BRASIL, O PARAÍSO DOS BANCOS.
Júnior Pacífico de Paula – Engenheiro – Empresário – Ambientalista
Se existe no planeta Terra um paraíso dos bancos, este local se chama Brasil, neste último mês, os juros do cartão de crédito chegaram a inimagináveis 438% ao ano, se alguém tiver a loucura de sacar algum dinheiro no cartão de crédito, uma operação chamada de saque cash, pagará 21% ao mês, o equivalente a 940% ao ano, uma operação que além de ser imoral, deveria ser tratada como caso de polícia, pois trata-se de um verdadeiro assalto a mão armada.
No ranking dos 50 maiores bancos do mundo em valor de mercado, apenas um banco brasileiro aparece, trata-se do ITAÚ UNIBANCO, que ocupa o 31º lugar com valor de US$ 63
bilhões de dólares, o banco mais valioso do mundo é o J. P. Morgan, com valor de mercado de US$ 500 bilhões de dólares, entretanto no quesito rentabilidade o Brasil tem 4 bancos dentre os 10 mais rentáveis do mundo, afinal toda população brasileira paga por estes lucros abusivos.
Com um paradoxo imenso, visto que o Estado Brasileiro quase sempre salva os bancos em dificuldades, senão vejamos o caso do Banco do Brasil, que mesmo sendo uma sociedade de economia mista, com a União detendo 50% das ações, já faliu no tempo do império e foi socorrido em duas outras oportunidades, uma delas durante o crash da bolsa de Nova York – USA em 1929 e em 1995, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, quando a união teve que injetar R$ 12 bilhões de reais através do PROER (Programa de Estímulo a Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional).
O maior problema do custo do dinheiro no País é a pequena quantidade de bancos, uma faixa de apenas 100 bancos, a título de comparação nos Estados Unidos são mais de 4.000,havendo então uma grande concorrência. No nosso Brasil, ao contrário existe uma enorme concentração. No nosso país, ao contrário existe uma enorme concentração, os cinco maiores bancos detêm juntos mais de 60% de todas as operações de crédito, e registraram juntos um lucro líquido recorrente e exorbitante de R$ 26 bilhões de reais apenas no primeiro trimestre do corrente ano, enquanto isto, o Brasil apresenta 72 milhões de pessoas com o nome negativado e mais de 7 milhões de empresas com o nome sujo no SERASA.
Na contramão deste paraíso bancário, um pequeno país chamado Bangladesh, localizado no sudoeste asiático, ao lado da Índia, que foi colonizado pelo império britânico e se tornou independente apenas em 1947, este país já foi considerado o mais pobre do mundo, tendo nesta época cerca de 60% do contingente populacional vivendo abaixo da linda de pobreza, atualmente menos de 9% da população estão nesta condição, houve um verdadeiro milagre econômico.
Como este pequeno, mas superpopuloso país conseguiu tamanha façanha? Muito deste sucesso tem a ver com um homem chamado Muhammad Yunus, o banqueiro dos pobres, um economista, dono de banco, que ganhou um Prêmio Nobel da Paz e foi o criador do microcrédito e da ideia do conceito de desenvolvimento local, mesmo sendo banqueiro sua grande ambição sempre foi de erradicar a pobreza no mundo, para tanto criou o microcrédito, não exigindo garantias reais e normalmente não cobrando juros para população de baixa renda e estimulando as compras locais em bairros próximos, criando assim um ambiente sustentável para os pequenos empresários, de forma a criar um círculo virtuoso de crescimento, cujo resultado jáfoi citado.
Diante desta exposição uma pergunta se faz necessária e merece resposta: por que os
bancos estatais brasileiros tais como: Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e o próprio Banco do Brasil, cobram juros exorbitantes, será que a função destes bancos é só gerar lucros imorais ou desenvolver socialmente a população deste imenso País?
Nenhum comentário:
Postar um comentário