Em tempos normais, a população estaria, a partir desta sexta-feira, sob o Reinado de Momo. No cair da tarde, o prefeito iria a algum ponto da cidade e, num ato simbólico, passaria a chave do Município à Corte Momesca e a lei a vigorar até quarta-feira seria a que garantiria o amplo direito de todos extravasarem, ao máximo, suas alegrias a fim de compensarem os pesos do passado e ganharem energia para os desafios futuros, para cada o ano de fato começasse, a partir da quarta semana de fevereiro.
No ano de 2021, porém, como diz a antiga marchinha, "o carnaval não vai ser como aquele que passou". Isto mesmo, por imposição da crise de segurança sanitária, ninguém vai brincar, todos devem se preservar. E a grande pergunta que fica é sobre a falta que isto fará.
Com certeza, para muita gente, a proibição das festas é uma lástima. Imagina não poder bater tambor, se fantasiar, se aglomerar, cantar, dança... É tudo muito estranho! Problema maior para quem tem no carnaval um negócio e não um lazer: carpinteiro, eletricista, costureiro, mecânico e diversos outros profissionais demandados para montar arquibancadas, palcos, carros alegóricos... os palcos para os espetáculos.
Fora dos circuitos de folia, há também os que pagam um preço alto pela falta dela: hoteis, restaurantes, agências de viagem, companhias aéreas, serviços de táxi e muitos outros. É realmente um estrago na vida de quem gostaria de brincar, e também de faturar.
Em meio a isto, a população também deve estar se perguntando o que os governos estaduais e municipais vão fazer com o dinheiro economizado com a não realização de carnaval. O dinheiro que iria para artistas, escolas de samba, blocos, decoração das cidades etc, daria para criar um auxílio emergencial de pelo menos dois meses? Boa perguntar que merece uma excelente resposta.
Que em 2022 possamos dizer que "o carnaval não vai ser como aquele passou". Todos vão poder brincar!
Por Aquiles Emir
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