Na
propaganda eleitoral dos candidatos à Presidência na TV desta sexta-feira, o
programa de Dilma Rousseff (PT) mostrou cenas do debate da TV Globo e do debate
da Band no primeiro turno, em que Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB)
travaram diversos embates. Os dois firmaram uma aliança para o segundo turno e
Aécio vem trocando afagos com Marina em sua campanha eleitoral, ao chamar a
ex-senadora de “grande mulher” e agradecer seu apoio.
Ontem, os dois realizaram
seu primeiro ato público em São Paulo. Nas cenas, os dois candidatos apareciam
em clima de animosidade. Marina questionava a gestão de Aécio em Minas e a
ausência de declarações do candidato sobre esquemas de corrupção no governo de
Fernando Henrique Cardoso, e o tucano desqualificava a visão de “nova política”
da então adversária
— Aqui em muda de
posição todo tempo não sou eu — dizia Aécio, em um dos trechos destacados pelo
PT.
As propagandas, tanto
de Dilma como a de Aécio Neves (PSDB) mantiveram o clima de animosidade, mesmo
um dia depois de o Tribunal Superior Eleitoral, , visando a orientar os
candidatos neste segundo turno de que, na propaganda eleitoral, não será
admitido o uso de depoimentos de terceiras pessoas para embasar acusações,
assim como matérias de jornais. Os tucanos entraram com a ação por causa de uma
parte da propaganda de Dilma que acusava Aécio de coibir a ação dos jornalistas
em Minas.
As trocas de
acusações predominaram principalmente quando ambos exibiram trechos do debate
desta quinta feita, promovido por SBT/UOL/Jovem Pan. O programa de Dilma disse
que “ficou muito evidente a diferença entre o modelo de governo que Dilma
defende e que Aécio defende”, e exibiu trechos em que a candidata critica a
falta de investigações dos escândalos de corrupção ligados a governos do PSDB,
como o dos cartéis dos trens de SP. Além disso, menciona a acusação de Paulo
Roberto Costa, que, em depoimento, disse que teria pago propina ao
ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra.
— Saí de minas não
foi para passear no Rio de Janeiro, saí de Minas porque fui perseguida — disse
Dilma, queixando-se de que Aécio afirma que ela ataca o estado de Minas ao
atacar a gestão dele.
Já Aécio ressaltou
cenas em que falava do irmão de Dilma, Igor Rousseff, acusando-o de ser
funcionário fantasma de Fernando Pimentel (PT-MG). Falou também que a campanha
de Dilma “chegou ao cúmulo” de filmar uma escola pública de Minas em obras em
um domingo, para afirmar que a construção no local estava parada.
Logo em seguida, a
propaganda tucana mostra cenas de trabalhadores da obra na escola, afirmando
que os trabalhos vão de segunda a sábado. Um vigilante que diz atuar no local
conta ter topado com uma equipe de filmagem no domingo.
— Dois cidadãos
bateram no portão querendo tirar duas fotos — declarou o vigia.
Os dois candidatos
também investiram no apoio da classe artística: o cantor Chico Buarque apareceu
pedindo votos para Dilma, e famosos como os cantores Leonardo, Fafá de Belém e
a atriz Maria Padilha declararam preferência por Aécio em seu programa.
No fim do programa do
PT, o ex-presidente Lula dá um depoimento em favor da candidata do partido,
afirmando que as conquistas e direitos dos brasileiros estão “sob ameaça”.
— A escolha é muito
séria e vocês que ajudaram a transformar o Brasil nos últimos 12 anos sabem que
os direitos e as conquistas dos trabalhadores estão sob ameaça. Nossa escolha
vai determinar se o Brasil vai continuar avançando ou vai ter um retrocesso.
Quem vai continuar protegendo o emprego e a renda do trabalhador É preciso
mostrar os interesses representados pelos dois candidatos.
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