MAZELAS
DE UM ANO ATÍPICO
Quando
2013 chegou, cheio de novas energias, de esperanças renovadas, trazendo um novo
momento politico, com promessas de mudanças e valorização da prata da casa,
achei que era o momento de me reaproximar da minha cidade, dos meus amigos e
por em prática alguns projetos e algumas idéias que tinha em mente, se não de
dizimar, pelo menos amenizar a agonia em que sucumbia a nossa cultura. Na
primeira reunião em que fui apresentado como colaborador, já senti entre
alguns, aquela ponta de um sentimento ruim, um misto de inveja, ciúme, raiva,
incômodo, como se eu tivesse nas mãos, a chave de um mundo, que nem porta
tinha, mas que todos queriam entrar. Ninguém, mas ninguém mesmo, aparece no
cenário cultural do estado, elevando o nome de sua terra e eu sim, e pago um
preço tão alto por isso, que muitas vezes não sei se ainda vale a pena se dizer
bacabalense. Nunca pensei, ter que responder a ofensas, a insultos, a injurias,
a calúnias, a difamações e proferidas logo por quem!. Em meus artigos, nunca
citei um nome e se o sujeito ficou oculto, foi apenas para me defender. Todos
escrevem mal de mim e se eu me defendo, a coisa piora e sou ameaçado,
achincalhado, julgado e condenado e hoje tenho que andar precavido e sem saber
o destino do meu próximo passo. Um dia escrevi que tem pessoas que passaram por
varias gestões para descobrir que o gestor não prestava, que burro que fui,
hoje descobri que passei esses meus longos 49 anos para descobrir que o meu
inimigo andava ao meu lado e sorria das minhas anedotas. Meu Deus, eu nunca
quis ser mais do que sou, estou na minha melhor fase de produção. Passei por
momentos tempestuosos, mas quem não passa? Longe de mim querer ser intelectual,
longe de mim ser bajulador, talvez se fosse, não estaria trabalhando
diuturnamente, de segunda a segunda. A minha geração está envelhecendo, está
atordoada e o pior, está doente e acometida de uma patologia que não se cura
com qualquer remédio, o medicamento é injetável e dói, e faz das noites longas,
um tormento e a manhã vem sempre com cheiro de éter, entorpece e o novo dia é
rotina, é velho e tudo começa do nada, segue ao nada e assim vai. No que
conseguiram me transformar? num estorvo, numa persona non grata, num bobo da
corte, num calo social e eu que só queria ajudar. O que foi feito daqueles jovens, cabeças,
poetas, bairristas, intelectuais. O que foi feito daqueles que se diziam meus
amigos? O que foi feito daquele Zé que havia em mim, que sonhava, que idealizava,
que projetava futuros? Aquele Zé, no presente, vive embrulhado em um passado,
cheio de boas lembranças e um medo horrível do futuro. Não quero pra mim, nem
pra ninguém, esse fogo cruzado, esse campo minado por granadas de palavras,
esses tiros de injustiças, essa guerra fria, aquecida por bobagens. Ainda bem
que esse atípico 2013, vai passando a galope e se prestarmos bem atenção, já
estamos na metade do quinto mês e que ele se vá para que eu, com prazer, rasgue
a última data da folhinha e o considere como um ano pra se esquecer. Se, como
disse meu velho avô, Chico Moraes – “Bacabal
dá e toma”, com o pouco que tenho, sigo feliz por saber que não foi Bacabal
quem me deu e por isso não tem o direito de me tomar.
Um
bom domingo
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