É bem verdade que não é novidade, afinal a coerência jamais foi uma característica marcante do atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), na política partidária, mas novamente “saltou aos olhos” os dois pesos e duas medidas de Dino.
Ao comentar sobre o vazamento de uma eventual delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de matar a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, onde Lessa acusa o ex-deputado estadual e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, de ser o mandante dos assassinatos, Dino classificou de “especulações irresponsáveis” sobre a investigação.
"O que eu creio que há, infelizmente, são especulações. Especulações que, às vezes, são irresponsáveis. Às vezes, são especulações interesseiras de quem quer, de algum modo, embaraçar ou macular o trabalho investigativo”, declarou Dino.
Só que Dino não pensou assim quando comentou o vazamento de uma eventual delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ao contrário, considerou “impactante”. Mauro Cid teria dito que Bolsonaro submeteu a militares de alta patente uma minuta de decreto para dar um golpe de Estado após o segundo turno das eleições de 2022.
“É um documento probatório muito forte a colaboração premiada. Segundo a lei brasileira, é um meio de produção de provas, de acesso a provas. A polícia está fazendo o seu trabalho, depois a Justiça. Abriu caminhos novos para que todos alcancemos a verdade, a PF fazendo a sua parte, depois a Justiça. Mas, infelizmente, a essas alturas é possível vislumbrar que muitos crimes graves ocorreram, inclusive a preparação para um crime que seria um golpe de estado. Realmente é algo impactante”, disse Dino.
O eterno dois pesos e duas medidas.
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