Mario e a jornalista Dalva Lemos |
E a luz, que tanto lhe
perseguiu, mudou a sua rota e a perfeição do gráfico foi perdendo a sua forma e
o flash não disparou. O coração do artista parou.
Irmão das cores, Mario
era a mais perfeita mistura de Mar e Rio e a confluência dessas duas dádivas
lhe deram o nome e ele soube honrar até o seu último momento, até o seu último suspiro..
Devorador de luz, esse
alimento que lhe deu notoriedade, Mário nunca foi um fotógrafo e sim um artista
impar, que fez da máquina um objeto para captar suas obras de arte.
O que ele focava e
clicava, voava nas asas de um simples filme, na abertura do zoom ou mesmo na
objetividade digital e alcance das suas lentes, lentes essas que registraram de tudo, e
tudo com arte, desde uma simples fruta, um pássaro, uma praia, um político, uma
casa, um mendigo, um drogado, uma rua, um artista, uma amiga, uma mulher, uma musa, um céu, o mesmo que lhe recebeu de
braços abertos.
Zé Lopes e Velho Mário |
Um deus na arte de
conviver com a luz e sua trajetória, Mário nos deixou desfocados com a sua
partida, ficamos sufocados como uma velha foto em um álbum de recordações, como
um quadro sem moldura que mofa na parede.
Toda vez que anoitecer
na frialdade dos invernos e que no horizonte os raios iluminem a imensa
escuridão, saberás tu, em teu silêncio, mostrar para nós, a tua mágica, a tua plástica, a tua direção, o teu roteiro. Aqueles
raios, são os flashes da tua câmera a registrar
a tua própria história escrita no brancor das nuvens com tintas retiradas do mais colorido arco iris.
Você é feliz, Velho
Mário; Você foi escolhido por Deus, para fotografar os jardins do céu.
Fica em paz, irmão, e
que a terra lhe seja leve.
Fotos da capa dos CDs - Velho Mário
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