terça-feira, 14 de julho de 2020

POESIA DE LUTO - MORRE O POETA PEDREIRENSE SAMUEL BARRETO

Bira do Pindaré - Lamento profundamente comunicar a triste ...
O poeta, escritor, compositor e radialista pedreirense, Samuel Barreto, 51 anos, morreu na noite desta segunda-feira (13) em São Luis, onde estava com sérios problemas de saúde causados por um câncer no pâncreas.

O corpo de Samuel Barreto já se encontra em  Pedreiras, onde está sendo velado na residência da família em uma cerimônia reservada somente aos familiares, em seguida indo até à Câmara Municipal de Pedreiras para visita pública atendendo as determinações da OMS, para evitar aglomeração.

As 15h o cortejo deixará a Câmara, indo para o Santuário de São Benedito onde será celebrada a Missa de Corpo Presente pelo Padre José Geraldo e sepultamento no jazigo da família no Cemitério do Alto São José. 

O clima de comoção e tristeza na cidade é muito grande, pois Samuel Barreto, além de ser filho de uma família tradicional, era um dos ícones da cultura de Pedreiras.

O poeta e escritor Samuel Barreto lançou alguns livros, entre eles: S.O.S. Libertação, A Rua da Golada e Sua Identidade, Caderno de Passagens, Versos Cinzentos e o Paraibano: do submundo para a vida
"Eu e Samuel Barreto trabalhamos juntos na extinta Rádio Cultura de Pedreiras e sempre tivemos bons laços de amizade e respeito. Samuel sempre foi um cara brincalhão e alegre". Diz o amigo e blogueiro Coutinho Neto.

Parceiro de tantas canções que embalam a sua cidade, Samuel Barreto deixa uma lacuna cultural de proporções gigantescas. “  Meus sinceros sentimentos. A saudade estará sempre presente  e através dela a memória do amigo  Samuel Barreto que se foi, continuará viva” escreveu o poeta, compositor, repentista, escritor e parceiro Paul Getty.

Blog do Zé Lopes: RAPIDINHAS DO SÁBADO 
“Tive a honra de tê-lo como amigo, irmão, parceiro e até concorrente, tanto em festivais de música como em prêmios literários. Ele era de dentro da minha casa, conversávamos quase todos os dias por celular, musiquei vários poemas escritos por ele e há poucos dias almoçamos juntos no Restaurante de Dona Luiza, viuva de João do Vale. Samuel vai, mas deixa um rastro de poesia com grande significância para sua cidade e para o Brasil. Seus textos ficarão para contar as histórias” diz Zé Lopes, amigo e parceiro.


 SEM QUALQUER AVISO ELE PARTIU...

PRESTAÇÃO DE CONTAS DO MANDATO DA VEREADORA LIDUINA TAVARES ...Ainda que o poeta não mais suspire em lampejos de inspiração, ainda que o seu corpo inerte deite à terra fria, ainda assim, a poesia eterniza o ser-poeta na métrica de sua legítima imortalidade.

Eu recebi com imensurável pesar a notícia de morte física do poeta pedreirense SAMUEL BARRETO, escritor de grande iluminação e voz poéticas e proféticas. A literatura perde um grande nome e eu perco um amigo de papos inspiradores.

Não tenho palavras para externar a minha tristeza com a sua partida. Para homenageá-lo reuni os títulos de algumas de suas poesias e assim o descrevo, o decanto e me despeço com a gratidão de quem usufruiu de sua infinita capacidade de expor a alma em prosa e verso.


"Peguei carona no Caderno de Passagens

E no Caderno escrevi meus versos

A Passagem fez Trilha no Caderno

Os Olhos da Rua marejados de saudade

Marcavam o Regresso e fitavam A Rua

Como criança inquieta joguei Bola na Rua

Seguindo Os Passos da Partida

Acinzento As Horas

E volta a casa de Chão Batido,

Agonizando, mal vejo o Varal estendido

E se já estou sozinho uso a técnica do Solilóquio

Para declamar Sonetos, expor o Verso na dor

Os sentimentos Iguais na minha Imaginação

Aportam-me na Lagoa dos meus sonhos

Tenho Lampejos de memória do Leito do Mesmo Rio

E como só os loucos podem viver

Sinto-me O poeta e o Rio em plenas Cheias

Que irrompem as Grades e levam a ti

Eternas Juras de Amor

Já neste instante Fagulhas atiram-se pela Janela

Ensaiando o Choro da Vida... Data e Vida

Enquanto os Frutos do escritor brotam em Chegada

...

De Abril de Flores e Dores

guardado em Sete Chaves

Poesia, Verso e Poema

Ou numa verdadeira Partilha

O Autor deixa Teu Nome em Cena

Revelando-se Metade e Parte

Essência na Espera dos

Olhos e Paisagem no Retorno

Da Mulher, sua Namorada

E ali, no Porto e Cais, de Repente

Celebra o Pacto do Encontro na Esquina do Tempo

Sem Falsidade, Sem Honra, Sem Medida, Sem Pressa

Sol, Sal, Sonho

Em sua Primeira Canção de Saudade".

Descansas em paz, poeta.

Homenagem de Liduina Tavares - cadeira n° 11, Academia Bacabalense de Letras.

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