sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

PELO MENOS R$ 2,1 BI FORAM DESVIADOS DA PETROBRAS, DIZ MPF



São Paulo – Levantamento do Ministério Público Federal mostra que ao menos R$ 2,1 bilhões foram desviados da Petrobras no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.Como o número é referente aos crimes denunciados pelo MPF até agora, é possível que o volume aumente com o avanço das investigações da Polícia Federal.A Procuradoria, no entanto, estima que só na área de Abastecimento, os desvios podem ser da ordem dos 5 bilhões de reais, de acordo com entrevista publicada no jornal O Globo. Ontem, a Petrobras divulgou seu balanço trimestral, mas as perdas acumuladas com os casos de corrupção não foram contabilizadas.Perto de completar um ano de investigações, o Ministério Público Federal criou um site para divulgar informações sobre a Operação Lava Jato. Segundo o balanço divulgado na página, 400 milhões de reais já foram recuperados e 200 milhões de reais em bens dos acusados foram bloqueados.Até agora, 86 pessoas já foram denunciadas. A expectativa é de que, em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhe ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares e autoridades citados nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.Confira quem são e o que dizem os 33 políticos citados na Lava Jato. Veja nos slides os grandes números das investigações da Operação Lava Jato.

Levantamento do Ministério Público Federal mostra que ao menos R$ 2,1 bilhões foram desviados da Petrobras no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.Como o número é referente aos crimes denunciados pelo MPF até agora, é possível que o volume aumente com o avanço das investigações da Polícia Federal.

A Procuradoria, no entanto, estima que só na área de Abastecimento, os desvios podem ser da ordem dos 5 bilhões de reais, de acordo com entrevista publicada no jornal O Globo. Ontem, a Petrobras divulgou seu balanço trimestral, mas as perdas acumuladas com os casos de corrupção não foram contabilizadas.

Perto de completar um ano de investigações, o Ministério Público Federal criou um site para divulgar informações sobre a Operação Lava Jato. Segundo o balanço divulgado na página, 400 milhões de reais já foram recuperados e 200 milhões de reais em bens dos acusados foram bloqueados.

Até agora, 86 pessoas já foram denunciadas. A expectativa é de que, em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhe ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares e autoridades citados nas delações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

Veja nos slides a seguir os grandes números das investigações da Operação Lava Jato.

PERDAS COM CORRUPÇÃO PODEM AUMENTAR, ADMITE GRAÇA FOSTER

A presidente da Petrobrás, Graça Foster, afirmou na tarde desta quinta-feira, 29, em teleconferência a analistas e investidores, que as perdas com corrupção, estimadas pela empresa em R$ 4 bilhões, podem ser maiores, caso novas denúncias de desvios de recursos apareçam.

O cálculo do rombo da corrupção no patrimônio da companhia considerou os projetos firmados com empresas investigadas pela Polícia Federal, na Operação Lava Jato. Do total orçado dos projetos, foram descontados 3%, que seria o pagamento de propina, segundo denúncia feita pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa à Polícia Federal. 

De acordo com Graça, a companhia poderá reavaliar os dados apresentados em seu balanço quanto aos valores imobilizados e contratos relacionados às empresas sob investigação da Polícia Federal. Segundo a executiva, a companhia poderá ampliar o escopo dos contratos sob análise, os períodos e também o valor dos ajustes estimados inicialmente no balanço.

"Novas informações oriundas das investigações em curso podem causar novos ajustes, ampliação do escopo dos contratos e empresas e também do período analisados", disse. "É importante frisar que o período analisado não foi escolhido pela companhia, mas extraído dos depoimentos recebidos como "prova emprestada" pela Petrobrás", acrescentou.

A presidente da estatal informou que foram gastos R$ 150 milhões para dimensionar o tamanho das perdas causadas pela corrupção. O custo diz respeito à contratação dos serviços de consultores internos e também aos gastos com a equipe interna.
Preço justo. Graça Foster disse, ainda, que recomendou ao conselho de administração que não fosse utilizada a metodologia de valor justo para calcular o efeito da corrupção em seu patrimônio. Isso porque considera essa metodologia - em que o valor contábil é corrigido pelo valor de mercado - falha, por utilizar inúmeras variáveis.

Entre as variáveis utilizadas que podem comprometer o resultado da análise dos ativos, Graça cita mudanças de preços e margens de insumos, dos equipamentos, salários, deficiência no planejamento de projetos, contratações de bens e serviços antes da conclusão dos projetos básicos das obras - além da "cartelização de fornecedores, corrupção e sobrepreços".

"Recomendamos ao conselho de administração que não utilizaríamos essa metodologia, por ser uma composição de muitas variáveis", afirmou a presidente da Petrobrás. Em seguida, ela acrescentou que, agora, "o trabalho é fazer uma limpeza dedicada em tudo o que tivermos que fazer". E que a intenção é "ter uma avaliação correta para o patrimônio líquido e o ativo imobilizado". Graça disse também que o esquema de corrupção na empresa não afetou a posição de caixa da petroleira.


new caption PETROBRÁS ADMITE QUE PODE DEIXAR DE PAGAR DIVIDENDOS

A Petrobrás poderá deixar de pagar dividendos aos acionistas se entender que atravessa uma situação de "estresse financeiro". A avaliação é do diretor Financeiro da companhia, Almir Barbassa. Segundo ele, essa é uma prerrogativa da Lei das S.A., mas a companhia ainda não analisa a possibilidade no momento.

"A alternativa poderá ser considerada a depender da avaliação da situação financeira da companhia", afirmou Barbassa.
Segundo ele, "em situação normal de negócio", a política da Petrobrás é remunerar as ações preferenciais e garantir 25% de distribuição do lucro. Mas o diretor frisou que esse pagamento dependerá da avaliação da situação da estatal.

"Há uma possibilidade, e ela não está sendo colocada nesse momento, mas poderá sê-lo, que se refere à não haver pagamento de dividendos. Se uma companhia, qualquer companhia, julga que há situação de estresse financeiro, há possibilidade de não haver pagamento", explicou.

Balanço. O balanço divulgado nesta quarta-feira sem o aval da auditoria independente e sem baixas contábeis frustrou a expectativa de investidores. Entre julho e setembro do ano passado o lucro foi de R$ 3,1 bilhões, queda de 38% em relação ao segundo trimestre de 2014 e de 9% em relação ao terceiro trimestre de 2013. O Ebitda ajustado foi de R$ 11,7 bilhões - queda de 28% ante mesmo período de 2013.

A companhia atribuiu a queda no lucro líquido ante o trimestre anterior às maiores despesas operacionais, principalmente pela baixa dos valores relacionados à construção das refinarias Premium I (R$ 2,1 bilhões) e Premium II (R$ 596 milhões), devido à descontinuidade desses projetos.

Segundo a empresa, a divulgação dos resultados sem a revisão dos auditores independentes tem o objetivo de atender obrigações da companhia (covenants) em contratos de dívida e de cumprir seu dever de informar o mercado e agir com transparência no episódio da Lava Jato. A companhia diz que entende ser necessário fazer ajustes no balanço para corrigir os valores dos ativos, mas não houve consenso sobre a metodologia adequada para a correção.

 

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