Quando uma pessoa é vacinada ela não apenas está se protegendo diretamente contra a doença que se vacinou, mas também ela protege as pessoas que estão ao seu redor e não tomaram a vacina contra a doença em questão. Sendo assim, quanto mais pessoas imunizadas maiores são as chances de uma proteção coletiva.
Entretanto, ao longo dos anos vemos uma queda no número de vacinas aplicadas na população brasileira. Entenda mais sobre o panorama atual da vacinação no Brasil neste artigo.
O Brasil é reconhecido em todo o mundo por seus esforços na imunização da sua população, só em 2017 foram encaminhados 3,9 bilhões de reais para a iniciativa. Mas ainda assim existem problemas. Dados do PNI (Programa Nacional de Imunização) analisados pela BBC Brasil mostram que a meta de vacinação do governo é mais comprometida a cada ano, como podemos ver no gráfico da taxa de vacinação contra poliomielite.
Alguns dados demonstram as razões pelas quais os pais não vacinam seus filhos: em 2014, no Nordeste. foram registrados 832 motivos para não vacinar crianças abaixo de 5 anos. Isso mostra como os pais desvalorizam a vacinação de seus filhos e também deles mesmos.
Existem diversos fatores que afetam o sucesso das campanhas de vacinação. Segundo Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, um dos motivos dessa queda é o fato das vacinas estarem culturalmente ligadas a percepção de risco à doença.
Outros motivos veiculados à queda estão no horário de funcionamento dos postos de saúde e a falta de campanhas para doenças erradicadas. Junto disso também temos um movimento de antivacina que vem ganhando força graças às redes sociais e a disseminação das “Fake News”.
O principal risco que gira em torno dessa queda no número de vacinações é o retorno de doenças já erradicadas. Isso pode acontecer ao se criar bolsões de indivíduos suscetíveis a doenças antigas e já controladas. Um grupo como esse pode causar um surto apenas com uma pessoa infectada.
Um exemplo disso, foram os casos de caxumba, sarampo e rubéola no Ceará e Pernambuco entre 2013 e 2015. Depois de anos com uma taxa de cobertura acima de 95%, em 2013 houve uma grande queda nessa porcentagem, seguido por um surto de sarampo que começou em Pernambuco e se alastrou para 38 cidades do Ceará.
Foram 1.277 casos. Antes disso, não era registrado nenhum caso de sarampo originalizado da mesma região desde 2000.
Por ter um contato direto com as pessoas, o profissional da saúde tem um papel fundamental para ajudar esse cenário mudar. Como pudemos ver, a falsa sensação de segurança de doenças erradicadas é um fator que contribui para que as pessoas parem de se imunizar, por isso é muito importante que o próprio profissional da saúde tenha a percepção que se deve continuar a se vacinar e que ele deve levar essa informação adiante.
Outra forma de contribuição que ele pode ter, é desmitificando diversos conceitos errados para a população. Informação correta é sempre o melhor remédio!
Por Dr. Otávio Pinho Filho
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