domingo, 30 de junho de 2024

PONTO DE VISTA - O HAITI É AQUI - POR JUNIOR PACÍFICO DE PAULA

 

O HAITI É AQUI

Junior Pacífico De Paula – Engenheiro, Empresário.

Todos os dias somos bombardeados com notícias do Governo do Estado do Maranhão, enaltecendo suas obras em todo território do Estado. Não que estas obras não sejam importantes, elas são, todavia, é preciso observar que são obras eleitoreiras que procuram de alguma forma contemplar em maior ou menor escala todos os 217 municípios do Estado. Elas são pontuais, sem nenhum planejamento, lógico que resultados a médio e longo prazo são pífios. Na administração pública é necessário ter planejamento e objetivos claramente definidos, onde cada obra significa um degrau, um ponto de apoio para chegar a objetivos claros, que darão suporte para novos investimentos que possibilitem alcançar o que foi planejado.

Os países de primeiro mundo têm planejamento de obras e ações para os próximos dez anos, no mínimo. No Japão se planeja para os próximos cinquenta anos. Isso traz pressívibilidade e consequentemente atrai investimento e parcerias privadas, o que diminui enormemente a possibilidade que o dinheiro seja drenado pelo ralo da corrupção.

O estado do Maranhão, infelizmente está nas ultimas colocações no ranking nacional de qualidade de vida e de desenvolvimento humano, se o mesmo fosse um país independente estaria rivalizando com o Haiti, no quesito de indicadores sociais, segundo dados da ONU, o Haiti é o país mais pobre das Américas. Abaixo vamos elencar alguns indicadores estarrecedores do Estado.

O Maranhão tem mais pessoas recebendo auxílio do Programa Bolsa Família do que pessoas com carteira assinada. Neste quesito, o Estado possui o menor percentual do Brasil de pessoas com registro de carteira assinada, apenas 50,10% da população economicamente ativa.

Segundo as Nações Unidas, o estado tem o menor percentual de médicos do Brasil, com 8,1 para cada 10 mil habitantes e 9 em cada 10 habitantes dependem exclusivamente do SUS (Sistema Único de Saúde), quando precisam de tratamento médico.

1,5 milhões de maranhenses estão na extrema pobreza, o estado detém 8,40% dos miseráveis de todo o Brasil, segundo o IBGE. De acordo com dados da ONU, 20% da população do estado ganha menos de $30 dólares ao mês, ou seja, R$ 150,00. O estado tem a maior população do Brasil abaixo da linha da pobreza, com 58,90% do contingente populacional.

O índice de jovens que não trabalham e não estudam é de 37,70% da população diante de uma média nacional de 25,80%, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra e Domicílio).

O município de Fernando Falcão tem a menor renda Per Capita do país, com R$ 19,89 e o patrimônio líquido médio por pessoa é de R$ 156,00.

Das 10 cidades mais pobres do Brasil, oito estão no Maranhão, a saber: Milagres do Maranhão, Jenipapo dos Vieiras, Turilândia, Primeira Cruz, Centro dos Guilhermes, Matões do Norte, Fernando Falcão e Marajá do Sena, conforme dados do último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Dentre todos os estados da União, o Maranhão ocupa a última posição em renda Per Capita média de R$ 363,00, sendo que 74% da população economicamente ativa recebe menos de um salário mínimo.

O Estado tem o menor investimento em segurança pública per capita do país.

Em termos de insegurança alimentar, o Maranhão tem o maior percentual do Brasil, 12,20% estão nesta condição, ganhando menos de 1 (um) dólar ao dia, no Brasil como um todo, este percentual é de 4,80%.

Só para exemplificar o grau de pobreza do estado, a favela de Paraisópolis situada na cidade de São Paulo, com um PIB de aproximadamente R$ 1 bilhão, se fosse uma cidade do Maranhão, estaria dentre as dez mais riscas do Estado.

Com um rendimento médio mensal de R$ 1.333,00 reais, o trabalhador maranhense é o pior remunerado do Brasil, a população tem o maior número de desalentados do país com 18,30%, como também apresenta a maior subutilização da força de trabalho.

Na educação os números são alarmantes, com mais de 800 mil analfabetos, algo em torno de 15% da população com idade de 15 anos ou mais.

O Estado possui o menor percentual de estudante em universidade do país, segundo o mapa do ensino médio superior do Brasil. Segundo a Confederação Nacional dos Transportes, no começo do ano de 2023, o estado apresentava as piores estradas do país, considerando as municipais, estaduais e federais.

Conforme dados do MPT (Ministério Público do Trabalho), o Maranhão é o maior fornecedor de mão de obra análoga ao trabalho escravo do Brasil.

Todas estas mazelas são somatórios de décadas de incapacidade administrativas, são males históricos e estruturais que acompanham o Estado há muitos anos.

Como quebrar o elo da corrente de pobreza que assola o estado? É inconcebível que um estado que tem o décimo sexto maior PIB, dentre os estados do país, seja o último em indicadores sociais. Imaginem ainda que existem inúmeros deputados estaduais, com a pretensão de criarem mais municípios ou seja, emancipar distritos e povoados de cidades paupérrimas, em novas cidades, se conseguirem esta proeza, o Maranhão vai deter 100% das cidades mais pobres do Brasil, então realmente poderemos dizer: O HAITI É AQUI!



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