sábado, 2 de outubro de 2021

ROSEANA SARNEY É LIDER NA NOVA PESQUISA ESCUTEC

 

Em nova pesquisa Escutec/O Estado, divulgada neste sábado (02), a ex-governadora Roseana Sarney (MDB), mais uma vez, aparece na primeira colocação na disputa pelo Governo do Maranhão. Roseana lidera a disputa em três cenários.

Num primeiro cenário, mais completo, com nove nomes na disputa apresentados ao eleitor, Roseana surge com 26%, seguida do senador Weverton Rocha (PDT) com 20%, seguido do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PSD) com 12% e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) que aparece com 10%.

Os demais não alcançaram dois dígitos, mas aparecem assim: senador Roberto Rocha (sem partido) 9%, o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (sem partido) obteve 5%, o secretário de Indústria, Simplício Araújo (SD) com 4%, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho (PL) com 3% e o secretário de Educação, Felipe Camarão (PT) com 2%.

Nos outros dois cenários, Roseana também aparece liderando, com folga, a disputa pelo Governo do Maranhão.

Sem Roseana – Como ainda não se decidiu se vai ou não disputar o Palácio dos Leões, o instituto Escutec fez um levantamento sem o nome da ex-governadora.

Nesse cenário, Weverton Rocha aparece com 24%, seguido por Edivaldo Júnior com 17%, Roberto Rocha 14% e Carlos Brandão 11%. Os demais não alcançaram dois dígitos. Nenhum dos candidatos 8%, enquanto que 5% não sabem ou não responderam.

O Blog do Zé Lopes divulga em instantes os números da pesquisa para Presidência da República e para o Senado. A pesquisa Escutec ouviu 1,4 mil eleitores, entre os dias 23 a 30 de setembro, com intervalo de confiança de de 90% e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

HOJE É ANIVERSÁRIO DO ETERNO SENADOR JOÃO ALBERTO

 


Conheço João Alberto de Sousa desde os meados de 1950, quando fomos colegas de turma no Liceu Maranhense, onde se percebia que o sangue da política corria em suas veias e o seu destino, ao deixar os bancos escolares, seria a vida pública e concorrer a cargos eletivos.

Esse objetivo começa a ser traçado no Rio de Janeiro, no começo da década de 60, quando o reencontro na presidência do Centro de Estudantes Maranhenses, entidade que lutava e ajudava os conterrâneos a vencerem as adversidades na então capital da República.

Concomitantemente, trabalhava, como economista,  num banco privado e com vigor desenvolvia atividades sindicais que o conduziram ao engajamento nos embates políticos, à época,  apoiando as reformas de base que o presidente da República, João Goulart, pretendia implantar no Brasil, mas interrompidas pelo movimento militar de 1964, razão porque João Alberto passou a ser perseguido, fato determinante para retornar ao Maranhão.    

Ele chega a São Luís após as eleições de 1965, que resultaram na vitória de José Sarney a governador e do fim do mando senador Vitorino Freire, este, por sinal, seu padrinho de batismo. Nem por isso foi discriminado por Sarney que o convida a trabalhar no governo, necessitado de quadros jovens e preparados para ajudá-lo a mudar a situação de atraso e de pobreza do Estado.

A primeira missão a ele confiada foi um cargo importante na secretaria da Fazenda, recebendo do governador carta branca para limpar um setor administrativo dominado pela corrupção. Agindo com mão de ferro e não contemporizando com as maracutaias ali praticadas, João Alberto, recebe como prêmio o apelido de Carcará, epíteto que o acompanho ao longo da vida pública.

 Mas ele veio para o Maranhão não com o fim de ser burocrata. O seu desejo era participar da política partidária, o que acontece nas eleições de 1970, elegendo-se deputado estadual pela Arena, para o mandato de 1971-1975, que, pela convincente atuação, concorre a outros cargos eletivos proporcionais e majoritários. 

Para representar o Maranhão na área federal, elege-se deputado federal e cumpre três mandatos, conquistados em 1978, 1982 e 1994.  Disputando cargos majoritários, conquista a prefeitura de Bacabal, em 1988, e a vice-governança do Estado em 1986 e 2006, nas chapas encabeçadas por Epitácio Cafeteira e Roseana Sarney. Para o Senado da República, vence as eleições de 1998 e 2010.

Ao longo desse tempo de atividade em cargos públicos proporcionais e majoritários, enfrenta duas problemáticas questões políticas, ambas vencidas com base em decisões judiciais. A primeira, como vice-governador de Cafeteira e autorizado pela Assembleia Legislativa, concorre à prefeitura de Bacabal, ato contestado na Justiça pelo deputado Bete Lago. A segunda, impetrada pelo governador em exercício Ivar Saldanha, ao tentar impedir por força policial a posse de João Alberto na chefia do Executivo, cargo com o direito de assumir por ser o substituto legal de Cafeteira, que renuncia ao mandato e se candidata ao Senado, nas eleições de 1990. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, que deu ganho de causa a João Alberto, realizando um invejável governo no curto período de abril de 1990 a março de 1991.


João Alberto, na semana passada, encerrou definitivamente a sua carreira política, transferindo o comando do MDB para a ex-governadora Roseana Sarney e deixando o filho, João Marcelo, como herdeiro político. Antes de encerrar a sua vida pública, sofre terrível ingratidão do eleitorado de Bacabal, terra pela qual luta e tudo faz para ser hoje um município dos mais desenvolvidos do Maranhão. Candidatando-se nas últimas eleições, à Câmara de Vereadores de Bacabal, não se elege para o único cargo político que não havia exercido,  derrota que o abate de modo contundente, pois como edil e o trânsito político conquistado em Brasília,  trabalharia para conseguir recursos substanciais para uma terra que sempre foi a sua principal prioridade

Benedito Buzar, é escritor, advogado  e historiador.Ex-sec.de Cultura do Estado, ex-deputado e ex-presidente da ac ademia maranhense de letras.

R$ 7.7 MILHOES DE INVESTIMENTOS NA CULTURA DE SAO LUIS

 

Prefeito Eduardo Braide Lança São Luís Cultural com investimentos de R$ 7,7 milhões

O prefeito Eduardo Braide lançou, na tarde de ontem, quinta-feira (30), o projeto São Luís Cultural. Com a iniciativa, possível a partir do resgate de mais de R$ 7 milhões da Lei Aldir Blanc, dois editais em benefício dos fazedores de cultura local serão publicados nesta sexta-feira (1°), com o objetivo de apoiar financeiramente cerca de 1.500 artistas e espaços culturais. As inscrições poderão ser realizadas entre os dias 4 e 15 de outubro.

“São Luís que já é a Ilha Magnética, a Ilha do Amor, agora, também vai ser a Ilha Cultural. Por isso, nós lançamos, hoje, o São Luís Cultural, fruto de um trabalho que resgatou os valores da Lei Aldir Blanc que tinham sido devolvidos no ano passado e que conseguimos trazer de volta para o Município. O trabalho agora é fazer com que esse recurso chegue o mais rápido possível àqueles que sofreram muito durante a pandemia, que são os nossos fazedores de cultura”, destacou o prefeito Eduardo Braide.

Com o valor de R$ 7.791.680 resgatados pela Prefeitura de São Luís, artesãos, atores, artistas do ramo visual e audiovisual, fazedores de cultura popular, escritores e cantores, assim como espaços culturais, serão beneficiados com auxílios nos valores de R$ 3 mil a R$ 10 mil. Todo o processo para que esses benefícios alcancem os fazedores e espaços de cultura, que ainda sofrem os efeitos da pandemia de Covid-19, será gerenciado pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult).

“Todo esse trabalho que fizemos de resgate dos recursos serão aplicados em várias categorias, além de subsídios para espaços culturais. Tudo isso nos deixa muito felizes e nos dá esperança de dias melhores para toda a classe”, pontuou o titular da Secult, Marco Duailibe.

São Luís Cultural

O projeto São Luís Cultural é uma iniciativa pioneira da gestão do prefeito Eduardo Braide que tem por objetivo incentivar a cultura local, mas, sobretudo, auxiliar os fazedores de cultura que foram fortemente afetados pela pandemia de Covid-19, que impediu a realização de eventos públicos e ocasiões tradicionais da cidade, como o São João, por dois anos, e o Carnaval de 2021.

Com a publicação dos editais, nesta sexta-feira (1°), poderão se inscrever na seleção de artistas, pessoa física maior de 18 anos, residente e domiciliada em São Luís, com comprovada atuação na atividade de sua inscrição; e jurídica: de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, sediada em São Luís, e que apresente expressamente em seus atos constitutivos finalidade ou atividade de cunho artístico e/ou cultural relacionados ao objeto.

Já para a seleção de espaços culturais também poderão participar pessoa física desde que maior de 18 anos, residente e domiciliado em São Luís há, pelo menos, dois anos anteriores à data da publicação da Lei nº 14.017/2020, desde que responsável legal por Espaço Cultural e Artístico não formalizado como pessoa jurídica.

No caso de pessoa jurídica, com ou sem fins lucrativos, será possível a inscrição desde que seja responsável legal por Espaço Cultural e Artístico, cuja finalidade estatutária contemple a arte e a cultura, sediadas no município de São Luís, com comprovada atuação no segmento cultural de, no mínimo, dois anos anteriores à data da publicação da Lei nº 14.017/2020.

Após a publicação do edital, as inscrições poderão ser realizadas na sede da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), localizada na Rua do Mocambo, 253 – Centro Histórico, próxima à Fonte do Ribeirão, entre os dias 4 e 15 de outubro, das 9h às 17h.

TROVA EM ALTA EM PAUTA E A TODA PROVA

Palestra sobre a trova no Brasil reúne amantes do gênero neste sábado, em Paço do Lumiar

“Apontamentos da Trova – do início aos dias de hoje” é o tema da palestra que será proferida pelo vice-presidente da União Brasileira de Trovadores (UBT), Arlindo Tadeu Hagen, que vem à primeira vez ao Maranhão. 

Esta é a primeira atividade promovida Academia Maranhense de Trovas (AMT), depois de sua reativação no mês de agosto para o resgate do movimento trovadorismo no Maranhão. 


Em sua palestra, o vice-presidente da UBT falará sobre o surgimento da trova como  pioneiro no Brasil, encabeçado pelo trovador Luiz Otávio, até os dias atuais. A palestra será neste sábado, dia 02/10, às 16h, na sede provisória da AMT que  funciona na Galeria do Professor Ferreira, espaço da Academia Luminense de Letras, em Paço do Lumiar, no conjunto Maiobão. Após a palestra, haverá também uma programação de interação recheada de música a partir de trovas e declamação de poesias. 

A trova esteve ausente por três décadas no Maranhão, depois da morte do poeta, educador e jornalista Carlos Cunha e de outros fundadores da AMT. A academia foi fundada em 1968 e, com a morte prematura de Carlos Cunha, em outubro de 1990, entrou em um processo de inatividade. “Nossa proposta foi revitalizar a Academia e o movimento trovadorismo, o que ocorreu em 28 de agosto este ano, com o objetivo de disseminar e resgatar a trova no estado”, disse a presidente da nova academia, Wanda Cunha.

“A trova está de volta e certamente voltará a brilhar no Maranhão como brilhou no passado sob a batuta de Carlos Cunha. Os trovadores só não estavam reunidos e organizados, como acontece neste momento”, disse com entusiasmo Arlindo Tadeu Hagen, ao comemorar a reativação da Academia Maranhense de Trovas este ano, já com 30 membros, o que significa que os trovadores estavam à espera deste incentivo. 

A trova, a pesar de ter nascido na Europa, na época medieval, veio para o Brasil pelas mãos dos portugueses. Com nova roupagem, o trovadorismo é considerado um movimento genuinamente brasileiro, graças à União Brasileira de Trovadores. A UBT está presente em quase todos os estados brasileiros, incluindo o Maranhão. No passado com Carlos Cunha e no presente, agora com a escritora, Wanda Cunha, filha de Carlos Cunha, nomeada delegada da UBT no estado.

Com texto da jornalista Francis Monteles, diretora de Comunicação da AMT.



quinta-feira, 30 de setembro de 2021

EXPECTATIVA PARA RESULTADO DA NOVA PESQUISA


Neste fim de semana, o jornal O Estado do Maranhão deverá divulgar mais um levantamento feito pelo instituto Escutec para a disputa eleitoral do ano que vem.

A nova pesquisa está cercada de expectativa e por alguns motivos.

Os dois pré-candidatos do grupo do governador Flávio Dino (PSB), senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), se movimentaram mais nos últimos meses e podeĺm aparecer com números melhores.

Quem também começou a se movimentar foi o ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PSD). No entanto, deve ser pouco provável que o levantamento consiga captar o reflexo dessa primeira incursão de Edivaldo ao interior maranhense.

Só que a principal expectativa do levantamento ficará por conta de uma decisão que será tomada pela ex-governadora Roseana Sarney, após os novos números.

Roseana deixou claro que após a pesquisa Escutec iria decidir, de uma vez por todas, se voltaria a disputar o Governo do Maranhão ou se tentará uma vaga na Câmara Federal.

Nos outros levantamentos divulgados até agora, de todos os institutos, é justamente Roseana quem aparece na frente para a disputa pelo Palácio dos Leões.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

FLAVIO DINO REAGE A POSTAGEM DE ROBERTO ROCHA

 


Logo após a Petrobras anunciar um novo reajuste no valor do diesel, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que iria aparecer um “bandido” para responsabilizar o governador pelo aumento, conforme o Blog destacou (reveja).

Em seguida, o senador Roberto Rocha, em cima da postagem de Dino, criticou o chilique do governador, afirmando que ao invés de enfrentar a realidade, prefere atacar quem critica a sua gestão. O senador voltou a falar da alta cobrança do ICMS e sugeriu que Dino seguisse o exemplo do governador do Espírito Santo, curiosamente do mesmo partido de Dino.

“Ao invés de fugir da responsabilidade e atacar quem o critica, enquanto continua arrancando o couro dos maranhenses com uma alíquota de 30,5% de ICMS sobre a gasolina, Flavio Dino deveria seguir o exemplo do governo do Espírito Santo. O governador Renato Casagrande, do PSB como Dino, congelou o ICMS dos combustíveis e do gás de cozinha pelos próximos meses. Desafio o governo do Maranhão a fazer o mesmo!”, destacou Roberto Rocha.

Só que Dino, após a postagem do senador maranhense, voltou a atacar e lembrou que avisou que os “bandidos iriam aparecer”.

“Eu avisei. Já apareceram os bandidos. Dois ou três. E o que dizem da política federal da “paridade internacional” para combustíveis ?? Nada. Não querem resolver o problema do povo. Só fazer demagogia e aparecer”, afirmou.

Dino ainda afirmou que defende o fim do ICMS, mas atribuiu essa responsabilidade ao Congresso Nacional.

“Sobre o ICMS, reitero a posição que sustento há muito tempo: o ICMS DEVE ACABAR. Para isso, basta que o Congresso Nacional mude a Constituição FEDERAL. Mas que fique claro: não vai haver redução de preço de combustível sem mudar a política FEDERAL de “paridade internacional””, finalizou.

O curioso é que Dino fugiu do desafio de Roberto Rocha, já que não respondeu se seguirá o exemplo do governador do Espírito Santo. O governador maranhense, que diz ser a favor do fim do ICMS, não explicou o motivo de não ter pedido para nenhum deputado federal ou senador do seu grupo político apresentar uma PEC nesse sentido ou mesmo trabalhar pelo fim do imposto estadual.

Bolsonaro – Sobre o ICMS, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um apelo para que o Congresso Nacional aprove um projeto de lei que busca estabelecer um valor fixo para esse imposto, que é cobrado em cada um dos estados nas operações que envolvem a comercialização de combustíveis.

Para o presidente, por mais que a Petrobras tenha feito uma série de reajustes nos valores da gasolina, do óleo diesel e do etanol hidratado, esses produtos estão caros por causa do ICMS que incide nas operações de venda.

Segundo Bolsonaro, é inadmissível que as alíquotas do ICMS sejam reajustadas assim que o preço dos combustíveis sobe.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

CONGRESSO DERRUBA VETO DE BOLSONARO E AUTORIZA FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS

 

É  bem verdade que o Senado rejeitou a volta de coligações partidárias, suspensa já nas eleições municipais do ano passado, mas o Congresso Nacional autorizou algo bem semelhante, a criação das federações partidárias, derrubando inclusive o veto do presidente da República, Jair Bolsonaro.

A aprovação das federações partidárias aconteceu tanto no Senado (45 votos a 25), quanto na Câmara Federal (353 votos a 110).

Com as federações partidárias, diferentes siglas podem formar uma só agremiação, inclusive nos processos de escolha e registro de candidatos para eleições majoritárias e proporcionais e no cumprimento das cláusulas de desempenho. O detalhe é que os partidos atuem de maneira uniforme em todo o país por pelo menos quatro anos.

Bolsonaro justificou o veto justamente por entender que as federações partidárias seria uma manobra já que “inaugura um novo formato com características análogas às das coligações”.

O ato beneficia as pequenas legendas, já que as federações partidárias tendem a “driblar” a cláusula de barreira, criada para extinguir legendas que não tenham um desempenho mínimo a cada eleição. mínimo a cada eleição.

COLUNA DO JOSÉ SARNEY - A CONSTITUIÇÃO DE PERNAS QUEBRADAS

 Por José Sarney

Luís Maklouf, que escreveu um dos melhores livros para se entender a Constituição e explicar como ela teve uma vida até agora completamente híbrida e incoerente, começa o seu livro 1988: Segredos da Constituinte dizendo que é difícil e quase impossível contar uma história tantas vezes contada.

Seu livro é um conjunto de depoimentos dos constituintes mais importantes, daqueles que a fizeram, escreveram e receberam a chuva de lobistas e de seus interesses corporativos.

Esse fato dá a noção de como foi desorganizado o trabalho da Assembleia e como faltou a ela a capacidade de ter uma visão de conjunto da Constituição.

O livro abre com as declarações do grande Afonso Arinos, um dos maiores pensadores do Brasil, que afirmou: “Nós estamos navegando na bruma, estamos criando nosso próprio caminho no meio da névoa. Não temos aqueles aparelhos que indicam que a névoa está para se dissipar ou que ela pode ser vencida, como os aeronautas. Estamos sendo aeronautas a pé.” Afonso presidira a Comissão de Estudos Constitucionais que Tancredo Neves prometera criar para fazer um anteprojeto de constituição —, repetindo o papel de seu pai na famosa Comissão do Itamaraty, que fez o anteprojeto da Carta de 1934.

Tudo isso pela relutância de Ulysses em aceitar oficialmente o anteprojeto, a que afinal recorreram plagiando em momentos de escuridão. Mas não só grandes nomes, como Afonso Arinos, constataram as dificuldades da ausência de um anteprojeto. Gastone Righi, no momento da partida, constatou: “Somos a figura do navio que zarpa de um porto sem ter plotada sua rota, sem rumo estabelecido e sequer destino escolhido.” (Depoimento a Maklouf.)

Sem ideal nem rumo partiram para discutir do princípio ao fim dos trabalhos o tempo do meu mandato, que era de seis anos e eu, ingenuamente, achando que o efeito seria o mesmo da Constituição de 1946, quando o Presidente Dutra, que tinha um mandato, como o meu, de seis anos, abdicou de um e foi recebido como um gesto de grandeza. O meu gesto de abrir mão de um ano de mandato foi considerado ambição, por uma Constituinte cheia de candidatos à Presidência da República, a começar pelo Presidente Ulysses. E criou-se a maior fake news de nossa História: de que meu mandato era de quatro e eu consegui aumentar para cinco anos!…

Assim, os problemas que vivemos em mais de trinta anos de existência da Constituição decorrem de sua falta de unidade e hibridez, parlamentarista e presidencialista, de seu detalhismo e da ausência de um objetivo comum, um foco de coerência. Perdemos uma oportunidade única: fazer uma nova Carta que assegurasse novos tempos, inovadora e moderna, com o objetivo de ver um grande futuro e não fosse uma lanterna na popa, olhando para o passado.

A consequência é esta Constituição que já ensejou dois processos de impeachment — quase três, pois o de Michel Temer chegou a ser votado na Câmara dos Deputados — e é vista como de pernas quebradas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

PESQUISAS MOVIMENTAM A SEMANA

 A semana na área da política promete ser movimentada no Maranhão e principalmente pelo fato de que teremos a divulgação de duas pesquisas eleitorais. Existe a expectativa de que os institutos Exata e Escutec, durante a semana, divulguem números da corrida para o Governo do Maranhão.

Os números devem mostrar o atual momento e inclusive nortear algumas decisões políticas.

A ex-governadora Roseana Sarney, que até então lidera todos os levantamentos divulgados, confirmou que vai aguardar a divulgação da terceira pesquisa Escutec de 2021, para confirmar sua decisão sobre o pleito eleitoral do ano que vem.

Roseana tem deixado claro a sua preferência por disputar uma vaga na Câmara Federal. Só que diante dos cenários apresentados pelas pesquisas eleitorais, a ex-governadora tem recebido alguns pedidos para rever sua decisão e novamente disputar o Governo do Maranhão em 2022.

Edivaldo – A semana também deve ser marcada pelo início da caminhada do ex-prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PSD), ao interior maranhense.

Em companhia dos deputados Edilázio Júnior (federal) e César Pires (estadual), Edivaldo, que é pré-candidato ao Governo do Maranhão, irá cumprir agenda na Região Sul do Maranhão. A viagem deve acontecer na próxima quarta-feira (29).

domingo, 26 de setembro de 2021

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 


VENÇA NA VIDA POR SUAS ATITUDES COMO FEZ MICHELANGELO

Era o ano de 1502, em Florença, na Itália, havia um enorme bloco de mármore no departamento de obras da igreja de Santa Maria del Fiore. Tinha sido antes um magnífico pedaço de pedra bruta, mas um certo escultor desajeitado fez um furo por engano onde deveriam ficar as pernas da figura, mutilando-a. Piero Soderini, prefeito de Florença, pensou em salvar o bloco colocando-o nas mãos de Leonardo da Vinci, ou algum outro mestre da arte, mas desistiu porque todos concordavam que a pedra estava arruinada. Portanto, apesar do dinheiro gasto com ela, estava lá acumulando poeira nos arredores escuros da igreja. As coisas estavam neste pé quando alguns amigos florentinos do artista Michelangelo resolveram escrever uma carta para ele em Roma. Só ele, diziam os amigos, poderia fazer alguma coisa com o mármore, que continuava sendo uma magnífica matéria bruta. Michelnangelo viajou para Florença depois de ter lido a carta dos amigos, lá ele examinou a pedra. Disse ele: acho que posso esculpir uma bonita figura nessa pedra. Posso adaptar a pose para a forma como a pedra foi mutilada. Soderini, o prefeito, falou: acho que isso é uma perda de tempo, não vai dar certo, ninguém será capaz de salvar esse desastre. Porém, apesar da atitude pessimista do prefeito, ele concordou em deixar Michelangelo trabalhar na pedra. Michelangelo decidiu que retrataria Davi jovem, empunhando a funda. Trata-se de uma arma de arremesso constituída por uma corda dobrada, em cujo centro é colocado o objeto que se deseja lançar contra um homem ou um leão. Semanas mais tarde, quando Michelangelo estava dando os últimos retoques na escultura, Soderini entrou no estúdio. Fazendo-se de conhecedor da arte, o prefeito analisou a escultura e disse: eu acho que o seu trabalho está magnífico, mas o nariz dessa estátua está muito grande. Michelangelo percebeu que Soderini estava em pé, bem debaixo da figura gigantesca e não tinha uma boa perspectiva para uma análise sobre tamanho e forma. Sem dizer uma só palavra, ele acenou para Soderini acompanhá-lo subindo no estrado, aquela estrutura de madeira acima do nível do chão que apoiava e rodeava a grande estátua. Quando Michelangelo alcançou o nariz do monumento, ele pegou o cinzel (uma espécie de martelinho) e um punhado de pó de mármore que ficara depositado sobre as tábuas. Com o prefeito apenas alguns centímetros abaixo dele no estrado, deixando cair aos poucos o pó que tinha colocado na mão. Em segundos Soderini disse ao escultor: para, agora está ótimo. Na verdade, ele não fez nada para mudar o nariz, mas aparentou estar trabalhando nele para melhorá-lo. Michelangelo, então perguntou ao prefeito: olhe de novo, olhe direitinho, ficou melhor? Respondeu Soderini: você deu vida a essa estátua. Moral da história: Michelangelo sabia que alterando o nariz poderia arruinar toda a escultura. Porém, Soderini era um patrono que se orgulhava do seu julgamento estético. Ofender um homem como esse discutindo com ele não traria nenhum benefício para Michelangelo e ainda colocaria em risco futuras encomendas. Michelangelo era esperto demais para discutir. Sua solução foi mudar a perspectiva de Soderini aproximando ele do nariz da estátua sem que ele percebesse que esta era a causa da sua má percepção. Felizmente para a posteridade, Michelangelo encontrou um jeito de manter inalterada a perfeição da estátua e ao mesmo tempo deixar que Soderini acreditasse que ele havia melhorado o trabalho de um grande escultor. Esse é o duplo poder de vencer com atitudes e não discutindo: ninguém se ofende e você prova que está certo. Qualquer triunfo momentâneo que você tenha alcançado discutindo é na verdade uma vitória de Pirro, que significa obter vitórias, mas com custos muito altos. O ressentimento e a má vontade que você desperta na pessoa são mais fortes e permanentes do que qualquer mudança momentânea de opinião. É muito mais eficaz fazer os outros concordarem com você por suas atitudes, sem dizer palavras vãs. Às vezes é melhor demostrar claramente do que explicar insistentemente. (Robert Greene e Joost).