sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

SEM MÁSCARA DE NESTOR CERVERÓ, SAARA APOSTARÁ EM GRAÇA FOSTER



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Com a desistência da fábrica Condal de fazer máscaras do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, lojistas da Saara apostam na reprodução do rosto da presidente da Petrobras, Graça Foster, para esquentar as vendas do carnaval. A Condal é a maior do Rio na produção desses artigos. 

— Ia arrebentar nas vendas. Eu ia pedir umas 300 — disse o gerente da Casa Turuna, Marcelo Cervos, que pedirá máscaras de Graça.
A comerciante Elizabete Machado disse que compraria as máscaras de Cerveró para as três lojas que mantém na Saara, mas desde que não houvesse nenhum imbróglio jurídico por conta do uso da imagem do ex-diretor: 

— Agora, pediremos 300 máscaras da Graça para as três lojas.
A iniciativa de ligar para a Condal e pedir que as máscaras de Cerveró não fossem produzidas partiu de um advogado da área cível, amigo do filho do ex-diretor, Bernardo. 

— Ele comentou com um amigo advogado civilista, e esse amigo entrou em contato com a empresa — contou o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, que, inicialmente, pensou que um assistente seu teria feito a ligação. — Conversei com ele (Bernardo) e disse que meu escritório não atua na área cível. Já que ele tomou a iniciativa de conversar com alguém, ele fala com essa pessoa e processa a empresa, se tiver interesse. 

Casos como o da máscara do ex-diretor não têm decisões unânimes no Judiciário. 

— Se o juiz disser que a liberdade de expressão deve ser preservada, se usa (a máscara). Se o juiz disser que a intimidade e a privacidade devem ser preservadas, não se usa — disse o professor da PUC-Rio Ricardo Brajterman, listando os argumentos das partes.

Rubens Glezer, da FGV-SP, concordou que as decisões do Judiciário sobre o tema não são pacíficas:

— O debate brasileiro sobre liberdade de expressão está em desenvolvimento. Os tribunais têm tomado decisões bastante restritivas sobre esse direito.

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