HISTÓRIA MORTA
Eu, filho desta vida torta
Primitivo ser de traços nebulosos
Respiro ainda fatos escabrosos
Que os meus avós guardavam atrás da porta.
Afio mais a faca que me corta
E sangro a dor em profundos ais
Regresso então à tumba dos meus ancestrais
Onde repousa as causas de uma história morta.
Se errado aprendi, errado me ensinaram
Das raças e das cores que se misturaram
Pra formar o que hoje se chama mestiço
Pelas folhas podres de um livro omisso
Corre o mundo, lendas que sem compromisso
Ensinam aos nossos filhos o que não lhe ensinaram.
Do livro de sonetos “A DOR E EU” de Zé Lopes
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