A presidente Dilma Rousseff disse na tarde de ontem, terça-feira,
27, na primeira reunião ministerial do segundo mandato, que tomou medidas de
"caráter corretivo" para consolidar um projeto "vitorioso nas
urnas". Segundo a petista, a gestão será ao mesmo tempo de continuidade e
de mudanças.
A presidente defendeu
que a tarefa é continuar o projeto de desenvolvimento criado a partir de 2003.
“Nós precisamos garantir a solidez dos nossos indicadores econômicos”, afirmou
Dilma aos 39 ministros, na Granja do Torto.
Dilma afirmou que o
governo vai adequar seguro desemprego e o auxílio por morte em função das
"novas condições" do País. Argumentou que o valor real do salário
mínimo cresceu nos últimos anos, assim como a expectativa de vida.
"Trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais", disse a
presidente, ao justificar as mudanças, alvo de críticas de centrais sindicais e
até de setores do PT. As medidas são vistas como uma contradição em relação ao
discurso adotado pela então candidata à reeleição na campanha de 2014.
"Nós sempre
aperfeiçoamos nossas medidas, a Bolsa Família é um exemplo", defendeu a
presidente. Segundo Dilma, no ano passado, um total de 1,29 milhão de famílias
deixou o programa por não mais enquadrar nos critérios para recebimento do
benefício. "A razão de ser da gestão responsável da política econômica é
estimular crescimento", comentou há pouco Dilma.
Ao comentar a
conjuntura econômica, a presidente disse que o País passa por dois choques. Um
seria externo, advindo da crise de economias importantes no mundo, da redução
do preço de commodities e da apreciação do dólar frente ao real. No plano
interno, disse a presidente, ocorre um choque no preço dos alimentos.
Dilma afirmou que a
seca pela qual atravessa o País também teve impacto nos preços de energia e no
fornecimento de água para a região Sudeste. Mas destacou que o Brasil fez o seu
papel diante desses choques, ao conseguir preservar o emprego e a renda do
trabalhador.
Segundo a petista, o
governo absorveu a maior parte das mudanças dos cenários nas contas fiscais.
Ela disse que foi reduzido o resultado primário para proteger a economia
brasileira. “Estamos diante da necessidade de reequilíbrio fiscal”, destacou,
ao frisar que tais medidas vão assegurar a queda da inflação e da taxa de juros
no médio prazo.
A apresentação
inicial de Dilma na reunião ministerial de hoje foi aberta e transmitida pela
NRB, a rede oficial de televisão. O restante do encontro, no entanto, será
fechado.
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