamente.
A área da Ufma tem
plenas condições e abrigar um quartel da PM, assim como já abriga serviços
outros da área de Segurança, como o Instituto de Criminalística e o Instituto
Médico Legal. A presença de policiais na área inibiria muito mais a ação de
bandidos. E a pergunta que se az é: falta o quê para ser efetivada?
Irmãos de sangue
A reitora da
Universidade Federal do Maranhão, Nair Portela, é irmã do secretário de
Segurança Pública Jefferson Portela.
Os dois chegaram a
ganhar a mídia no ano passado, ao anunciar convênio que garantiria a presença
de policiais militares nas dependências da Ufma.
Oito meses depois – e
dois estupros registrados – a parceria nunca foi efetivada.
Da coluna Estado
Maior, de O Estado do Maranhão
Nenhum comentário:
Postar um comentário