O
governador Flávio Dino (PCdoB) apresentou, por meio de redes sociais, certidão
da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados como prova de
que não relatou o Projeto de Lei nº 2.279/2007, argumento apontado pelo delator
José Filho, ex-funcionário da Odebrecht, como motivo para a empresa conceder a
propina de R$ 400 mil a Dino para a campanha eleitoral de 2010.
O que
chama atenção no documento não é o texto dizendo que Flávio Dino quando foi
deputado federal jamais foi relator do projeto de lei. O que chama a atenção é
a data da emissão do documento: 17 de março deste ano.
Fica a
pergunta: por qual motivo Flávio Dino pediu uma certidão dessa sobre a
relatoria do Projeto de Lei 2.279/2007 com tanta antecedência? Esse
questionamento foi feito ao homem mais forte do governo comunista, Márcio
Jerry, que comanda a Secretária de Comunicação. A resposta? Nenhuma. Até mesmo
porque é difícil justificar o que não tem justificativa plausível.
Mas a
certidão só sugere algo que parece ser recorrente para Dino: ele teve
informações privilegiadas pelo menos um mês antes da citação de seu nome por
delatores da Lava Jato.
Recorrente
porque, na Operação Turing da Polícia Federal, Dino também parece ter tido
informações privilegiadas, podendo agir para proteger a imagem de seu governo
ao demitir semanas antes o principal cabeça o esquema de desvio de dinheiro
público na Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.
Com a
divulgação do documento, Flávio Dino deixou sob suspeita a pessoa que tem todo
acesso aos documentos da delação: o subprocurador-geral da República, Nicolao
Dino, irmão do governador.
Como o
governador não explicou os motivos para pedir uma certidão um mês antes de a
delação ser divulgada, e como até onde se sabe ele não possui “bola de
cristal”, resta ao Ministério Público Federal apurar e buscar a verdade sobre
essa “carta de seguro” apresentada pelo comunista.
Da coluna
Estado Maior, de O Estado do Maranhão
Desde
ontem a imprensa aponta para possível vazamento de informações da delação de
José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, que acusou Flávio Dino
(PCdoB) de ter recebido propina de R$ 400 mil.
E a
suspeita tem razão de ser.
Oficialmente,
o sigilo das delações de ex-executivos da Odebrecht só foi levantado no dia 4
de abril, data em que o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Edson Fachin, decidiu abrir 76 inquéritos contra agentes políticos e
remeter às instâncias competentes as 200 demais petições.
Mas, para
se defender, Flávio Dino apresentou uma certidão do dia 17 de março, duas
semanas antes da quebra do sigilo dos dados. O documento diz que o comunista
“não apresentou Parecer ou qualquer outra manifestação escrita ao Projeto de
Lei 2.279/2007 no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania”.
Além
disso, o governador apresenta uma pesquisa sobre os autores do projeto, para
provar que ele não assinou o texto original da proposta: o documento foi
impresso no dia 16 de março.
Confrontados
com essa informação, comunistas apressaram-se em dizer que as “cartas de
seguro” foram tiradas pelo governador com antecedência diante de boatos sobre a
delação. Eles não explicaram como souberam que os supostos boatos tratavam-se,
especificamente, do PL 2.279/2007.
Daí, a
suspeita do vazamento de informações ao governador.
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